Ohana:
Retornar a faculdade no dia posterior, foi... horrível. Todos os olhares estavam sobre mim, ainda mais por ter sido a única readmitida. Eu ainda estava na entrada, na porta principal qual dividia o campus e a enorme construção moderna.
Um sorriso no rosto foi tudo que coloquei, enquanto alternadamente encarava a face de cada um. Eu sentia-me, uma estrela em meio aos plebeus, se é que eu poderia chamá-los assim...
-Pietro: Você não é forte o suficiente para aguentar a tempestade? - ele questionou, sorrindo de canto enquanto sussurrava ao meu ouvido.
Maldito gêmeo provocador.
-Ohana: Eu... sou a tempestade, Pietro. - o confrontei no mesmo tom, entretanto, com mais seriedade.
A atenção foi retirada de mim quando das enormes escadas principais alternativas ao elevador, descia de lá, minha garota. Ela usava roupas sociais, refinadas e deveras elegante. Uma calça pantalona em tonalidade escura, uma blusa social mesmo que comunal, atrativa, em tonalidade branca. Saltos discretos, mas altos. Os cabelos longos, ondulados, sedosos e brilhosos. Eram minha perdição... além da maquiagem leve e a maldita expressão que pegava-me de jeito. Sua seriedade.
Larissa desbloqueou o celular com sutileza, e fitou o horário.
-Larissa: Eu sugiro... que estejam todos dentro das salas, quando o sinal tocar. - sua entonação foi parcialmente gélida, profana, autoritária.
-Pietro: Olha só... ela é empenhada em proteger você. - ele sussurrou, para que somente eu ouvisse.
-Ohana: Ela não está me protegendo, seu idiota! Está fazendo o trabalho dela. - rebati rapidamente, o colocando em seu devido lugar.
-Larissa: Deveriam estar todos empenhados em suas consequentes notas e aprendizado. - sua voz era tudo que ouvíamos naquele enorme espaço. - Agora desfaçam, a palhaçada que está esse ambiente... e separem-se, isso não é um circo. É uma faculdade.
Alguns retiraram-se, mas poucos ainda mantiveram-se estáticos. Enquanto sorriam fraco, severamente provocando ela que não sentia-se nem minimamente atingida.
-Larissa: Eu não dependo de vocês. - ela mencionou com calmaria e tranquilidade, afinal, não era ela quem precisava de notas. - Eu não estou tentando nenhuma carreira a diante. - encostou-se nos apoios da escada.
-Xx: Na verdade depende sim... - uma voz abusada e masculina soou rouca, em ousadia e falta de educação. - Pagamos o seu salário, 70%... não é? Você adquiriu mais 20% desse lugar.
-Larissa: Nem 70% ou o quanto imaginam que ganho... Porque não me pagam salário. - ela sorriu fraco, encarando-o em específico, mas aquele dito serviu para muitos. - Pagam pelo zelo do espaço que usam para estudar, por ele não pertencer a vocês. E... incluso, disponibilizo ótimos profissionais, sistemas educacionais e uma gestão impecável. De brinde, alguns projetos que não são nem minha obrigação.
Aquilo foi o suficiente, para que o restante deixasse o espaço. Ali, ficamos somente eu e ela, por alguns segundos, ainda distantes. Caminhei até ela, que mantinha-se na escada.
-Larissa: Não muito perto... - sorriu fraco. - As câmeras.
-Ohana: Desculpa. - mencionei, mantendo-me distante. E ela assentiu milimetricamente.
-Larissa: Se tiver problemas, não hesite em me procurar ou procurar qualquer outro profissional daqui. Pode ser minha mulher, mas merece privacidade e respeito como qualquer outro aluno desta instituição. - ela disse paciente, e eu sorri de canto.
-Ohana: Posso de levar pra almoçar depois das aulas? - questionei baixinho, e ela sorriu de canto assentindo. - Ta... vou te esperar no estacionamento, ok?
-Larissa: Tudo bem. Agora vai lá... ou vai entrar atrasada. - disse-me paciente.
Em impulsividade, Larissa quase levou a mão a tocar meu rosto. Mas logo fechou os olhos, franziu o cenho e sorriu, ao recuar o toque.
-Ohana: Eu te amo... - sussurrei, e ela me mandou um beijo. Sussurrando o mesmo dito em seguida.
(...)
As aulas haviam sido tranquilas, mesmo que intensas e bem... difíceis. Eram muitos conteúdos, mas eu sempre ia bem em todos devido o meu esforço escolar. Quanto a notas, e sabedoria... isso não me era problema.
-Pietro: Vamos pra casa juntos? - meu irmão questionou enquanto guardava os próprios pertencentes.
-Ohana: Não. - o respondi com um sorri fraco. - Vou almoçar com a Lari.
E como dito, fiz. A esperei no estacionamento e então fomos a um restaurante próximo. Pedi minha bebida favorita e ela a dela, nos divertimos mesmo que fosse algo causal a se fazer. Era sobre isso, eu me sentia feliz mesmo que fosse o mínimo a fazer na companhia dela. Desde um almoçar comunal, a uma festa de fraternidade ou... um evento luxuoso. Férias caras ou um sexo carinhoso. Desde que fosse com ela.
Depois de almoçarmos algo leve, fomos pra casa dela. Ela me ajudou com algumas atividades pro dia posterior após eu sair do banho, e sequencialmente, foi minha vez de esperá-la.
Confesso que meu cheiro misturava-se ao seu em todo aquele cômodo. Em cada parte ali, tinha um pedacinho meu. Nossos fotos, minhas roupas e objetos pessoais em parte do seu closet... até mesmo bolsas minhas já ocupavam parte na parte planejada. Literalmente não passávamos mais de um dia sem dormir juntas, e olhe que isso era raro. Eu sinceramente, já estava cogitando que passássemos a morar juntas... talvez fosse um passo grande? Talvez, mas... eu queria isso.
Mantive-me sentada na cama enquanto pensativa, estava insegura, não queria questionar a ela. Logo tive todos os pensamentos dissipados, ao fita-la sair do closet coberta apenas por uma toalha.
-Larissa: Está... tudo bem? - ela questionou paciente, por notar-me pensativa.
Ergui-me da cama, e sorri de canto afirmando que sim. Aproximei-me dela e segurei-a pela cintura com sutileza, puxando-a pra mim com calmaria. Seus cabelos estavam presos em um coque desajeitado, as mãos que firmaram-se em meus ombros, levemente gélidas.
-Ohana: Vida, a gente tem passado maior parte do tempo juntas e tem ficado complicado... você dorme comigo uma noite, eu durmo com você em outra. Uma de nós sempre passa o dia cansada por ter que acordar mais cedo... as vezes as duas. - eu disse com calmaria, almejando chegar ao ponto.
-Larissa: O que quer? - questionou baixinho, sorrindo de canto.
-Ohana: Acho que precisamos dar um passo à frente. - eu disse baixinho, e ela respirou fundo. - Desculpa, tudo bem se não for o que quiser eu vou entender. Só que...
-Larissa: Não, eu quero! - sorriu fraco. - Meio que, não sei... nunca fiz isso antes.
-Ohana: É... eu também não. - sorri fraco. - Mas, não precisa ser agora. Eu só quero que pense. Entende? Pra que passemos a calcular melhor sobre como vamos fazer.
Eu entendia que isso também não era somente sobre a gente. Atualmente eu vivia em uma casa pertencente à mim, com meu irmão gêmeo. Ela também, mas com os filhos. Tinham três pessoas a mais nessa história, eu não podia simplesmente sair de casa e deixar o Pietro sozinho. Também não podia arrastar Larissa pra morar comigo, porque ela tinha o espaço dela, as responsabilidades dela.
-Larissa: A gente vai chegar a uma conclusão. Eu prometo, hum? - ela sorriu de canto, tocando-me o rosto.
Eu assenti milimetricamente, e roubei-a um selinho, que logo evoluiu para um ósculo lento. Pude sorrir em meio ao beijo quando as mãos dela antes nos meus ombros, guiaram-me a envolver seu pescoço para que seguidamente ela pegasse-me no colo e levasse-me para a cama. Seu corpo encaixou-se ao meu, enquanto sobre mim, ela agora sorria de canto. Toquei seu rosto com calmaria, e acariciei-lhe a bochecha, tendo a mão livre repousada em seu ombro despido. Eu era simplesmente apaixonada naquela mulher. Cada bendito detalhe dela me enlouquecia de uma forma indescritível. Era como se... ela já fosse minha desde o dia em que nasceu, eu só precisava encontrá-la.
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Impensado
Fiksi PenggemarIvana Lefundes e Sidney, haviam tido gêmeos... e bem, eles haviam crescido com educação invejável, e padrões comportamentais ensinados. Mas será que fariam jus ao nome da família tão renomada e honrada? E quanto a Larissa? Quando apareceria no cami...