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Ohana:

Ela estacionou o veículo na área externa do condomínio, deixando a garagem vaga. E quando descemos do carro, o que não esperávamos aconteceu. Meu pai simplesmente estava na porta de casa, acabava de sair de um Jaguar e caminhava em direção à mim.

Larissa não soltou minha mão, ela não sentia medo da figura a nossa frente, sentia desprezo e isso era notório pelo seu olhar protetor. Seus lumes eram escuros como de um demônio, gélidos como uma geleira, transmitiam pureza como de um anjo, mas eram doces... doces pelo amor que sentia por mim. Mesmo sem saber que eu tinha provas contra meu pai, e que se quisesse usar, poderia... ela se colocou em minha frente.

-Sidney: Isso é sério? - ele sorriu patético.

-Larissa: Está cometendo um erro se acha que ainda pode me subestimar. Não pode, entendeu? - sua voz soou cortante, mesmo que controlada e calma.

-Sidney: Eu só quero conversar com ela. - ele soou no mesmo tom. - Não vim aqui pra discutir.

-Ohana: Eu não quero conversar com você. - o respondi com convicção.

-Sidney: Não seja imatura... - Larissa o interrompeu, dando fim ao seu discurso patético.

-Larissa: Ela não quer e não vai.

-Sidney: Está me enfrentando? - questionou com um sorriso profano, como se ainda tivesse o mundo na palma das mãos. Enganado, porque eu o tinha nas minhas.

-Larissa: Eu atravessei as suas ameaças e a responsabilidade de manter meus filhos protegidos. Pra ter ela. - ela disse calma, encarando-o. Sua mão soltou a minha, e Larissa aproximou-se dele em passos vagarosos. - Você não vai magoá-la outra vez, tão pouco voltar aqui e achar que pode gritar com ela.

-Sidney: Você não tem peito... - ele disse confrontando.

-Larissa: Quer apostar? - sorriu patética como ele, o fazendo reduzir o riso, escondendo toda sua petulância pouco a pouco. - Eu fiz coisas bem ruins pra continuar sobrevivendo, e você sabe disso.

Me aproximei segurando sua mão, a puxando para mim aos poucos.

-Ohana: Vem amor, vamos entrar. - chamei baixinho, enquanto ela ainda encarava meu pai, sem nervosismo algum.

-Larissa: Se quiser destruir a minha vida, faça. - ela soou séria, parando de andar e me acompanhar por alguns segundos. - Talvez assim Thiago me encontre e realize o sonho dele em me submeter as vontades que ele tem.

Praticamente arrastei Larissa pra dentro de casa, enquanto segurava sua mão com firmeza e era posta sob seu olhar protetor. Fechei a porta e então a empurrei. Prendendo-a entre meu corpo e a enorme porta de madeira rústica.

-Ohana: Está mais calma? - questionei preocupada, já que ela havia ultrapassado os próprios limites por mim.

Larissa assentiu silenciosa e eu sorri ladina, selei seus lábios com um selinho rápido.

-Ohana: Thiago não vai interferir na sua vida, na nossa vida, tão pouco no nosso relacionamento. - disse paciente, enquanto brincava com o tecido em algodão, do moletom usado por ela.

-Larissa: Tem solução pra isso? - questionou baixinho, enquanto eu segurava-a pela cintura. - Porque eu não tenho nenhuma.

-Ohana: Quando uma mulher denuncia um cara, é a palavra dela contra a dele. É mais provável que não acreditem nela... a realidade é uma merda. - eu disse baixinho, a olhando nos olhos. - Mas nós com tremendo zelo a reputação, damos as ordens... os outros as executam. Sejam elas de ordem legal ou não.

-Larissa: Você é mesmo uma patricinha manipuladora. - sorriu fraco, antes de selar meus lábios.

-Ohana: Eu nunca neguei isso... meu amor. - sussurrei antes de retribuir o beijo. - Eu posso fazer qualquer coisa por você em relação a isso, o que quiser.

(...)

Almoçamos com Pietro e minha mãe, o clima de timidez aos poucos foi se rompendo. Larissa conseguia manter o assunto com minha mãe, sem toda a repulsa compreensível que carregava antes. Ela não foi de todo, boa pessoa no seu passado conturbado e eu mais do que ninguém, respeitava isso.

-Pietro: Ohana, tem certeza de que não vai nas férias conosco? - meu irmão questionou quando adentramos o assunto.

Repousei a mão livre sobre a coxa de Larissa, por baixo da mesa e fiz um leve carinho. Engoli uma dose do vinho suave em minha taça, repousada posteriormente sobre a mesa, ao lado dos talhes que pertenciam à mim.

-Ohana: Não. - respondi convicta. - Meu destino é completamente diferente do de vocês.

Sorri ladina e meu irmão revirou os olhos, levando minha mãe a sorrir e Larissa a esboçar um sorriso quase não notório.

-Ohana: E por favor, não ousem sugerir me acompanhar. Eu quero paz. - soei paciente antes de levar a taça de vinho aos lábios outra vez. Mamãe sorriu leve assim como Pietro, e eu me senti segura e amada outra vez. Eles eram minha verdadeira base, assim como a mulher que me olhava tão atenciosa agora. Larissa já fazia parte do meu ser.

Finalizamos a refeição entre conversas aleatórias, mamãe disse até que teria de ir a Las Vegas, concluir o trabalho que havia mencionado 13 dias atrás. Estava a menos de 48h para embarcar, entretanto ela voltaria dias antes do baile semestral. As doações ocorreriam, e por fim entraríamos em férias.

(...)

Adentrei meu quarto com Larissa, e após esperar ela tomar banho, caminhei em direção ao meu closet. Ainda enrolada na toalha, ela me olhou sorridente, eu respirei fundo e embriaguei-me com todo afeto que emanava dela.

-Ohana: Passa as férias comigo... - pedi baixinho ao descansar as mãos em sua cintura, ainda por cima da toalha parcialmente molhada. - Vamos pra Turquia, e depois pra Tailândia. 25 dias juntas, somente nós duas... sem interrupções, sem sonos atrapalhados ou aulas e trabalhos entediantes.

Ela sorriu ladina enquanto meus passos vagarosos a faziam andar para trás. Encurralei-a entre meu corpo e a parede, aproximei o rosto do seu pescoço e pude sentir o cheiro leve da loção pós banho recém utilizada. Larissa tinha um cheiro único, jamais sentido por mim em qualquer outro corpo feminino. Era algo doce, específico demais para fazer-me afirmar.

-Ohana: Eu não vou conseguir ficar quase um mês sem você. - ressaltei ao olhá-la nos olhos. - Sabendo como você está apenas por malditas ligações.

Seus braços ergueram-se envolvendo-me pelo pescoço enquanto eu focava-me apenas em olhar sua expressão carinhosa e pensativa. Selei seus lábios com um selinho rápido quando ela puxou-me mais para si, e eu segurei mais firme em sua cintura bem desenhada.

-Ohana: Quero te levar a passeios de balão na Turquia, as praias paradisíacas e privadas da Tailândia. - sussurrei ao seu ouvido, já sem poder ver seu rosto. - Hum?.. o que acha? - pressionei sua cintura. - Me deixa ver esse corpo divino caminhar pelas areias asiáticas, vestido em biquínis comprados e escolhidos a dedo por mim. Por graciosos 25 dias...

Selei seu pescoço com beijos demorados e arrastados, mordi vagarosamente o lóbulo de sua orelha e notei sua pele arrepiar por inteiro. Um suspiro seu escapou entre os lábios carnudos que eu adorava.

Larissa:

-Ohana: Eu até comprei as lingeries turquesas que você adora... nas suas cores e marcas preferidas. La perla, Moschino, Victoria's Secret... - sussurrou grudando cada vez mais seu corpo ao meu. - Eu prometo que deixo você rasgar todas elas... se assim desejar.

Ela era minha santa com lábios de pecadora, meu anjo com beijos diabólicos.

-Ohana: Basta me dizer "sim". - sussurrou após finalizarmos um beijo demorado e lento.

-Larissa: Sim. - respondi com convicção e a vi sorrir vitoriosa, posteriormente esconder o rosto em meu pescoço, beijando-o fraco enquanto abraçava-me pela cintura.

-Ohana: Agora, mudando de assunto... eu sugiro que tire essa toalha. - mencionou dominante, levando-me a arrepiar por inteira.

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