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Ohana:

Estava saindo da faculdade por volta das 16:00, já era sexta e o resto da semana havia sido extremamente cansativa. O período de provas estava próximo, e estudar foi tudo que pude fazer. Adiantei alguns conteúdos e fixei melhor todos os pontos importantes que me fariam evoluir, após a aula. Melissa havia ficado um longo tempo comigo na biblioteca no outro lado do campus, e confesso que até a ajudei com algumas pautas.

Ao caminhar no corredor central após passar pelo enorme salão que dividia o espaço da entrada e recepção, encontrei com Arielle e algumas outras garotas de pouca funcionalidade mental. Elas conversavam sobre algo, mas só pude entender quando cheguei mas perto, sem que notassem minha presença.

-Alline: Pensem em todas vadias, que Pietro deve ter levado para aquele canto de iniquidade. - ela disse com um sorrisinho debochado.

-Arielle: Podem falar o que quiser do Mateo, mas pelo menos ele não é galinha.

Aproximei-me um pouco mais, e rapidamente o silêncio tornou-se enlouquecedor. Todas olhavam pra mim, incapazes de realizarem seus desejos de enfiarem-se num buraco ou correr para longe.

-Ohana: Eu tenho uma curiosidade Alline... - mencionei voltando minha atenção completamente para ela. - O que fez você pular na cama dele assim que o conheceu?

Manteve-se calada enquanto eu podia sorrir internamente do seu nervosismo. Sua expressão desconfortável mostrava que eu havia atingido-a como queria. Sem dizer mais nada, recuei, retornando ao meu caminho anterior.

Adentrei o Maserati e fiquei alguns minutos enquanto mexia no celular. Lendo as mensagens insistentes de Pietro em questionar sobre o que faríamos no fim de semana. Afinal era entediante ficar em casa por dois dias seguidos sem ter absolutamente nada pra entreter. Antes de ir pra casa, passei em um restaurante e comi sozinha, sem incomodar-me com o silêncio. Confesso que achava confortável e... suficiente conviver comigo mesma.

(...)

-Ohana: Quem é ele? - questionei assim que avistei um homem alto, de estilo vaidoso sentado no sofá da minha casa.

-Pietro: Um dos leais ao papai. - meu irmão disse assim que dei lentidão aos meus passos.

-Davi: Sou Davi Aigner. - apresentou-se ao levantar e fechar os botões do terno Armani que vestia. Ele carregava uma postura presunçosa, olhar vaidoso e uma voz grossa, mesmo que calma. - Já ouviu falar de mim?

-Ohana: Você é aquele que chamam de honrado. - revelei ao surpreender-me com sua presença repentina. - O que quer? Creio que esteja de passagem.

-Davi: Seu pai mandou-me, para garantir que estejam bem. - ele revelou com um sorriso ladino, e eu logo soube que não era somente aquilo. - Principalmente você.

-Ohana: Está cometendo um grave erro se acha que pode me controlar. - aproximei-me em passos lentos até estar a poucos centímetros de inalar seu perfume. - Não pode.

Ele sorriu ladino como outrora, seus olhos azuis fixaram-se em mim e então pude notar sua aparência envelhecida mais de perto. Davi não estava ali pra garantir se estávamos bem, estava para dizer aos nossos pais o que fazíamos diariamente. O que Oliver não era capaz, por respeitar-nos.

-Ohana: Você entra e sai desta casa segundo minha vontade. - revelei com arrogância e pouca paciência para o controle persuasivo do meu pai. - Portanto, saia do lugar que pertence ao meu nome.

-Davi: Pertence ao seu pai. - ele disse duvidoso e eu sorri imediatamente.

-Ohana: Deveria ter analisado a papelada de compra antes, a transferência foi feita pra mim como parte do acordo em aceitar formar-me bem longe do Brasil. - eu disse rapidamente o pondo em seu devido lugar. - Agora saia, se não quiser que eu ligue pra segurança do condomínio... e fabule, que tem um invasor.

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