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Ohana:

Adentrei a sala de aula um pouco mais cedo, enquanto bebia pacientemente um café quente que havia comprado no caminho. Pietro olhava-me enquanto mostrava um sorriso fraco, provocador.

-Pietro: Você não tem vergonha mesmo, não é? - questionou levando uma de suas mãos ao rosto, cobrindo-o enquanto sorria. Ao adentrar a sala.

-Ohana: Eu? - observei em volta e só havia nós dois. - Não mesmo.

Levei o canudo aos lábios como outrora, sentindo o líquido cafeinado e quente adentrar minha boca. Seu sabor forte e amargo, por ser pedido sem açúcar era de longe meu maior vício.

-Ohana: Vai sair essa noite? - questionei calma enquanto observava-o caminhar em passos lentos para sentar-se ao meu lado.

-Pietro: Sim... - respondeu manso. - Mas convidei os gêmeos pra ficar com a gente durante a tarde.

-Ohana: A festa que vão, vai começar tarde... acha mesmo que vão ficar em casa fazendo baderna até chegar o horário de irem? - questionei óbvia e ele me olhou atencioso. - Desconvida, desmarca, da seus pulo... a mãe deles vai dormir comigo hoje, e eu vou buscá-la por volta das 17:00.

-Pietro: Sério? Desmarca você. - ele disse com um sorriso provocador instigando-me a aproximar-me mais e encara-lo com seriedade. - Você dormiu com ela ontem.

-Ohana: E vou dormir hoje de novo. - respondi sem delongas. - Ela está tendo um dia cansativo.

-Pietro: E desde quando você se importa com isso? - questionou rapidamente, mas não tive tempo de responder pelo fato de outros alunos começarem a entrar na sala.

Pietro tocou minha mão e eu encarei-o, logo soube que eu não desistiria da minha vontade. O deixando pensativo e atencioso. Nicolas aproximou-se como sempre fazia e deixou um beijo rápido em meu rosto, cumprimentando meu irmão em seguida sentando-se na mesa ao lado com seu gêmeo. Não demorou muito para que Ravi adentrasse a sala e começasse sua aula, que no meu interior julgava completamente tediosa.

(...)

Após finalizar a manhã intensa, caminhei pacientemente até a saída ao lado de Nic e Pietro, eles falavam sobre a festa e em como se encontrariam, afinal meu irmão havia feito minhas vontades. A casa ficaria vazia.

-Nicolas: Pode ir lá pra casa Pietro... - ele sugeriu convicto. - Minha mãe disse que ficará no escritório e talvez não retorne pra casa hoje. Como sempre ela está presa ao trabalho.

Meu irmão assentiu milimetricamente, eloquente. Eu sabia que interiormente ele sorria como um idiota, por saber a verdade.

-Nicolas: Por que não vai com a gente? - questionou paciente, antes de repousar a mão firme em meu ombro.

-Ohana: Estou cansada, frequentar festas não tem sido meu objetivo primordial ultimamente. - respondi calma, sem enrolação.

-Nicolas: Sempre estudiosa... - ele mencionou antes de deixar um beijo em minha cabeça, quando aproximei-me do meu carro. - Espera... - chamou quando destravei e almejei caminhar em direção a porta do motorista. - Onde comprou esse perfume?

-Ohana: Digitalmente. - respondi calma, mas esperta. Ele parecia duvidoso. - É comum no meio feminino, tem um aroma agradável. - soei convincente.

-Nicolas: Você é narcisista demais pra usar algo tão comum... - ele disse tranquilo, levando-nos a sorrir.

-Ohana: Eu sou imprevisível, Nic. - conclui antes de adentrar o veículo e sair dali.

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