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Ohana:

Deixei de lado tudo que tinha pra fazer, deitei-me na cama completamente frustrada e magoada. Não que ela estivesse totalmente errada, mas eu simplesmente não a deixaria passar por tudo aquilo sozinha. Não como passou, como sofreu tantos anos resistindo. Eu estaria ao seu lado, mesmo que recusasse por achar que eu estava em risco. Que inferno! Eu a amava descontroladamente!

-Pietro: Tudo bem aí? - escutei a voz masculina soar preocupada do outro lado da porta trancada.

-Ohana: Vai embora!

-Pietro: Qualquer coisa estou no meu quarto! - ele disse paciente. - Ok?

Ele silenciou-se, como se pudesse enganar-me de uma ida. Eu podia vê-lo, estava sentado encostado em minha porta, a brecha revelava-o pela sombra que causava. Ergui-me da cama, e caminhei abrindo-a, instantaneamente ele olhou-me doce, sorriu de canto e ergueu-se.

-Pietro: Quer conversar? - questionou baixinho.

Dei espaço para ele entrar, e logo sentamos lado a lado na cama. Ele entrelaçou a mão na minha, e suspirou pesado. Seus olhos castanhos buscaram-me e eu via preocupação neles.

-Ohana: Discutimos. - eu disse baixinho. - E eu disse coisas frustrantes...

-Pietro: Você estava magoada. É normal dizer coisas frustrantes quando estamos magoados. - tranquilizou-me. - Não é nada que não possa se desculpar. Pessoas cometem erros, por mais que eles sejam enormes.

-Ohana: Mas... não quero me desculpar. - revelei em um tom baixinho.

-Pietro: Coloca os pensamentos em ordem, e se tiver errada... vai ter que fazer isso. - ele assentiu milimetricamente, ainda olhando-me. - A ama, não é?

-Ohana: Muito. - respondi convicta.

-Pietro: Então... - sorriu fraco. - É o certo a se fazer. Mas, deixe que ela também pense no que fez. Olha... eu não sei o que aconteceu, mas não importa o que seja. Não desista, tudo bem? Eu sei que você é escrota pra caralho, mas tem uma partizinha nesse coração que é boa... e que essa parte, pertence à ela.

-Ohana: E se eu estiver mesmo errada? - questionei em busca de conselhos.

-Pietro: A ouça, deixe-a dizer o que sente em relação ao problema que tiveram. Não tome partido com toda essa impulsividade por uma discussão que tiveram.

Pietro ergueu-se, inclinando-se apenas para deixar um beijo em meu rosto. Antes de se retirar em passos ritmados, fechando a porta. Deitei-me outra vez, respirando fundo enquanto tudo que me passava na mente eram seus sorrisos inesquecíveis. Eu me sentia segura com ela, e queria que ela se sentisse assim também. Eu sempre soube, que pra ela o amor foi algo mostrado complicado, mas também era minha primeira vez, eu não sabia como lidar, como agir... precisávamos ambas termos paciência. Éramos como duas crianças se aventurando em uma causa grande.

Acontece que acabei pegando no sono aquela tarde, e quando acordei, olhei para enorme vidraça, e já era noite. Tomei um banho gelado e vesti roupas confortáveis, descendo em seguida para me alimentar, já que não havia feito. Consegui comer pouca coisa, mas o suficiente para não ficar mal.

-Pietro: Manda mensagem pra ela. - disse baixinho, juntando-se à mim. 

Eu tinha o celular em mãos, mesmo que ainda houvesse revolta em meu interior por termos discutido daquela forma. Como um surpreender, tirando-me dos pensamentos confusos, a campainha tocou. Pietro ergueu-se calmo, e disse que deixaria-me a só para abrir a porta. Não demorou muito para que ele retornasse e consigo, a morena que dominava todos os meus pensamentos. Ela tinha os cabelos lisos soltos, úmidos, a pele límpida, livre de maquiagem. Revelava que havia saído do banho a pouco tempo. Usava um top em tonalidade branca, uma calça moletom em tom bege, e um tênis branquinho, que notoriamente custava caro.

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