Ohana:
O olhar de Pietro foi questionador assim que assenti pro meu pai, encarando-o silenciosa, antes de erguer-me e direcionar-me para fora da sala de jantar. Eu já havia finalizado e além do mais, eu não precisava ouvir tantas bobeiras empresariais e religiosas fanáticas.
Direcionei-me até meu quarto, onde deitei-me na cama e peguei-me pensativa por alguns instantes. Larissa queria que dormíssemos juntas e confesso que minha vontade não se diferia da sua, entretanto eu de certa forma roubava seu foco, e essa noite ela precisava dar atenção aos negócios.
Sai dos pensamentos quando ouvi as batidas na porta, onde instantaneamente reconheci. O timbre doce de Pietro soou paciente, questionando-me o que havia de fato acontecido naquele jantar. Pois ele ainda se encontrava incrédulo.
-Ohana: Apenas uma comemoração interna, Pietro... - mencionei exausta, em tom mediano. Ele sorriu.
-Pietro: Mamãe te ajudou com isso, não ajudou? - questionou curioso e eu afirmei conclusa.
Senti suas mãos gélidas tocarem minha mão, entrelaçando-as com as minhas. Seu cheiro inebriante adentrava minhas narinas, seu perfume era inesquecível.
-Pietro: Você tem o papai nas mãos, e ele não sabe... - soou em voz alta, colocando seus pensamentos em falas para compreender melhor. - Mas e se ainda assim, não der certo?
-Ohana: Dará. - respondi convicta. - Além do mais tenho cidadania italiana, qualquer coisa eu compartilho com ela e fugimos as duas pela Europa. Olha que fim romântico?
-Pietro: Cadê a garota com vibe de patricinha narcisista com um ego inflado e além disso é mimada pelo pai? - ele questionou rapidamente, ao erguer-se do acolchoado.
Eu mantive-me silenciosa, bem, eu já desconhecia essa personalidade a um tempo. Acho que desde ter beijado aqueles lábios amelados e viciantes.
-Ohana: Não importa. - mencionei ao erguer-me e sentar-me ao seu lado, ainda sendo posta sob seu olhar atencioso.
Levantei-me em seguida, pegando o aparelho telefônico sobre a escrivaninha. E antes que Pietro saísse, pude ver seu risinho orgulhoso e sentir seus lábios tocarem minha testa em um beijo rápido.
(...)
Oliver levou-nos pra faculdade na manhã seguinte, e minha desculpa pronta de que tinha um portfólio pra finalizar com alguns alunos após o almoço, foi o suficiente para não entrar em conflito com meu pai. Ele até sugeriu que eu usasse seu cartão de débito, acho que havia acordado de bom humor.
Assisti ao lado de Pietro os 3 primeiros demorados horários, antes que tivéssemos 20 minutos de tempo vago. Ao sair da sala, Pietro seguiu direção até a saída do campus com os gêmeos, e eu neguei acompanhá-los quando soube que Larissa estava a dois andares acima.
Adentrei o elevador e tomei destino até a sala principal de reuniões, onde a observei guardar alguns papéis em sua bolsa. Já estava sozinha, e então fechei a porta, podendo por fim atrair sua atenção. Seu sorriso fraco, mas magnífico foi notório quando me viu, mesmo que sua expressão fácil fosse cansada.
-Ohana: Eu estava com saudade. - sussurrei em seu ouvido, a fazendo sorrir um pouco mais. Por ter me visto confessar o que nunca foi dito em voz alta.
Selei seus lábios carinhosamente em um beijo terno, e rápido. Envolvi sua cintura, a abraçando quando suas mãos repousadas em meus ombros envolveram meu pescoço, aconchegando-me melhor.
-Ohana: Por que você está com essa expressão chateada? - questionei ao tocar seu rosto e encara-la.
Larissa diferente do comum, vestia roupas mais reclusas. Mas não deixava de perder o estilo, mesmo que ele fosse mais sútil. Sua expressão não era tão boa quanto costumava, algo a incomodava e eu sabia.

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Impensado
FanfictionIvana Lefundes e Sidney, haviam tido gêmeos... e bem, eles haviam crescido com educação invejável, e padrões comportamentais ensinados. Mas será que fariam jus ao nome da família tão renomada e honrada? E quanto a Larissa? Quando apareceria no cami...