67

879 81 5
                                    

Ohana:

Larissa conversou com os filhos sem pôr em pauta o fato de que havia visto o ex marido a pouco tempo. Estávamos no aeroporto, e ela acabava de finalizar a ligação. Era por volta das 5:00 da manhã, e nos encontrávamos na área de embarque, com o voo adiantado para as Maldivas. Havíamos optado em conjunto por isso, afinal ela passaria a se sentir mais segura, e eu mas aliviada por vê-la bem. Não havíamos conseguido antecipar a viagem para a Tailândia, então cheguei a conclusão de que a levaria para passar nas Maldivas, os dias que teríamos de passar na Turquia por não conseguirmos voo.

Durante o voo, a tive sonolenta em meus braços mesmos que estivéssemos na cabine executiva e ela tivesse um espaço só pra ela. Ultimamente tínhamos ficado ainda mais apegadas, acho que o fato de nos compreendermos bem demais favorecia cada vez mais isso.

-Larissa: Ele vai dizer que tivemos sorte... - disse assim que adentramos o hotel e o ar pareceu mais leve, longe de todo aquele passado nostálgico.

-Ohana: Caras como ele sempre dizem que os outros tiveram sorte. - respondi-a paciente, ao tê-la abraçando-me pela cintura. - Eu não tenho sorte...

Selei seus lábios com um selinho rápido, e toquei-lhe o rosto acariciando-o alternante.

-Ohana: Eu faço minha própria sorte. - conclui, tocando-lhe a ponta do nariz. E logo a vi sorrir ladina.

(...)

Tínhamos a frente uma bela vista do oceano, era simplesmente magnífico. A água azul banhava toda a costa, finalizando-se a areia branquinha que interligava-a a superfície. Éramos capazes de ver o solo abaixo da água, era tudo simplesmente cristalino. A temperatura era elevada, o que nos levava ao agora.

Eu tinha Larissa sentada entre minhas pernas, enquanto minhas pernas abraçavam sua cintura, e as suas permaneciam submersas na água da piscina. Minhas mãos passavam por suas costas parcialmente desnudas, não totalmente pelo biquíni que vestia. Eu deslizava o protetor solar sem colocação com extrema facilidade, enquanto sentia sua pele arrepiar já mesma facilidade.

A vi sorrir ladina quando notou que eu percebia sua sensibilidade ao meu toque. Finalizei o que fazia, e selei-lhe um beijo na bochecha quando seu corpo encostou-se no meu. O produto secava rápido, o que não destruiu sua passagem recente.

Era perfeito olhá-la naquela posição. Larissa carregava consigo todos os desejos que chamavam por mim inevitavelmente, indiretamente. Cada maldita parte dela me atraía severamente, e eu entregava-me cada vez ao nosso amor nada passageiro. Beijei seu pescoço em um carinho espontâneo, e sorri fraco quando inalei o perfume importado. A agarrei melhor por trás, enquanto encarávamos a vista que tínhamos.

-Ohana: Se sente melhor... aqui? - questionei baixinho, atraindo ainda mais sua atenção.

-Larissa: Só de está com você... sim. - respondeu com um riso notório.

Beijei seu ombro de leve, e engoli em seco quando senti suas mãos deslizarem pelas minhas coxas com lentidão. Eu sentia o arranhar das suas unhas, e aquilo causava-me sensações indescritíveis.

Acabamos comendo ali mesmo, entre assuntos banais almejando não retornarmos ao que tinha acontecido a poucos dias. Levei um morango até sua boca, e a vi sorrir boba com minha atitude tomada. Levei alguns dos seus fios insistentes e os coloquei atrás da orelha, selei seus lábios com um beijo rápido, e aquilo tornou-se intenso em um fechar de olhos. Uma de suas mãos foi levada ao meu rosto, e ela virou-se parcialmente, somente o tronco,  enquanto eu inclinava-me para manter o beijo, guiando o ósculo e sentindo sua outra mão apertar minha coxa.

Contanto que ela me amasse, poderíamos estar em qualquer lugar do mundo. Com ou sem dinheiro, com ou sem moradia. Em momentos dificultosos ou vitoriosos. Eu seria para sempre sua platina, sua prata ou seu ouro. Deste de... me amasse como eu a amava.

-Larissa: Hum.. - sussurrou quando nos desvencilhamos em meio a um riso espontâneo, e uma mordida de lábio inferior. - Não faz assim...

Larissa:

Tive os lábios beijados outra vez, e logo em entreguei aquele ósculo famélico enquanto sentia lentamente sua mão tocar meu abdômen e subir lentamente até meu pescoço. Segurando-o com maestria enquanto guiava-nos.

Nunca me imaginei estando nas Maldivas com uma aluna da faculdade qual eu era dona, qual mesma era filha das pessoas que me ajudaram e tornaram-se meus maiores medos depois. E agora... eu encontrava-me completamente segura em seus braços, desfrutando do seu afeto, dos seus toques e da sua energia positiva. Ohana era pra mim, um porto seguro. Como uma ilha paradisíaca onde eu buscava conforto todas as vezes que o mundo passava a parecer perigoso.

-Ohana: Thiago vai pra cadeia assim que.. tudo planejado ocorrer bem. - disse paciente após finalizar-mos o ósculo e ela encarar-me apaixonada.

-Larissa: Eu não sei o que seria sem você... - sussurrei em um fio de voz. - Sério.

Ela apenas sorriu de canto, roubando-me um selinho seguidamente.

-Ohana: Prometo que seu nome não sairá em nenhum lugar, e que ninguém, vai saber que um dia foi alvo de agressão por ele. - disse paciente pois compreendia meus motivos. - Eu sei que não quer ser vista em posição de pena, e que também não quer ter a reputação desestabilizada por ele. Então... vou fazer de tudo, pra manter sua carreira intacta. E garantir, que ele não atrapalhe sua vida outra vez.

Sorri em meio a toda calma expressada enquanto ela explicava-me de maneira complexa o que aconteceria. Para deixar-me segura de tudo, e não me machucar com nada oportuno. Eu simplesmente adorava aquele jeito cuidadoso, e carinhoso de ser. Pegava-me pensando quando aquela patricinha arrogante, egocêntrica e narcisista havia aberto mão de tudo aquilo pra pensar em mim. Eu já não me surpreendia com seu cuidado, seu afeto, afinal ela havia mostrado-me ser alguém diferente a muitos meses.

-Ohana: Aí... - sorriu de canto. - Ainda vou casar contigo.

Foi impossível não rir daquela confissão qual eu também esperava concretizar um dia. Toquei-lhe a ponta do nariz e em meio ao riso ela roubou-me outro selinho. Ohana costumava ser sempre assim, atenciosa demais, carinhosa demais e presente demais quando eu realmente precisava dela pra um suporte emocional. E quando não precisava, apenas queria inconscientemente sua presença a todo segundo. Bem... nos necessitávamos.

Ela me ajudou a colocar-me em seu colo, suas mãos repousavam em minha cintura segurando-me com firmeza para evitar de me derrubar na piscina logo atrás. Minhas pernas abraçavam sua cintura e meus braços a envolviam no pescoço. Seus lábios encontravam-se junto as meus em selinhos rápidos dados com afeto. Sem intenção sexual.

-Larissa: Quer ter quantos cachorros? - questionei e ela sorriu. - Quando casarmos, ou depois que casarmos... sei lá.

-Ohana: Ah... quantos quiser. - respondeu paciente, antes que eu deitasse a cabeça em seu ombro e ela deslisasse as mãos pelas minhas costas. Realizando um carinho sútil.

Impensado Onde histórias criam vida. Descubra agora