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Ohana:

Meu pensamento até o fim da aula foi, "o que éramos?" Estávamos apaixonadas, demonstrávamos afeto, mas nunca falávamos sobre isso. Bem, acho que eu tinha mais coragem do que ela pra por em pauta tudo que estava literalmente entalado. Eu não a queria somente como minha personificação de desejo, ela era mais que meu passa tempo, mais que um corpo desnudo disponível pra me dar prazer. Eu queria receber seu carinho, escutar sua voz rouca e arrastada quando estava sonolenta, ajudar ela com problemas cotidianos e estar ao seu lado quando necessitasse de mim.

-Ohana: Vou pedi-la em namoro. - mencionei em impulso, enquanto caminhava até o Cadillac, ao lado de Pietro.

-Pietro: O que?! - questionou confuso e surpreso. - Eu pensei que essa era só uma fase maluca da sua vida fora de rotina.

-Ohana: Não é uma fase. - respondi ao franzir o cenho. - Eu quero ficar com ela.

-Pietro: É sério? - questionou duvidoso ao abrir a porta do carro pra mim.

-Ohana: É serio, e você vai me ajudar com isso.

(...)

Pietro:

Ela havia surtado de vez, eu tinha certeza disso. Talvez fosse algumas das suas milhares de personalidades, não é? Ela dava toda atenção ao aparelho telefônico, sentada ao meu lado enquanto sua expressão pensativa levava-me a pensar que ela tinha enlouquecido.

-Ohana: O que precisa pra uma decoração romântica? - questionou-me com seu olhar atencioso e obstinado.

-Pietro: Eu não sei, nunca namorei ninguém! - especifiquei confuso e surpreso com toda sua obstinação. - Você enlouqueceu de vez?!

-Ohana: Não, eu só cheguei a conclusão de que estou disposta a relacionar-me com alguém porque o que sinto é diferente. - ela explicou-me enquanto parecia buscar palavras. - Não é bobeira, eu acho que... a amo.

-Pietro: Já disse isso pra ela? - questionei tentando ajudá-la.

-Ohana: Não. - respondeu convicta, olhando-me atenciosa. - Mas quero falar, acho que já chega de ficar com toda essa enrolação. Não quero perder mais nenhum minuto. De fato não quero, Larissa é importante pra mim. Eu não encontraria outro alguém no mundo com seus detalhes únicos, e eu não quero esperar tempo o suficiente para que ela volte a achar que tudo não passa de um jogo.

-Pietro: Você é estranha. - mencionei encarando-a e ela revirou os olhos, o que falava era sincero e isso me surpreendia. - Ok, mas quando quer fazer isso?

-Ohana: Hoje? - questionou óbvia.

-Pietro: Ohana você nunca fez isso antes, tão pouco eu. - mencionei rapidamente. - Como é que a gente vai fazer isso?! Ainda mais hoje?!

-Ohana: Eu não faço a mínima ideia.

Do meio pro fim, Ohana conseguiu mostrar-me seu lado romântico que até então eu não sabia da existência. Encomendou um buquê de rosas caríssimo em uma das floriculturas de Los Angeles, assinou um pequeno cartão onde pedia que Larissa a encontrasse no início da noite, na nossa cobertura na praia, qual era raramente usada pelo fato das chaves ficarem com nossos pais. Mamãe havia dado a ela as chaves, depois de muita insistência. O endereço estava escrito, e junto ao buquê, dois presentes simples, entretanto de alto valor. Tudo foi enviado pro escritório da acionista e Ohana já esperava por uma manifestação vinda da morena.

-Kalil: Meu Deus... não era ela que não acreditava no amor? - questionou pondo os pensamentos em voz alta, enquanto caminhávamos seguindo Ohana pelas ruas de Los Angeles.

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