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Ohana:

Confesso que acordar e erguer-se no dia posterior foi completamente impossível. Larissa mantinha-se aninhada ao meu corpo, completamente nua, enquanto eu sentia-me dolorida por inteira.

Minha cabeça carregava uma dor insuportável, e ali, estática em meios aos lençóis de seda, me mantive a encarar através da vidraça qual serviam de parede para manter-nos embaixo d'água. Eu podia visualizar a água azulzinha, peixinhos que assim como nós estava próximo à costa. Entretanto, todos nós submersos.

-Larissa: Não sai... - reclamou em um sussurro sonolento quando tentei erguer-me.

Larissa abraçou-me um pouco mais forte, prendendo-se a mim. Afundando o rosto em meu pescoço, deixando-me a sentir sua respiração morna e compassada. Levei a mão aos seus fios longos e castanhos, jogando-os para a lateral. Respirei fundo, e cobri-a melhor.

Permaneci silenciosa, sem sair da cama como exigido por ela. Me coloquei a acariciar suas costas, por baixo dos lençóis de seda, perdendo-me nas águas cristalinas que vinham de encontro à costa.

(...)

Depois de um tempo tendo-a presa a mim, puxei-a para meu colo. Larissa colocou uma perna de cada lado, enquanto eu puxava o lençol de seda para cobri-la. Afundou o rosto em meu pescoço outra vez, e ali manteve-se.

-Ohana: Pedi café da manhã pra gente. - sussurrei baixinho, avisando-a do que havia feito minutos antes.

-Larissa: A gente pode ficar aqui? - pediu carinhosa. 

Ambas nos sentíamos ainda cansadas da noite que tivemos. Ficamos até pelo início da manhã na bendita festa, onde cheguei a rever alguns amigos brasileiros que ali também estiveram, e onde eles passaram a criar uma também intimidade com minha namorada. Havíamos  nos divertido de forma extrema, juntas, e quando retornamos para o hotel submerso. Partilháramos de um prazer único, um amor lento e quente.

-Ohana: A gente pode ficar aqui quanto tempo quiser. - sorriu fraco.

-Larissa: Sabe... você está me deixando mal acostumada. - disse em rouquidão, em um tom ainda sonolento. - Quando retornamos para os dias cansativos de Los Angeles, vou sentir falta disso.

Larissa levantou, levando consigo a peça de seda branca, cobrindo-se. Enquanto eu mantinha-me estática, sorrindo da sua movimentação pelo quarto. Ela catava as roupas jogadas ao chão, e até chegou a tropeçar em um dos nossos saltos.

-Larissa: Aí que ódio! Para de sorrir! - reclamou quando sentei-me na cama para fita-la melhor, sorrindo.

-Ohana: Para de ser tão estressada pela manhã... - pedi ao erguer-me em um impulso, agarrando-a por trás, deixando beijos em seu pescoço. - Hum?

-Larissa: Posso tentar. - mencionou em um fraco sussurrou, induzindo-me a abraça-la mais forte, quando entrelaçou as mãos nas minhas.

Adentramos em passos vagarosos o mediano banheiro, onde Larissa já nua ajudou-me a retirar as roupas que vestiam-me. Adentramos juntas e logo pudemos sentir a água gelada percorrer nossos corpos. Larissa tinha os braços em volta do meu pescoço, enquanto eu permanecia envolvendo sua cintura. Deitei a cabeça em seu colo, e suspirei pesado, sentindo suas unhas arranharem lentamente minha nuca. Em um carinho fraco.

Larissa guiou-me a erguer o rosto, buscando um beijo demorado. Seus lábios maltratavam os meus, mesmo que seguíssemos um ritmo vagaroso. Eu podia sentir sua mão segurar firmemente em minha nuca, guiando-me com maestria enquanto toda sensação afetuosa percorria-me.

-Larissa: Por Deus! Eu te amo muito! - disse entre dentes, em um sussurro falho.

Seus lábios róseos buscaram os meus outra vez, suas mãos adentraram meus fios loiros com ainda mais necessidade. Eu podia sentir o frescor em seu beijo, o leve sabor adocicado de hortelã. Sussurrei um recíproco "eu te amo" repleto de afeto, e logo tive suas mãos puxando-me pela cintura, guiando-me a juntar-me ainda mais a ela.

Quando saímos do banho, nos sentamos na cama enquanto ambas usávamos robe. Larissa levou um dos morangos aos meus lábios, e com um sorriso de canto, aceitei. Ela era sempre assim, muito cuidadosa, com uma personalidade única. Completamente apaixonante.

(...)

Deixei Larissa sozinha na cama, e caminhei ao banheiro quando meu pai telefonou. Sua voz paciente revelou-me que dele não viria nenhuma má notícia.

-Sidney: Magalhães foi meu cliente por alguns anos, entrei em comunicação com um antigo contato dele. Qual teve a vida prejudicada por partilhar das ações criminosas de Thiago, onde no fim terminou em um presídio no sul da Califórnia. Sem ajuda, defesa ou comunicação com a própria família.

-Ohana: O que conseguiu com isso? - questionei direta.

-Sidney: Informações valiosas o suficiente para garantir-me uma operação policial organizada. Um serviço extraoficial, digamos assim.

-Ohana: Acha que vai dar certo? - questionei duvidosa.

-Sidney: Eu o interligarei de alguma forma a atitude criminosa qual a polícia italiana pegará de maneira pacífica, em uma operação rotineira inesperada no meio da rota. Não preocupe-se eu farei de tudo para dar certo.

-Ohana: Ok, apenas garanta que ele pague pelo que fez.

-Sidney: Isso não colocará Larissa de forma alguma na linha de fogo ou em exposição, mas de alguma forma, ele irá para a cadeia. Mesmo que não seja em nome dela.

-Ohana: Isto tudo é por ela. - afirmei convicta. - Pela vida dela, por tudo que ela passou. Por nada mais, somente por ela.

-Sidney: Apenas, cuide-a, filha. Tenho visto que essa mulher verdadeiramente importa para você. - ele disse-me calmo.

-Ohana: Me importa muito... muito mesmo.

Retornei ao quarto com um sorriso fraco e mentiroso, entretanto ela pareceu não notar. Era melhor assim, eu não queria que ela retornasse a pensar naquele passado todo. Aninhei-me ao seu corpo, qual possuía apenas um fina lingerie turquesa, comprada por mim ainda em Los Angeles.

-Larissa: Tudo bem? - questionou referente a ligação tida por mim de maneira inesperada.

-Ohana: Claro! - sorri fraco, escondendo meu rosto em seu pescoço. Tornando mais fácil sustentar aquela mentira. - Era só o Pietro, enchendo-me com sua saudade sufocante.

-Larissa: Jura? - questionou baixinho.

-Ohana: Juro. - assenti milimetricamente assim que ela induziu-me a erguer para olhar em seus olhos, convincente o suficiente.

Inclinei-me selando seus lábios, ao mesmo tempo em que permanecia sentada em suas pernas, e ela deitada. Sua mão foi de encontro a minha bunda. Com uma das mãos eu apoiava o corpo, repousando-a acima do seu ombro. E com a destra livre, afastava alguma fios dos longos cabelos castanhos insistentes a irem ao seu rosto.

-Ohana: Temos reserva pra um restaurante maldiviano bem reputado. - eu disse baixinho, roubando-lhe um selinho tendo-a sorrindo outra vez.

-Larissa: Pensa em tudo mesmo... -  mencionou acariciando minha bunda de maneira espontânea. - Como consegue ser assim? Tão perfeita.

-Ohana: Não sei, você desperta isso em mim. - afirmei roubando-lhe outro selinho. - Deveria questionar a si mesma... - aprofundei o beijo, sentindo suas mãos firmes tocarem minha pele com mais pressão.

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