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Pietro:

Ohana adentrou a mansão sem paciência alguma, a fúria era notória em seu olhar lançado com desprezo. E eu logo soube que tudo que planejamos manter nos 15 dias iria por água abaixo se ela o visse.

-Ohana: Cadê ele? - questionou nossa mãe, assim que a avistou, entretanto a empresária manteve-se silenciosa.

-Ivana: Eu não sei, Ohana. - respondeu óbvia, encarando-a, após alguns segundos de confusão.

-Ohana: Diga a ele que vamos ter problemas se ele continuar intimidando ela. - soou rígida, antes de subir as escadas.

-Ivana: Então quer que ele saiba? - questionou confusa.

-Ohana: Por mim tanto faz. - respondeu sem paciência.

-Ivana: Aonde você vai? - assim que a figura feminina subiu as escadas em direção a gêmea, levei a mão ao rosto escondendo minha expressão de estresse com toda aquela discursão.

-Ohana: Cuidar dela. - respondeu óbvia em um tom regulado. - Ou vai querer me impedir também? Eu não sou um objeto prestes a quebrar!

-Ivana: Eu não vou impedir você, faça o que bem quiser. - minha mãe soou paciente enquanto observávamos a loira.

Ohana colocava algumas roupas em uma bolsa de grife, sem dar-nos atenção.

-Ivana: Iremos resolver isso, entendeu? - minha mãe segurou-a pelo punho de maneira sútil, de forma indireta querendo sua atenção. - Esse seu olhar devasso, cheio de devoção e admiração quando alguém fala dela é mais que protetor. E agora posso compreender.

-Ohana: Não era você, que não faria nada? - ela soou impaciente.

Ohana conseguia tirar-nos do sério quando queria, mas desta vez estava mais certa do que nunca.

-Ohana: Se ele sonhar em acabar com a identidade e a reputação dela, saiba que farei o mesmo com a minha. - disse sincera, ao aproximar-se da nossa mãe e encara-la com seriedade. - E ai eu serei tudo que vocês nunca quiseram que eu fosse.

Ohana desconhecia a palavra limites. A nossa imagem quem levava-nos a ser quem éramos e a termos tantas portas abertas onde quer que fôssemos. Éramos praticamente os filhos perfeitos e era por isso que nosso pai zelava tanto disso. Além de que, recebíamos patrocínios de grandes empresas e as vezes até modelávamos para elas.

Nossa reputação era de fato, primordial dentre as questões.

-Ohana: Não me espere hoje. - disse antes de pegar a bolsa e calçar um tênis.

Ohana:

Desci as escadas com pressa e Pietro tão pouco deu-se o trabalho de vir atrás de mim. Peguei as chaves do meu carro e então minha mãe parou-me na garagem, antes que eu saísse.

-Ivana: Eu disse que não interviria. - soou paciente. - Mas vou inventar alguma desculpa pra que ele te deixe em paz ao menos por hoje, e amanhã conversamos. Tudo bem?

-Ohana: Ta... tudo bem. - respondi mais calma, e ela abraçou-me em seguida.

Ela queria ajudar porque sabia que as vezes meu pai podia ser possessivo demais, como agora. Um motivo banal tornava-se pra ele uma discursão tremenda, e era isso que irritava-me de maneira extrema.

-Ivana: Vai ficar tudo bem, eu prometo. - sussurrou ao meu ouvido antes de selar um beijo rápido em minha bochecha e afastar-se para que eu entrasse no carro.

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