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Larissa:

A observei dormir por alguns minutos, enquanto dividia-me em olhar pro relógio marcando 22:40 da noite e seu corpo escultural deitado na cama. Seus cabelos longos e loiros espalhados pelo travesseiro, enquanto deitada de bruços. O moletom que vestia largo e era meu, mas eu ainda podia imaginar seu corpo nu por baixo dele.

Afastei alguns fios insistentes que caiam sobre sua face angelical, e então selei sua bochecha com um beijo demorado ao despedir-me. Antes de sair do seu quarto, apaguei as luzes e respirei fundo, inebriando-me com o cheiro do seu perfume doce e marcante. Qual eu sentiria falta nos próximos dias. E então... fechei a porta, desci as escadas e dei-me direção até meu carro. Adentrando-o e ligando-o em seguida, afastando-me da mansão que pertencia a loira... dona dos meus pensamentos.

Ohana:

Quando acordei, já era manhã. Larissa já não estava comigo e eu nem se quer sabia quando havia ido embora. Essa hora já estava longe de Los Angeles e quando peguei-me pensando nisso, respirei fundo e suspirei frustrada.

O dia já não me parecia produtivo e alegre...

-Pietro: Levanta. - soou sério ao adentrar meu quarto com rapidez.

-Ohana: Ah claro... - mencionei frustrada. - Só faltava você gritando em plena 6 horas da manhã.

-Pietro: Se fosse a fugitiva gemendo no seu ouvido ás 6 da manhã você não estaria reclamando. - ele disse rapidamente, retirando de mim o edredom.

-Ohana: Obviamente não. - sentei-me na cama, escondendo o rosto entre as mãos.

Ergui-me da cama quando ele saiu e fechou a porta, dei-me o prazer de um banho quente e demorado. Vesti-me sem pressa e então desci as escadas. Tomei o café da manhã junto com Pietro e em seguida Oliver nos levou pra faculdade. Durante a tarde eu finalizaria o trabalho com Nic, e após isso jogaríamos um partida de vôlei. Ele passaria a frequentar a acadêmia comigo, havíamos combinado isso e eu esperava no fundo que ele cumprisse... porque se dependesse apenas de mim, não levaria muitos dias pro fracasso acontecer.

-Nicolas: Poderia dormir lá em casa, como de costume. - ele sugeriu enquanto caminhávamos em direção ao carro do seu motorista.

-Ohana: Não seria incômodo? - questionei a ele e ele sorriu ladino, revirando os olhos.

-Nicolas: Minha mãe viajou, podemos fazer barulho. - mencionou. - Além do mais, Felipe vai dormir lá esta noite.

Eu sorri feliz por ele, e assenti milimetricamente. Era sempre incrível passar momento com os gêmeos, eles era respeitosos e sabiam manter momentos legais. Faziam deles, inesquecíveis.

-Ohana: Preciso pensar. - mencionei duvidosa sobre sua proposta.

(...)

Durante a tarde, fizemos o combinado. Finalizamos o enorme projeto que entregaríamos no dia posterior, no caso na quinta-feira. Fiquei um tempo deitada na sua cama enquanto ele atendia um telefonema da mãe, que instruía-o sobre algo que tão pouco me interessava. Eles falavam em italiano, e confesso que a voz rouca de Nicolas ficava com um timbre grave e apaixonante.

-Nicolas: Estou exausto. - ele mencionou ao finalizar a chamada e deitar-se ao meu lado.

-Ohana: Eu estou frustrada. - revelei e ele sorriu fraco.

-Nicolas: Com o que? - questionou confuso. - Alguém machucou esse coraçãozinho malvado?

-Ohana: Não, ninguém nunca irá machucar meu coração ruim. - ergui-me, sentando-me. - Porque eu só me importo com dinheiro, negócios e estudos.

-Nicolas: Claro... - soou irônico e eu sorri ao suspirar fundo. - Está apaixonada por alguém... seu olhar mudou.

-Ohana: Não quero falar sobre isso. - revelei e ele olhou-me surpreso. Afinal, eu não diria que o alguém era sua mãe.

Respirei fundo e ele notou minha inquietação, chamou-me para descer e eu agradeci internamente por isso. O silêncio não me pareceu confortável, eu estava tímida e corada enquanto ele sorria ladino e compreensivo.

-Nicolas: Santiago, mamãe pediu que impeça Matteo de sair esses dias. - o informei e o homem assentiu obediente.

-Matteo: Qual foi? Eu já sou maior de idade. - ele refutou a ideia, tirando a atenção da TV e encarando-nos.

-Santiago: Sua mãe quem manda garoto. - o repreendeu um pouco distante, levando-nos a sorrir patéticos. - Você ficará em casa.

-Matteo: Mas ela não nos proibiu de fazermos festa em casa, não é? - questionou sorrindo fraco, com um olhar semicerrado e uma expressão nada madura.

-Santiago: Não. - respondeu pensativo. - Mas caso ela chegue inesperadamente no fim de semana, e esteja bêbado. Não me responsabilizo.

Matteo imaturo como sempre, sorriu como outrora. Levantando-se do sofá e de maneira desajeitada pulando o encosto.

-Santiago: Por Deus! - repreendeu. - Não faça isso, sua mãe irá me matar.

-Nicolas: Você ainda vai matar o Santiago do coração, da pra você parar? - Nicolas repreendeu o irmão, com a voz em tom sério, mas brincalhão. Logo seu sorriso bobo foi notório.

Jogamos vôlei depois que meu irmão chegou, e após isso tomamos banho e nos reunimos pra ir em um restaurante no centro de Los Angeles. Na volta, eu e Pietro optamos por dormirmos em casa, e deixarmos pra dormir na casa dos gêmeos outro dia. Eles foram super compreensivos.

(...)

Durante a noite, surpreendentemente Larissa contatou-me por uma chamada. Eu podia ouvir o barulho urbano e os cassinos, e logo reconheci que ela estava em Las Vegas.

-Ohana: O que foi, ficou com saudade? - questionei, ouvido sua risada.

-Larissa: E você estava esperando eu ligar? - soou convencida. - Atendeu rápido, e na verdade já deveria estar dormindo. Está tarde.

-Ohana: Quando volta? - questionei baixinho.

-Larissa: Assim que finalizar tudo que preciso fazer. - respondeu-me inconclusa. Eu queria a data e a hora.

Ficamos em silêncio por alguns minutos, pude ouvi-la respirar compassado e o barulho da porta do carro se fechando.

-Larissa: Como foi seu dia? - questionou calma.

-Ohana: Estressante. - respondi sincera. - Mas deixou de ser tão ruim porque passei a tarde com Nic.

Conversamos por pouco tempo, e então ela se despediu. Disse que estava ocupada e precisava retornar ao trabalho, e então deixei que fizesse. Deitei-me na cama como outrora, e tentei pegar no sono, o que foi um pouco difícil.

(...)

Na quinta-feira tive uma manhã ocupada demais na faculdade, e durante a tarde me dei liberdade pra ficar o dia inteiro sem fazer nada. Apenas comendo doces e assistindo filmes idiotas. Na sexta, fiz a mesma coisa. Além do mais, eu não tinha tantas responsabilidades assim, já que tinha colocado algumas matérias em avanço.

E no fim da noite, tanto eu quanto Pietro e inúmeras pessoas da faculdade comparecemos a festa realizada por Matteo. As portas que dividiam a casa da enorme área de lazer estavam fechadas, mantinham a área interna limpa e organizado como sempre. Entretanto, do lado de fora, a música era alta e havia bebidas por todo canto. Talvez eu já não estivesse em minha sobriedade completa...

Acho que a noite seria longa.

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