Ohana:
A noite havia chegado e a mansão começava a ficar parcialmente movimentada. Pietro bebia algo alcoólico ao meu lado enquanto meu tédio era notório a todos que olhassem-me.
A avistei de relance passar pela porta que dava acesso à garagem e então coloquei o drink sobre a superfície de um móvel, e sem dúvida alguma caminhei até Larissa.
-Ohana: Ei. - chamei em um tom suficiente, para que desse-me atenção e olhasse-me como não havia feito a dias. - Não vai, por favor.
Seus olhos castanhos olharam-me ainda frustrados. Estática permaneceu, antes que eu desse um passo ao tentar ficar mais próxima. E confesso que doeu um pouco, quando ela afastou-se dando um passo para trás, recuando.
-Ohana: Não faz assim. - pedi falha.
-Larissa: Eu estou cansada da sua voz, cansada do seu rosto, cansada das suas escolhas e cansada do seu nome. - revelou em um tom mediano. - Me deixa em paz.
-Ohana: Ok, tudo bem. - afastei-me como queria, e engoli em seco. - Se ficar, prometo que não vou incomodar você.
-Larissa: Se eu estiver longe, também não vai. - soou dura.
-Ohana: Ei... fica. - pedi outra vez. - Não vou me aproximar de você.
Caminhei em direção contrária, deixando a decisão em suas mãos.
(...)
A hora foi passando, e enquanto isso, Arielle foi meu entretenimento. Passamos parte da noite nos corroendo, eu pela decepção e ela por ter aborrecido-se com Matteo.
-Arielle: Homens são um porre. - revelou antes de levar a garrafa de bebida alcoólica até a boca.
-Ohana: Humanos são um porre. - a corrigi.
Eu observava de longe, Larissa beber e dançar com os filhos, além de umas pessoas que eu mal conhecia. Já se passavam das 01:40 da madrugada. Estava animada, não por ter nos superado, mas pelo teor de álcool que começava alterava suas emoções.
-Melissa: Deveríamos beber e ficar com eles, não é? - questionou a marquesa.
A marquesa havia se afastado de certa forma, depois que pedi que nunca mais me procurasse com intenções sexuais, afinal ela já não era um objetivo pra mim. Agora, éramos apenas amigas.
A piscina estava lotada, estava algo realmente legal. Mas não pra mim. Eu só tinha olhos pro corpo feminino vestido por um biquíni branco de marca desconhecida até então, por conta da distância. A analisei caminhar até o bar montado ali, e então fui em sua direção quando Arielle pediu gentilmente que eu buscasse bebidas para nós.
-Ohana: Não acha que já bebeu demais? - questionei assim que a observei ingerir um shot de vodka.
-Larissa: Não é da sua conta. - soou em um tom regulado, aparentava ainda carregar sobriedade.
Um dos garotos que dançava com ela em meio aquele monte de gente, se aproximou e tentou iniciar uma conversa, entretanto meu olhar não foi nada confortável com isso.
-Ohana: Sai, agora. - soei nada paciente, o fazendo se afastar.
-Larissa: Sério isso? - questionou com um sorriso forçado, e então pedi uma toalha ao mordomo da empresária.
Envolvi sua cintura com a toalha, cobrindo sua bunda. Minhas mãos ainda estavam em sua cintura de certa forma, enquanto eu prendia para que não caísse. Ao terminar, Larissa evitou olhar-me e então caminhou para dentro da própria casa, tomando rumo em direção ao próprio quarto.
Caminhei atrás dela, após alguns segundos em dúvida, relutando. Subi os degraus rapidamente e antes que ela fechasse a porta do quarto, o adentrei, fechando em seguida.
Larissa:
-Ohana: Alguma coisa em você mudou em relação a mim. Está distante, fria. - ela dizia falha, tinha um ar choroso e eu podia ouvi-lo.
Virei-me para ela e então observei seus olhinhos marejados, ao mesmo tempo em que mantinha-se encostada na porta do meu quarto.
-Ohana: Eu sei que o que fiz foi errado. - engoliu em seco. - Mas... vou te deixar em paz, de agora em diante. Se é o que quer. É o que quer?
Olhou em meus olhos buscando uma resposta, e então mantive-me em silêncio. Apenas olhando-a.
-Ohana: Sabe por que eu te deixaria? - questionou chorosa, e em seu tom de voz percebi que estava sóbria. - Porque eu me importo mais com os seus sentimentos do que com os meus desejos. Eu não sou boa o suficiente.
Suas mãos ergueram-se ao rosto, escondendo o choro silencioso.
-Ohana: E eu estou apaixonada. - disse falha. - E é difícil admitir isso.
Dei passos curtos até ela, ficando ainda um pouco distante, enquanto também chorava.
-Ohana: E se quiser que eu vá embora... saiba que manterei minha promessa. Eu não esqueci dela. - disse olhando-me como outrora. - Eu não vou deixar nada e nem ninguém machucar você, nem mesmo eu.
Praticamente correu até mim quando dei a ela liberdade para fazer isso, suas mãos seguraram firmemente em minha cintura enquanto eu acariciava seu rosto delicado e angelical.
-Ohana: Se for pra escolher entre você e qualquer outra pessoa, eu escolho você. - disse em um sussurro. - Eu sempre vou escolher você. E eu estou sóbria o suficiente pra dizer isso.
Seu sorriso ladino me fez sorrir também, e observá-la em meio às lágrimas era tão belo quanto a vê-la sorrir distante. Seus olhinhos castanhos estavam intensos e mais brilhosos, carregavam vida diferentemente dos últimos dias. Sua boca almejou tocar a minha, mas afastou-se vagarosamente para esperar uma confirmação minha. E então, a beijei com lentidão, sentindo-me ser invadida pelo afeto que eu buscava com saudade durante todos esses dias.
-Ohana: Desculpa. - sussurrou após afastar-se e manter nossas testas coladas.
A ergui, colocando-a em meu colo. Suas pernas envolveram minha cintura enquanto eu a segurava com facilidade. Suas mãos delicadas tocavam meu rosto, mantendo-nos tão próximas como antes.
-Ohana: Dorme comigo hoje? - pediu baixinho. - Hum? Pietro vai ficar aqui, ele está sóbrio e cuidará dos meninos, com o mordomo. Eu levo você comigo.
Seus lábios buscaram os meus outra vez, cheios de saudade, envolvendo-me outra vez. Por mais que carregássemos um extremo desejo carnal, também carregávamos carinho, e neste momento não passava disso. Confirmei em ir com ela, e então peguei algumas roupas.
Ohana retirou a peça superficial que compunha seu look, cobrindo meu corpo a mostra. Passando a mão por meu ombro, abraçando-me de lado, guiou-nos até seu carro estacionado na área externa.
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Impensado
FanfictionIvana Lefundes e Sidney, haviam tido gêmeos... e bem, eles haviam crescido com educação invejável, e padrões comportamentais ensinados. Mas será que fariam jus ao nome da família tão renomada e honrada? E quanto a Larissa? Quando apareceria no cami...