Deixe Ir

Capítulo 28

— Ainda não acredito que até mesmo você não esperou por mim.

—Fui na onda. E a comida aqui é gratuita - o Bruno riu, ele estava muito bem vestido, não conseguia cansar de elogiar alguém quando essa pessoa é simplesmente linda em tudo.

— E não podiam pagar lá?

— Poder, até podíamos sim, mas a gente já tínha noção que tinha um luau, e vocês meio que demoraram também.

— Nem uma hora nós fizemos.

— Mas foi muito tempo.

— A gente estava no Spa, com máscaras faciais, claro que íamos levar tempo pra tirar aquilo e nos arranjarmos.

— Como foi o seu dia? - perguntei e dei um gole no me cocktail de frutas.

— Sem você, horrível.

— Você passou o dia com eles. - Apontei para os rapazes que estavam com os seus pares agora fazendo coisas aleatórias.

— Pois, e eles até são agradáveis e essas coisas, mas não passei o dia com você então isso automaticamente faz o meu dia todo ter sido mal passado.

— Você está sendo bem dramático.

— Estou sendo bem realista, no meu ponto de vista... Se eu tenho a oportunidade de passar o dia com uma mulher tão agradável como você e não o faço pra passar o dia de outra forma, então o dia, definitivamente não está sendo bem passado.

— E isso definitivamente começou um debate. - falei.

— Como?

— Você veio comigo Bruno, e eu sou muito grata por isso, mas você é livre de sair com outras garotas se você quiser...

— Eu não quero. - Ele me cortou.

— Existem um montão mulheres lindas e bem interessantes aqui, você é livre de fazer o que quiser. - Eu continuei. — Seria triste se você voltasse do Havaí sem nenhuma história interessante pra contar, ou memorias lindas pra recordar.

— Eu não voltaria sem memorias Theo.

— Não foi bem nesse sentido que eu falei.

— Por que que você acredita que você não é interessante e incrível?

Aquela pergunta me chocou um pouco.

— Eu nunca disse isso.

— Nem sempre as pessoas usam palavras obvias pra descrever uma situação, mas bons entendedores sempre entendem... - ele fez um movimento que fez as nossas caras estarem bem próximas.

— E adivinha oque? - eu não respondi. — Eu sou um fodido de um grande entendedor.

— As pessoas também ficam equivocadas sobre alguma coisa.

Ele ficou em silêncio.

— Eu não abdicaria de estar com você pra ficar com absolutamente ninguém nesse país inteiro.

As nossas caras ainda estavam muito próximas, e do nada comecei a sentir como se eu estivesse tremendo. Foram aquelas simples palavras que estavam a fazer aquilo com o meu corpo? Não, não podia ser, e não era mesmo. Era o meu telefone e vibrar na minha paste, eu sai do transe das palavras que o Bruno falou, levantei, fui pra um local mais calmo, e atendi o celular.

— Sem interesse nenhum em ligar pra nós fofinha? - ouvi aquela voz chata, mas eu sentia saudades.

— Chris! Meu Deus quanta saudade que eu tenho de vocês!

— Não parece. - Ouvi a Lia, eu estava na viva voz.

— Eu realmente esqueci de ligar pra vocês, fiquei completamente perdida aqui e bem distraída também.

— Foi um trabalhão que a gente teve pra ligar pra você, simplesmente nem chamava.

— Deve ser a mudança do país.

Olhei o meu celular por um instante e vi que eles me ligaram via e-mail, sim, também já tem essa possibilidade.

— Quanta irresponsabilidade, nós aqui muito preocupados, e você bem esquecida que nós existimos, as pessoas têm sentimentos Theoany! - a Lia falou meio irritada.

Pronto, o sermão chegou.

— Calma Lia, a gente já conseguiu ligar, só esquece tá bom. - O Chris tentou acalmar ela, e parece que funcionou.

Graças a Deus, já falei que amo aquele cara.

— E como vão as coisas aí no Havaí? - o Chris perguntou emocionado.

— Muito bem!! Estamos alojados num hotel bem maravilhoso e por conta do número insuficiente de quartos eu estou na suíte presidencial.

— Presidencial? Oh Theo, quanto de dinheiro vocês estão gastando aí?

— Bom, pouca coisa não, mas fizeram um desconto avultado por conta do quarto do Chace.

— O Chace está aí?! - a Lia meio que gritou.

— Claro que está, onde é que ele estaria? - o Chris respondeu por mim calmamente.

— E como é que você sabe que ele está lá exatamente? - a Lia semicerrou os olhos em desconfiança.

— Ué, ele me avisou.

— Oque!! - a Lia e eu gritamos em uníssono.

Olhei pra trás e vi que eu tinha me afastado um pouco do luau por conta do barulho, mas ainda tinham pessoas ao redor de onde eu estava a caminhar. Eu estava perto da mesa das bebidas.

— A gente conversa sabem? - Ele se defendeu.

— E porquê que você não avisou a Theo?

— Eu nem sabia que ela não sabia.

— Você viu que ela levou um amigo numa viagem que era pra casais.

— Eu achei que ela levou porque quis levar e... casais? A Monic e o Gray já estão juntos? Graças a Deus, aqueles meninos nunca iam se tocar. - falou e eu revirei os olhos.

— Bom, isso já não importa mais, viajamos e visitamos alguns pontos turísticos daqui, como a Cabeça de diamante, a baia de Hanauma, a cascata de Maona e tempos muitos sítios exóticos pra visitar.

—Tudo bem, olha nós vamos desligar, os amigos do Chris vêm jantar aqui em casa e parece que eles já chegaram. Não esquece que nós existimos de novo pelo amor de Deus.

— Claro, não volta a acontecer. - Eu ri.

— Se cuida.

— Tchau Theo, e controla o celular Jesus. - E eles desligaram

Eu realmente sentia saudades de casa.

Quando desliguei e olhei em volta vi que todos ainda estavam lá no palco, perto das Havaianas que dançavam.

Visto que estava em direção a mesa das bebidas, me virei e preparei uma pra mim, quando terminei de preparar e estava prestes a beber, alguém bateu nas minhas costas e a bebida foi toda pro chão.

— O meu sumo!

Ah, o filho dos infernos vai me pagar.

— Desculpa, eu estava bem distraído. - Me virei e vi de novo aquele cara da piscina.

— Olha... Não é que é a gata de ontem. - Ele fez de novo aquele olhar dele petulante e arrogante.

Começou.