Deixe Ir

Capítulo 21

Quando acordei já não se ouvia nada dos autofalantes, o quarto estava bem silencioso e iluminado.

Levantei da cama e fui até ao banheiro, fiz as minhas higienes e quando saí o quarto já estava todo arrumado, possivelmente era o serviço de quartos, e foi muito rápido e prático.

Terminei de vestir um fato de praia bem confortável e entrei na sala e vi o Bruno esparramado no sofá de calção e uma t-shirt.

- Bom dia! - falei e alcancei a mesa já preparada com muita comida.

-Bom dia, ou boa tarde. - Ele falou quando levantou do sofá e me abraçou.

- Tarde? Que horas são? - perguntei com a boca cheia.

- Uma da tarde. - Deu de ombros e sentou bem na minha frente na ilha da cozinha.

- Tão tarde! - resmunguei ainda com a boca cheia.

- Bom, nós estávamos todos cansados da viagem.

Eu acenei em confirmação.

- E os outros? Não passaram aqui?

- A Weza e o resto das garotas foram passar o dia no spa do hotel. Ela passou aqui pra vir saber se você queria ir também, mas você estava dormindo, os rapazes todos eu deixei na sala de jogos, muito incrível aquela sala.

- Você já estava com eles? E porque você voltou aqui? - perguntei muito rápido e acabei por me engasgar por conta de toda comida que estava na minha boca, e o Bruno bateu nas minhas costas e continuou.

- Ficou chato, e não só, eu vim pra fazer companhia a você, eu estava lá em baixo, mas subia constantemente pra ver se estavas acordada.

- Obrigada. - Agradeci quando ele parou de bater nas minhas costas.

- E o Chace?

Merda, perguntei rápido demais de novo. Mas o Bruno simplesmente sorriu de canto.

- Estava aqui ainda a pouco, ao contrário de mim ele não desceu com os outros, sempre que eu subia encontrava ele aqui.

Onde será que foi? Mas eu também não devia me preocupar com isso.

Terminei de comer, levantei e tentei ler melhor as instruções sobre o sistema de som, mas eu não entendia absolutamente nada.

- O que foi? - o Bruno veio ao meu alcance novamente.

- Ontem, de repente como começou a soar uma música muito agradável e na verdade foi o que me fez adormecer, mas ao que parece a música só tocou no meu quarto. - falei confusa.

- No seu quarto tocou alguma coisa? - ele só negou com a cabeça.

- Eu só quero entender como ele funciona, talvez foi automático ou assim... - falei perdida em pensamentos.

- Que tal...- ele me recebeu a fixa informativa. - Irmos passear um pouco pela cidade de Honolulu? - perguntou todo emocionado e com um sorriso radiante.

- Eu não conheço nem onde é o banheiro daqui do hotel, como vamos girar a cidade?

- Eu tenho um mapa, e segundo as políticas daqui eles disponibilizam carros pra os hóspedes irem até ao centro da cidade. Quer dizer que temos como voltar sem nós perdermos, e como já falei, tenho um mapa para nos locomover pela cidade, pelo menos o centro da cidade.

Eu olhei pra ele cético.

- E eu tenho dinheiro comigo, podemos comprar lembranças para a sua irmã e cunhado. - Ele riu que nem uma criança.

- E você para os seus irmãos. - Sorri de volta.

-Exatamente. Os outros tiraram o dia pra descansar, nós vamos descobrir! - eu concordei.

- Tudo bem então, vou pegar a minha bolsa.

Os olhos dele brilharam.

...

- O Havaí é muito visitado por conta das praias, vulcões, luau e muitas outras coisas. - O Bruno falou mais pra ele do que pra mim quando tentava inutilmente descodificar o mapa do centro comercial onde o carro do hotel nos deixou.

Estávamos no Ala Moana Shopping Center, aparentemente um dos maiores centros comerciais de Honolulu e estava bem cheio e movimentado

- Eu acho que devíamos simplesmente andar e descobrir, estamos parados aqui a 10 min, e até agora você não entendeu o mapa Bruno.

- Eu vou... eu vou conseguir. - Insistiu e eu bufei aborrecida.

Depois de um tempo ele desistiu do mapa e simplesmente andamos sem nenhum ponto específico. O edifício tinha quatro andares, a nossa primeira paragem foi na loja de Chapéus, eram tão lindos e simples, impossível resistir. A loja era bem pequena até e tinha um carro antigo bem brilhante dentro da loja e por cima do carro tinham vários chapéus também.

O Bruno experimentou vários Chapéus, e várias vezes fez feições desnecessárias e engraçadas quando os colocava. Eu também experimentei alguns e quando decidimos quais levar, pagamos e saímos da loja.

Tinham moças vestidas com aquelas saias havaianas dançando no centro do shopping.

A seguir entramos numa loja de perfumes, depois numa de lembranças e nela tinham vários bonecos e coisas sobre a cultura havaiana, decidi comprar algumas lembranças para o Chris e a Lia. Visitamos boa parte das lojas do Ala Moana Shopping Center, embora muitas vezes não comprássemos mesmo nada, outras vezes sim, tinham inúmeras lojas, como, a loja da Gucci, Jams World, Victoria's Secret, Jimmy Choo, Doce e Gabbana, Fendi, Bath e Body Works, Disney, Lego entre outras lojas maravilhosas lá, tinham salas de jogos, salões de beleza, cinemas também.

Tinha uma loja, a GameShop, foi um bocadinho trabalhoso tirar o Bruno de lá, era uma loja de jogos para a PlayStation, XBox , Nintendo e muitas mais, foi muito difícil tirar ele de lá, ele não tinha muita vontade de sair de lá, disse que aquilo era a casa que ele sempre procurou.

Exagero.

Depois de muitas horas de compras paramos em uma das praças de alimentação que tinham lá.

- Não sabia que andar por tanto tempo sem destino podia ser assim tão cansativo. - O Bruno falou quando mordeu o Hambúrguer pela terceira vez.

- Você não está acostumado a fazer compras?

- Nem por isso mesmo, as minhas compras são bem rápidas.

- Ah claro, vocês compram a primeira coisa que aprece afrente dos olhos. - Comecei. - Os detalhes. - falei e ri.

- Isso é uma suposição muito errada que vocês têm, claro que notamos os detalhes, mas não precisamos dos 25 minutos que vocês gastam pra escolher uma simples coisa.

- Isso é uma grande mentira, e mais, existem homens que fazem a mesma coisa, uma vez eu saí com o Ryan e ele fez quase 15 minutos só escolher o que queria comer.

- Isso é simplesmente um caso em um milhão. - Deu de ombros.

- Não acredito muito nisso, os homens tanto das mulheres que não conseguem nem admitir quando pegam as características deles, ou até mesmo as características que eles sempre tiverem, mas reclamam ao ver nos outros, A lei do espelho. - falei como se eu fosse uma grande filosofa.

- Debates sobre homens e mulheres atingem extremos intensos, e eu estou cansado demais para começar um. - falou quando terminou o Hambúrguer.

- Está fugindo é? - pisquei pra ele que só riu.

- De você? Nunca. - Piscou pra mim de volta e eu estremeci.

Não consegui ver aquilo como uma brincadeira.

- Vamos para o hotel? Eu estou realmente cansada.

- Eu também, e acredito que aquele cara deve estar bem irritado conosco, ele nos seguiu por quase todas as lojas e agora está lá no carro. - O Bruno apontou o motorista que agora estava no carro com as nossas sacolas.

- Então acho melhor irmos embora. - falei e levantei.

- Sim. - Ele confirmou, e fomos embora.