Capítulo 70

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Aquilo aconteceu rápido demais, eu nem me apercebi em que momento eu reuni forças pra fazer isso. Com o braço direito no ar, eu o baixei devagar e olhei pra ele que continuava com o rosto na direção aonde o impacto do tapa que eu dei nele o colocou.

Com o rosto do outro lado olhando pro chão, ele não falou nada. Eu baixei o meu braço e deixei outra lagrima escorrer pelo meu rosto.

- Você fez uma promessa. - falei quando finalmente olhou pra mim. - Você fez uma promessa pra mim Chase, uma em que eu.... - Solucei. - Preferi acreditar durante muito tempo que você estava mantendo-a.

- Eu nunca...eu nunca a quebrei Theo... - ele quase sussurrou.

- Porquê Chase?

Ele desviou o olhar do meu no mesmo momento.

- Porque você continua negando? Eu vi.

A essas horas eu já nem me importava se o meu rosto estava completamente borrado de maquiagem por causa das lágrimas, eu já não me importava com mais nada.

- Me deixa explicar.

- Você não imagina...quantas noites eu passei acordada pensando, quantas noites eu...eu...

- Theo, me deixa explicar!

- Ganhou coragem?

- Eu sei que você me viu com ela, mas...

- Você me fez uma promessa porra! - eu gritei apontando o dedo nele. - Eu acreditei em você Chace....tão perdidamente, e loucamente pra descobrir...que foi sempre uma mulher. A resposta pra tudo, todas as minhas inseguranças...os meus medos... as minhas lágrimas...porra eu entrei em depressão por causa dessa merda.

Ele não parecia acreditar no que estava falando.

- Eu fiquei doente Chase...doente de você...porque você nunca estava aqui, estava sempre viajando...sempre no celular...sempre me excluindo...sempre me colocando pra fora do seu espaço, e porquê? Já tinha alguém fazendo o meu papel.- falei sarcástica.

- Não é nada disso.

- Então porque você me fez acreditar nisso todos os dias?

- Eu só...não queria deixar você preocupada...

- Ah...- eu ri. - E como você fez isso tão bem.

Ficamos em silêncio só olhando um pro outro.

- Foi sempre uma mulher...- repeti mais uma vez pra mim mesma e respirei fundo fechando os meus olhos e abrindo.

Ele passou as mãos no rosto de nervosismo.

- Sim... - ele falou devagar e eu abanei a cabeça sentindo os meus olhos começarem a arder. - Foi sempre uma...mulher.

Eu não aguentei o peso do meu corpo e cai de joelhos no chão, caí e chorei. Dizer aquilo pra mim mesma era uma coisa, mas ele admitir aquilo em voz alta, me derrubou.

Ele andou até mim e ajoelhou ficando de frente a mim.

Vi uma lágrima solitária escorrer pelo rosto dele mais uma vez.

- Foi sempre uma mulher Theo...- ele olhou profundamente nos meus olhos. - Uma mulher que não me deixava dormir...uma mulher que me fez eu me afastar de você...uma mulher que me fazia chorar escondido, mas eu sei que você via...uma mulher...- ele desviou o olhar do meu. - Que me destruiu.

Eu não conseguia controlar as lágrimas.

Tentei tocar o rosto dele, a minha mão hesitava, eu estava trêmula demais, a minha mão simplesmente não avançava.

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