Capítulo 81

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Bruno P.O.V

Sem muita dificuldade encontramos a casa do Aaron, ou seja, a mansão de campo dele, aquilo não era uma simples casa de campo, não, não podia ser.

Nós escondemos o carro por trás de algumas arvores e arbustos que tinham lá no caminho da casa dele, quando chegamos lá nos apercebemos que o guarda tinha razão ao dizer quer era meio suspeito, não havia mais nenhuma casa lá nos arredores tirando a do Aaron, era realmente uma estrada de sentido único, e terminava com a casa do Aaron. Não minto que houve um enorme sorriso de satisfação no meu rosto quando achamos, o Chase meio que duvidou a princípio, mas quando descemos do carro porque a ligação com câmera do Kellan de repente ficou péssima, nós constatamos que a casa era dele, nós vimos o interior da casa pela câmera, e aquela mansão era definitivamente a cara dele.

O Chase tinha razão e os caras realmente passaram por onde nós estávamos provavelmente nos procurando, mas nós permanecemos escondidos e silenciosos eles deram duas voltas pelo quarteirão e quando do não encontraram o carro desistiram e felizmente foi no momento em que a transmissão embora que falhando, voltou e vimos o Kellan saindo do banheiro, mas andando sem paradeiro.

— O que ele está fazendo? - perguntei.

— Não sei.

O Kellan andava de um lado para o outro tocando as portas, batendo nelas e esperando uma resposta, ele subiu a escada de maneira silenciosa e nós conseguimos ouvir o Aaron falando no celular.

— Não me diga que ele está...

— Procurando pela Theo... - o Chase terminou.

— Ele não pode fazer isso agora, o Aaron vai desconfiar se ele demorar tanto assim no banheiro. - Reclamei.

O Chace passou a mão no rosto de nervoso e simplesmente olhou para a tela, o Kellan terminou de subir as escadas e passou por um corredor largo com muitas portas, era bom que ele se lembrasse do caminho, porque se ele se perde lá, o Aaron ia descobrir o que ele estava fazendo lá.

Ele passou por três portas e faltavam apenas duas, bateu na primeira e esperou uma resposta, eu fiquei ansioso esperando que ela estivesse na última, mas ele bateu e também não houve resposta.

— Merda! - o Kellan murmurou.

Quando ele virou com a intenção de voltar pra onde o Aaron provavelmente já estava esperando-o, nós ouvimos um barulho estranho, o Kellan parou de andar e prestou a atenção para onde vinha o barulho, e ele seguiu. Vinha de uma porta que estava escondida em um corredor completamente estreito, ele encostou devagar e nós prestamos a atenção. Era um choro, alguém estava chorando.

Ele encostou devagar na porta e bateu, o choro cessou, ela ficou completamente silenciosa.

— Theo?

Ela não respondeu.

— Sou eu, o Kellan, de Honolulu, lembra de mim? - ele falou e o ar no carro ficou mais pesado.

— Você não devia se colocar em perigo pra me salvar, o Aaron é perigoso. -Ela falou por fim e eu soltei o ar que estava preso nos meus pulmões.

Ele suspirou de alivio e olhou pra trás, mas não tinha ninguém lá.

— Eu vou tirar você daqui Theo.

— O Aaron é perigoso, se der por favor vá embora.

— O Bruno e o Chase estão comigo...

— Bruno... - ela o interrompeu. — E o Chase.

— Sim, nós... - o Kellan foi interrompido por um barulho vindo das escadas, ele virou rapidamente para a Theo.

— Eu vou tirar você daqui, não se preocupe.

— Kellan...- a Theo sussurrou, mas não conseguimos ouvir nada porque o Kellan saiu correndo de lá e parou no corredor cheio de portas e segundos depois uma senhora idosa apareceu e olhou para ele aliviada.

— Senhor, o banheiro é lá embaixo.

— A é? Pelas indicações que me deram, realmente achei que fosse aqui.

— Não senhor, eu posso leva-lo lá se quiser.

— Não, pode deixar assim, eu gostaria de voltar pra a sala por favor.

Ela concordou e levou o Kellan para uma sala completamente diferente, era uma sala de jantar, e o Aaron já estava sentado na mesa, com um copo de whisky na mão, ele girou o copo quando viu o Kellan chegando e deu um gole.

— Desculpe, eu perdi, a casa é enorme. - Ele falou e sentou.

— Não tem problema o jantar já foi servido, por favor tenha a bondade.

O jantar corria de maneira silenciosa, nem o Kellan nem o Aaron estavam dispostos a começar alguma coisa e eu achei aquilo estranho, não por parte do Kellan, ele definitivamente não gosta da Aaron, mas foi estranho por parte do Aaron mesmo, conhecia ele por pouco dias, mas muito fácil notar que ele não era uma cara de poucas palavras.

— Não posso ser o único achando esse silêncio estranho. - comentei.

— O Kellan realmente não gosta do Aaron.

— E o Aaron sabe, por isso ele não se manteria calado durante tanto tempo. - falei.

— Sim, mas... - o Chase foi interrompido.

— Porque você saiu de São Francisco Aaron? - o Kellan perguntou por fim.

— Interesses privados, ou talvez coletivos, você devia saber Kellan.

— Como eu saberia o porquê de você estar aqui?

— Porque esse mesmo motivo trouxe você aqui. - Ele falou e eu senti que o carro estava ficando quente demais.

— Um investimento? - o Kellan perguntou e o Aaron riu.

— Sabe, não sei se gosto de você quando mente.

— Eu não...

— Foi o Chase que mandou você aqui? – ele colocou a mão no queixo.

O Kellan não respondeu.

— O Chase veio com você?

— Não sei do que você está falando. - Kellan mentiu.

— Claro que não sabe.

— Você não pode mexer comigo, o meu...- o Kellan hesitou e vimos a mão dele ir até a cabeça. — O que você fez? - ele perguntou com a voz embargada.

O Aaron deu de ombros.

— Já não estou gostando dessa brincadeira que vocês estão fazendo sabe. Chase! - ele chamou e o Chase prendeu a respiração.

— Você...vo..você... - o Kellan não conseguia terminar a frase.

— Eu sei que você está me ouvindo Chase, você não vê que está colocando muita gente em perigo por causa de uma birra de criança que você tem? - O Chase não tirou os olhos da tela.

Em um rápido minuto o Kellan caiu de cabeça na mesa, e parecia ter adormecido.

— Enquanto não me trazer o que eu quero, os seus amigos vão pagar pelos seus erros. - Ele falou e perdemos completamente o acesso a câmera.

O Chase desceu completamente irritado do carro e estava se dirigindo a mansão, mas eu o detive o jogando no chão.

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