Capítulo 55

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— Sabe quem me mandou mensagem? - A Weza perguntou quando eu sai dos vestiários e me olhei no espelho.

— Quem?

—  O Ian.

— Ian?

— O próprio. - colocou a cabeça pro lado e se esparramou no sofá da boutique.

— Eu achei que você tivesse bloqueado o número dele. - ajeitei o vestido no meu corpo e não gostei muito do resultado, estava chamativo demais, e eu não seria a noiva pra chamar tanto as atenções assim, voltei pros vestiários e coloquei o próximo vestido.

— Pois, eu pensei melhor sobre isso e ... sim, talvez ele precise de uma oportunidade sim.

Sai do vestiário e parei de frente dela e franzi as sobrancelhas.

— Dar uma oportunidade?

Ela deu de ombros.

— Weza... - sentei no sofá e o vestido creme que eu coloquei subiu deixando as minhas pernas a mostra. — Você não devia brincar com o Ian sabe?

— Eu não estou brincando com ele. Eu não posso querer ser amiga dele?

— E você quer ser amiga dele?

— É tentando Theo. - ela levantou e o vestido rendado de mangas e uma fenda razoável na perna esquerda arrastou até ao chão.

Aquele era definitivamente o vestido dela, ela nem demorou pra escolher, foi só entrar e ela já notou qual ia usar, eu pelo contrário, faz uma hora que estamos aqui e ainda nem decidi qual usar.

— Ah. - ela colocou o a ponta do dedo no queijo e sorriu como uma criança. - Mas você sabe exatamente oque é tentar né. - piscou pra mim e deu dei o dedo do meio pra ela que só riu.

— Porquê a gente não vai simplesmente embora mesmo?

— Talvez porque você até agora não encontrou um vestido?

— Estou considerando não ir sabe? - levantei e fiquei de frente ao espelho novamente olhando o vestido roxo que eu coloquei, e não me ficou nada bem.

— O Melv ia ficar devastado cunhadinha.

Olhei feio pra ela.

— Você, devia ter dito que já não estão juntos.

— Eu...- estava pra responder, mas pelo espelho vi o reflexo de um vestido que até então eu não tinha notado, estava do outro lado, por trás de um vestido preto muito brilhante, deixei a Weza falando sozinha e fui até ao vestido na manequim, tirei antes mesmo de mudar de ideias e corri para os vestiários. Era um vestido em neocrepe vermelho de alças, longo e saia tule, mas não era rendado tinha uma fenda que chegava até na parte interna do vestido, tinha uma decote meio chamativo, mas eu podia lidar com aquilo, o vestido me ficou muito bem e eu gostei.

— Ah, é agora que o Bruno morre de amores né? - ela piscou e assoviou.

— Sabe...talvez, só talvez, você não seja uma boa influência pra mim. - ela olhou pra mim em silêncio e depois de um algum tempo, gargalhou.

— Ah Theo. - limpou uma lágrima do canto do olho. — Quando eu acho que você já não pode me surpreender você simplesmente se supera. - entrou nos vestiários e eu depois de alguns segundos só me olhando no espelho fiz o mesmo.

...

Algumas horas depois eu e a Weza nos despedimos e cada uma foi para a sua casa, a Lia vai fazer noite lá no hospital e o Chris está em algum canto da casa, no meu quarto, estou a ver alguns possíveis lugares ou empresas que estejam a precisar de estagiários, a princípio, todos que encontrei são em outros estados, nenhum local, mas pagam um mensalidade razoável para alugar um apartamento, mas tomei em consideração o valor que está alugar um simples apartamento perto destas empresas. O bom da área em que estudo é exatamente o de eu crescer financeira e profissionalmente ao mesmo tempo, por uma lado, eu realmente preciso de experiência, por outro se me candidatar a uma dessas vagas, vou ter que deixar a Lia e o Chris e ir viver sozinha num lugar completamente diferente e conhecer pessoas novas. Pelo menos a remuneração vai me ajudar nalguma coisa.

Estava avaliando as minhas hipóteses, já que eu definitivamente não podia depender pra sempre, quando recebi uma mensagem.

Bruno: Quer sair comigo?

Eu: Não é um pouquinho tarde já?

Bruno: O tempo é só um detalhe.

Eu: Pra onde?

Bruno: Então você quer? (colocou um emoji com as sobrancelhas arqueadas de maneira provocativa)

Eu: Ainda não, estou avaliando as vantagens e desvantagens dessa ação.

Bruno: Como é que sair como seria algo desvantajoso? Eu todo perfeito, maravilho e deus grego?

Bufei, mas sabia que ele não podia ver ou ouvir.

Eu: Só diz pra onde é que a gente iria!

Bruno: Sai comigo e você vai saber, simples.

Pensei por um pouco...não seria mau de todo.

Eu: Tudo bem, vou aguardar por você.

Bruno: Ah mas eu já estou aqui.

Oque?

Bruno: Na verdade estou conversando com o Chris quer vir me salvar? ele tá fazendo um interrogatório.

Sorri, levantei da cama apressadamente, calcei as primeiras sandálias que apareceram , peguei uma bolsa e desci as escadas.

— Eu honestamente nunca gostei deles. - Ouvi o Bruno quando descia as escadas.

— Não é? - O Chris falou em tom de riso. — Eu estou quase sempre falando isso aqui, mas sabe né, viver com mulheres. - estreitei os olhos pra ele quando me tornei visível para os dois e ele só deu de ombros.

— Bruno? - olhei estranho pra ele que só mostrou os dentes brancos e o meu corpo arrepiou.

— Minha Theo . - eu estreitei os olhos pra ele e ele levantou as mão em rendição.

— Você quer comer alguma coisa Bruno? eu normalmente não sou um péssimo anfitrião, mas a conversa estava agradável demais.

— Ah, a gente vai sair Chris, não se incomode. - falei quando ele estava prestes a entrar na cozinha.

— Tudo bem, só não chega muito tarde tá bom?

Andei até ele e deixei um beijo na bochecha dele.

— Sim paizinho, não se preocupe. - abracei ele por mais um momento e saímos da casa.

Quando subimos no carro, eu olhei pra ele.

— A que horas você chegou aqui?

Ele pareceu pensativo quando ligou o carro.

-— Uns trinta minutos.

— E só me mandou mensagem a pouquinho porque?

—  O Chris... é um cara maravilhoso sabe, se eu fosse mulher, vai me desculpar mas eu ias roubar ele da sua irmã.

Fiquei boquiaberta e ele gargalhou. Eu bati nele logo depois e ele fingiu dor.

— Sério, porquê não me chamou?

— Não tinha realmente a certeza se você quisesse me ver ou não. - deu de ombros.

— E porquê eu não ia querer?

Ele olhou pra mim sem falar nada, mordeu o lábio inferior e voltou a olhar para a estrada.

— Eu acho que você sabe Theo.

Eu desviei o olhar do dele.

— Eu...- ele hesitou. - Eu não devi...

— Não. - interrompi.

— Você não fez nada de errado, nós não fizemos. Fizemos simplesmente oque tivemos vontade, não devemos nos arrepender por nada sabe, foi bom.

Ele riu.

— Só bom? não foi nem maravilhoso nem nada?

— Será que foi? - fingi desinteresse e ele deu aquele sorriso lindo e sexy.

Muito sexy.

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