O Chace realmente me convidou a entrar na água com ele, mas eu não aceitei com muita educação, tudo que eu menos precisava agora era ficar seminua com o Chace tão próximo de mim. Não que ele fosse fazer alguma coisa, mas achei que a decisão mais acertada. Pelo menos acho que foi sim.
Quando finalmente entrei na água me senti tão conectada com o mar, prendi a respiração por um bom tempo e mergulhei, a água até que não incomodou tanto assim as minhas vistas, era tudo tão azul e limpo, eu conseguia ver aquelas pedras que ficam lá em baixo no mar, vi um monte de pernas, boias, algas e plantas da água, era tudo tão lindo, mas eu tive que subir de novo porque estava ficando sem ar.
Quando emergi soltei o ar dos meus pulmões e boiei, fechei os meus olhos, e fiquei assim por um bom tempo, a água era tão azul, tão limpa, tão reconfortante que estava agradável demais, quase peguei no sono ou realmente peguei no sono, não me lembro mais de quanto tempo eu estava na água até sentir os braços de alguém ao redor de mim e imediatamente abri os olhos e me deparei com o Bruno todo molhado também e a sorrir.
— Continua, é muito bonito te ver no teu próprio mundo do prazer. Está a me proporcionar prazer também. - Ele tirou os braços ao redor de mim e colocou em baixo das minhas costas e começou a fazer círculos com o meu corpo.
— Eu não consigo evitar. A água é tão... - eu não achava uma palavra digna.
— Eu sei. - Sussurrou e continuou a girar o meu corpo.
E eu voltei a fechar os meus olhos, e a aproveitar o momento. Depois de um bom tempo ele parou eu abri os meus olhos e ele estava a olhar pra mim, com um sorriso muito bobo na cara.
— Oque? - eu sorri que nem uma burra sem entender nada.
— Nada. - Sorriu de novo.
— Meu Deus quanta gente burra tem aqui. - A Weza chegou e já me afundou na água.
— WEZA! -gritei quando o Bruno me puxou pra cima nos colocando muito próximos um do outro e eu rapidamente me afastei.
— Faz um tempo que eu estou procurando você, o Bruno já estava lá conosco, eu pedi pra ele vir te procurar, mas parece...- ela hesitou um pouco e sorriu de canto. — Que vocês os dois não veem problema nenhum em ficar aqui com baia fechada.
— Hãm? Fechada? - Olhei em volta e realmente a baia já estava bem vazia em comparação a hora que chegamos. — Nós nem demoramos aqui.
— Nós até demoramos, pra começar chagamos aqui tarde, e você, aparentemente pegou no sono, aqui, no meio do nada. Sabe parece que você não tem mesmo medo de nada. - Ela riu e o Bruno também.
— Vocês estão de brincadeira com a minha cara? - braveei.
— Vamos embora antes que nos expulsem, temos uma reserva no restaurante, e a nossa mesa é enorme, os outros nem aceitaram esperar.
— O Chace também?
Merda aquilo foi rápido demais. Quando me apercebi já tinha perguntado.
— Não vejo o Chace desde que chegamos, então nem imagino onde é que ele esteja. - A Weza respondeu e começou a nadar em direção à beira.
—Ele já é bem grande, e você nem devia se preocupar com isso mais. - O Bruno falou e fez o mesmo que a Weza e eu os segui.
Quando chegamos no hotel e estávamos esperando o elevador e ele finalmente chegou me apercebi que era a única que não estava com as minhas coisas. A Weza e o Bruno entraram no elevador e eu simplesmente abanei a cabeça.
— O que foi? - A Weza perguntou e o Bruno ficou preocupado.
— Deixei as minhas coisas na baía.
— A essa hora já fechou Theo!
— Eu não posso simplesmente deixar as minhas coisas lá. - falei e comei a andar em direção a saída do hotel.
— Theo! - ouvi a Weza gritar quando as portas do elevador estavam se fechando.
— Eu vos encontro lá, não se preocupem! - gritei de volta.
Quando sai do hotel, apanhei o primeiro carro que ainda estava a trabalhar e foram novamente 20 min para chegar até a baía de Hanauma. Já estava realmente a escurecer, vinte minutos depois já estava lá, pedi para o taxi esperar por mim, já que o dinheiro estava mesmo na minha sacola que deixei dentro da baia.
Corri inutilmente até a entrada da baia que já estava fechada e escura e muito deserta. Olhei novamente para o carro turístico, o motorista simplesmente olhou pra mim como se eu fosse uma louca. Já eram possivelmente 7h da noite e a baía fechava as 6h, não tinha como eu entrar lá, andei que nem uma louca por aí, as minhas coisas estavam todas lá, até mesmo o dinheiro para pagar o taxi, e eu nem perguntei onde era restaurante ou a mesa onde estaríamos para a Weza pagar o táxi quando eu chegasse lá.
Meu Deus que grande merda, o que eu faço agora?
E como um grande milagre que Deus mandou pra mim eu vejo o Chace andando na minha direção, ele andava na direção oposta a baia, ele vinha a segurar alguma coisa no ombro, estava meio escuro, então eu só vi ele a vir, com uma camisa branca de magas compridas semiaberta e o mesmo calção de antes a andar na minha direção.
— Graças a Deus que eu te encontrei e com um carro.
— Eu digo o ... isso é a minha sacola? - perguntei quando ele me entregou a minha sacola e eu conferi, estava tudo lá.
— Ah muito obrigada, eu voltei pra pegar, e a baia já tinha fechado, e eu não sabia o que fazer porque o dinheiro pra pagar o taxi estava na sacola e os meninos foram se preparar para o jant... Oh meu pai, o Jantar! Nós temos que ir embora. - Eu subi rapidamente no carro e o Chace fez o mesmo sem perguntas e o motorista que já parecia aborrecido deu partida no carro.
No caminho de volta o Chace esclareceu que dormiu na baia em algum lugar qualquer depois que ele falou comigo, entrou novamente na água, e quando saiu, deitou em algum canto da praia e dormiu, foi até cômico, porque o que aconteceu com ele, aconteceu comigo. Quando acordou, e por sinal foi um desconhecido que lhe avisou que a baia estava pra fechar, mas ninguém estava na baia, e no caminho de volta ele passou onde estávamos e não viu ninguém, além da minha sacola, e ele pegou, saiu da baia, mas já não haviam táxis pra levar ele de volta pro hotel, e ele nem conhece o hotel pra ir andando. Então ficou girando a baia, até a hora em que eu o vi.
Eu expliquei a minha situação, e ele riu da minha cara, disse que só eu pra dormir na água, no meio do nada.
— E eu não sabia como voltar, não tinha o dinheiro, e a Weza e todos já devem estar no restaurante que eu nem sei onde é! - falei.
— O Dame me explicou onde é quando estávamos na água, não se preocupe, nós vamos chegar lá. - Ele apertou a minha mão e sorriu. E aquele movimento era tão familiar.
Quando chegamos hotel aquilo estava uma maravilha, as luzes todas acesas, e brilhavam muito, andamos rapidamente em direção ao elevador e entramos, ficamos só os dois em silêncio até ao quarto andar, quando estava a começar a sentir tudo aquilo bem desconfortável ele simplesmente começou a rir.
— Qual o problema? - perguntei quando chegamos até ao quarto andar e andávamos até a suíte.
— Não superei você ter dormido no meio do nada, na água. - Começou a gargalhar.
— A água é bem confortável! - justifiquei quando entramos na suíte.
— Claro que é. - ele continuou a sorrir e andou em direção ao quarto dele.
— Cala a boca Chace. - Fiz o mesmo e fechei a porta do quarto.
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Deixe Ir
RomanceTheoany e Chase tem o relacionamento mais normal do mundo e tudo bem por aí. Mas uma conversa que o Chase ouve por engano no dia errado e na hora errada, pode mudar gradativamente o rumo daquele relacionamento. A Theo fez uma escolha, e achou que ta...