Capítulo 61

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— Menino! - a Lia apareceu por trás do Chace com a respiração completamente ofegante, respirou fundo e oscilou de olhar pra mim com o Bruno e o Chace olhando par nós. —Você não devia estar aqui em cima.

— Estou vendo que não. - Ele respondeu sem tirar o olhar do meu, e de vagarosa e preguiçosamente olhou pro Bruno e os olhos dele cintilaram, ele virou a cabeça pra Lia e riu.

— Eu só queria ver se ela ia precisar de ajuda com as malas, mas vejo... - eu senti o veneno na voz dele. — Que ela já arranjou um meio de transporte.

O Bruno riu.

— Chase... - comecei.

— Tudo bem, eu vou esperar lá em baixo. - Ele deu as costas e desceu, a Lian olhou pra nós com pesar e pediu desculpas sem emitir qualquer som com a boca e desceu de seguida.

— Descu...

— Não. - Ele me cortou e colocou um cacho perdido meu por trás da orelha. - Vai se desculpar porquê?

— Por...por ele. - Ele abanou a cabeça em negação.

— Se ele não sente que agiu mal, se nada lhe pesa, então vejo porque deve pesar a você.

Eu o abracei e pousei a minha cabeça no peito dele.

— Eu sei. - Ele acariciou a minha cabeça.

— Eu vou sentir muitas saudades. - falei.

— Eu sei.

A gente ficou assim por mais alguns segundos.

— Vamos descer.

Aquiesci.

— Sim.

Ele me ajudou com as malas, eu peguei a pasta mais leve e ele carregou a mala de rodas e a outra pequena de mão. Descemos as escadas em silêncio, quando alcançamos o andar de baixo não se ouviam muitas vozes, na verdade mão se ouvia nenhuma voz, então deduzi que eles já estivessem do lado de fora esperando por nós e foi possível confirmar quando passamos pela porta, o Chace estava encostado no carro dele conversando com o Chris e sorrindo, aquele sorriso descontraído e familiar que eu não via faz um tempo.

— Theo, você demorou um pouquinho. - a Lia veio me abraçar mais uma vez e se despedir de mim. - Por favor, não exagera, e fica perto do celular ok? Sou jovem demais pra morrer de preocupação.

Eu ri com dó dela.

— Tudo bem sim.

— Eu, acho que fiquei velho demais, dessa vez, eu que não estou deixando você ir fácil.

— É só um casamento paizinho, uma semana, coisa leve.

Ele olhou desconfiado pra mim e me abraçou.

— Só volta rápido pra casa ok?

— Eu vou.

Quando chegou a hora de me despedir do Bruno, o Chris sentiu a necessidade de colocar as malas no carro, e o Chace, subiu no carro logo depois.

— Não é um adeus... - falei.

— É um até já. - Ele terminou por mim e me abraçou por um longo período de tempo até ouvirmos uma tosse forçada vinda da direção do Chace e o Bruno revirou os olhos.

— Ignora. - Sussurrei quando achei que ele estava prestes a dizer algo sarcasticamente ofensivo.

Me despedi mais uma vez do Chris e a Lia e dei a volta, subindo no carro, o Chace ligou o carro, e olhou pra mim, não falei nada, o Bruno aproximou-se do carro e parou na janela do condutor, onde o Chace estava.

— Não vou responder por mim se alguma coisa acontecer com ela. - Ele falou calmamente sem nenhuma expressão, completamente neutro.

— Agora faz ameaças?

— Avisos, correção. - O Bruno deu aquele sorriso brilhante e piscou pra mim, me fazendo rir.

— Até. - O Chace falou quando pisou no acelerador, mas não a tempo suficiente de ouvirmos o Bruno responder, " Mais cedo do que você imagina".

O Chace só riu e revirou os olhos, e não falamos desde então, até chegarmos ao aeroporto.

— Tem certeza?

— Sim, se for possível, eu gostaria de trocar sim.

— Theo...

— Chase...

— Gente, pelo amor de Deus. - A Weza resmungou.

— Você deu a ela a oportunidade de escolha, e agora não quer trocar porquê cara? - o Damon perguntou impaciente.

— Eu só estava sento educado.

— Não tá sendo meu anjo. - A Weza revirou os olhos.

— Deixa elas sentarem juntas. - O Damon insistiu.

— Mas eu não quero trocar de lugar.

Olhou pra mim com esperança.

— Você não quer mesmo ficar comigo?

Aquela foi uma pergunta bem simples, mas parecia, algo mais... não respondi.

— Chase... - o Damon esfregou as têmporas.

— Discussão completamente desnecessária. - A Weza murmurou e eu me limitei a olhar pra ele que não desviava o olhar do meu, fiz os possíveis de não eles transparecerem nada além de tédio.

— Senhores... - a aeromoça olhava pra nós com pesar, mas era provável que ela também estava irritada com aquela situação.

— Tudo bem. - falou derrotado e desviou o olhar do meu.

— Graças a Deus. - A Weza bufou e andou em direção aos nossos lugares, e eu a segui, deixando os meninos pra trás.

— Qual o problema dele? - ela perguntou quando nos sentamos.

— Não sei... - falei sem prestar muita atenção. - Sabe...- olhei pra ela com curiosidade e franzi o cenho. - Eu achei que iriamos com os pais do Chace, tipo, a família dele.

Ela deu de ombros.

— Ele disse que tiveram coisas de última hora pra resolver, os pais do Damon não vão, nem estão aqui mesmo, estão na Europa, de férias.

Eu aquiesci.

— Tudo bem.

— E com o Bruno, a família dele?

— Todos bem, me tratam como se eu fosse realmente membro da família, são tão acolhedores, quando estou lá.

— Mas você já é realmente membro daquela família. - Ela falou quando colocou um rebuçado que tirou não sei de onde na boca.

— Ah?

—Você já é namorada dele.

— Não, não sou.

— E o que é? - ele apoiou o braço no apoio do assento e colocou os dedos no ar, como se fosse começar uma contagem. — Vocês falam todos os santos dias. Ele está quase sempre lá em casa e você na dele, ele já disse o que sente por você, e você indiretamente também já admitiu...

Olhei incrédula pra ela.

— Faz cara de sonsa que eu amo.

— E... você está esperando esse casamento pra admitir pra ele que você gosta demasiado dele e que ele te causa arrepios, só assim... - Fez um gesto parvo com as mãos. - E você derrete toda.

Desvie o olhar do dela por um tempo e olhei pra onde o Chace e o Damon estavam, o Damon estava tentando explicar alguma coisa pro Chase, mas parecia que ele não estava se dando ao trabalho de prestar a atenção, ele provavelmente notou alguém olhando pra ele e olhou pra mim. Sem nem piscar eu me posicionei corretamente e voltei a olhar pra Weza.

— Talvez.






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