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Capítulo 69

Eu não te odeio
Não, eu não poderia, nem se eu quisesse
Eu só odeio toda a dor pela qual você me fez passar
E que eu me culpo por te deixar fazer isso
Você sabia que eu já sabia?

Não conseguia nem te ver através da fumaça
Olhando para trás, eu provavelmente deveria saber
Mas eu só queria acreditar que você estava dormindo sozinho

Me amou com suas piores intenções
Nem sequer me questionei
Todas as vezes que você me destruiu
Não sei como, por um momento, parecia o céu
Me amou com suas piores intenções
Criei um cenário de um final feliz pra nós
Todas as vezes que você me destruiu
Não sei como, por um momento, parecia o céu

E isso dói
Caindo na direção errada

Na ponta dos pés
Mas ainda assim não consegui alcançar seu ego
Acho que eu estava louca por te dar meu corpo, minha mente
Não sei o que eu estava pensando até agora
Todo mundo pensa que você é outra pessoa
Você até se convenceu

Não conseguia nem te ver através da fumaça
Olhando para trás, eu provavelmente deveria saber
Mas eu só queria acreditar que você estava dormindo sozinho

Me amou com suas piores intenções
Nem sequer me questionei
Todas as vezes que você destruiu
Não sei como, por um momento, parecia o céu
Me amou com suas piores intenções
Criei um cenário de um final feliz pra nós
Todas as vezes que você me destruiu
Não sei como, por um momento, parecia o céu

E isso dói (ooh, ooh)
Caindo na direção errada (ooh, ooh)

Não conseguia nem ver você através da fumaça
Olhando para trás, eu provavelmente deveria saber
Mas eu só queria acreditar que você estava dormindo sozinho

Me amou com suas piores intenções
Nem sequer me questionei
Todas as vezes que você me destruiu
Não sei como, por um momento, parecia o céu
Me amou com suas piores intenções
Criei um cenário de um final feliz pra nós
Todas as vezes que você me destruiu
Não sei como, por um momento, parecia o céu

E isso dói
Caindo na direção errada

....

Eu não conseguia...não, não conseguia, mas tentava explicar o que eu estava sentindo naquele momento..., mas eu sabia... sabia que não estava sentindo o meu corpo, senti a minha melhor amiga olhando pra mim com compaixão naquele momento. Olhei pra Weza mais uma vez, agora com os olhos marejados e ela sussurrou um " Desculpa" ela deu a mão pra mim e apertou, mas eu não entendi. Do que ela estava se desculpando? Olhei pra cena a minha frente com lágrimas rolando pelo meu rosto.

— Vou sim. - Ele falou, ela depositou um beijo na testa dele e voltou a subir no carro, depois de alguns instantes ele partiu.

Eu larguei a mão da minha amiga e saí de trás da parede, ela tentou segurar a minha mão de volta, mas eu pedi pra largar e ficar lá escondida, fiquei a alguns metros de distância do Chase que estava de costas, olhando pra onde o carro tinha passado.

Eu tentei falar..., mas a voz não saia.

Ele virou e eu o senti estremecendo quando me viu lá parada olhando pra ele.

— Theo...- ele estava vindo sorrindo na minha direção, mas parou os movimentos quando o celular dele vibrou e ele tirou, viu alguma coisa e guardou ele rapidamente, vi ele ficar nervoso de repente, olhou pra mim mais uma vez e notou que eu estava chorando.

— Faz quanto tempo que você está aqui?

Eu não respondi.

— Theo?

— Uma mulher...- consegui falar. -

Ele olhou estranho pra mim, parecia que ele se apercebeu que vi a cena toda.

— Você não devia estar aqui Theo.

— Uma mulher... - eu ri de nervosismo.

Quanto mais eu falava, mais eu sentia que eu ia desabar.

— Theo...eu posso explicar..., mas não aqui.

— Foi sempre...uma mulher. - Desviei o olhar do dele e olhei pro nada.

— Theo...por favor.

— Todo esse tempo...todo esse tempo...todo esse tempo.

Quanto mais eu falava, menos eu acreditava no que estava saindo da minha boca.

— Todo esse tempo, e foi sempre uma mulher... - falei mais pra mim do que pra ele que em algum momento chegou até mim e tocou o meu rosto, eu não desviei, eu não tinha forças suficientes nem pra me sustentar, se alguma coisa acontecesse eu ia desmoronar bem aí.

— Eu...posso explicar.

Olhei pra ele e uma vi uma lágrima escorrendo do rosto dele.

— Eu chorei...chorei por noites...dias...semanas, me perguntando...sempre me perguntando que eu estava fazendo de errado.... onde eu não estava prestando atenção.

— Não faz isso Theo... - suplicou.

— Procurei os defeitos em mim...que fizessem. - Solucei. — Você me tratar tão mal. Procurei tudo que podia existir de errado, procurei respostas...em mim, mas a resposta, estava com você.

Ele suspirou.

— Todo esse tempo...

Eu estava tremendo.

— Você mentiu pra mim Chase, você... você...meu Deus...

Ele só olhou pra mim sem falar nada.

— Toda a gente Chase...todos sabiam a resposta, e me diziam...mas eu, preferia acreditar...que era eu que não fazia as coisas certas... que eu devia me esforçar mais, não estava te amando o suficiente... e olha...

— Theo, nós não podemos estar aqui! - ele gritou como se eu não estivesse ouvindo-o.

— Você sabe o que você fez? - perguntei e ele olhou pra mim com compaixão.

— Any...

— Você... me traiu. -falei aquelas palavras que a muito tempo eu me recusava a admitir e falar em voz alta.

— Vamos...

— Me traiu...

Outra lágrima escorreu pelo rosto dele.

— Você me amava? -perguntei.

— É claro que eu amo você e...

— Mentira.

Ele parou o que estava fazendo e olhou profundamente nos meus olhos.

— Eu não... não é mentira.

— Você se acostumou tanto com a mentira que já nem consegue admitir o que fez?

— Para por favor, vamos...vamos pra casa, eu vou... eu vou...

Olhei pra ele que parecia estar com medo.

Medo de que?

— Teve sempre uma mulher.

Eu ri.

— Por favor.

Eu me afastei dele.

— Theo, não foge de mim...

Ele agarrou o meu braço me virando abruptamente e não se ouviu nada naquele estacionamento deserto além do estado que foi da minha mão no rosto dele.