Capítulo 76

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Chase P.O.V

Dois dias depois daquela confusão as coisas não melhoraram, continuamos sem qualquer tipo de notícia sobre a Theo, os policiais não conseguiram rastrear o Aaron em lugar algum ou talvez sim, mas foram pagos pra não falar, embora o meu pai seja muito reconhecido em Seattle, não conseguimos aplicar isso aqui em São Francisco. Cheguei à conclusão que o Aaron talvez trabalhe com a polícia, afinal, a pessoa que falou " Dinheiro é poder" não estava mentindo, o Aaron tem dinheiro e de sobra, pode muito bem ter todos esses policiais trabalhando pra ele se ele quiser.

O Bruno não voltou pra Seattle, disse que ficaria até a Theo voltar, se voltar. E a querida Viviann, bondosa como é sempre, deu a ele alojamento, mas ele claramente negou, disse que já tinha aonde ficar, mas vai lá desde então, ver se alguma coisa mudou, se temos notícias.

Deixei-os em casa e decidi sair, eu precisava de ar fresco, de parar de pensar por um momento que a Theo talvez ainda está viva, em alguma parte do mundo, mas viva.

Estava passando por uma Starbucks e decidi entrar, um café talvez não ajudasse em nada, mas eu não podia não consumir nada durante o dia, me prejudicar não traria a Theo de volta.

Pedi um cappuccino e esperei ser atendido, estava completamente distraído olhando para a confusão de gente entrando e saindo de lá, quando o meu pedido chegou e alguém bateu nas minhas costas, algo em mim alertou e virei rapidamente procurando por um possível homem do Aaron, mas não era nenhum deles, era só o Kellan.

O Kellan?

— Chase! Cara o que você está fazendo em São Franciso? Agora vive aqui? - ele me abraçou e eu retribui, ele puxou uma cadeira e sentou comigo em uma das mesas.

— Não, eu vim...para o casamento do meu irmão.

— Ah, muitas felicidades pra eles, casar com uma mulher daqui é uma grande benção.

Aquiesci.

— E você? O que faz aqui? - perguntei quando dei um gole no meu cappuccino.

— Ah, o meu pai tem negócios com um cara daqui, estou me inteirando, na verdade devia marcar com ele ontem, mas parece que ele viajou, mas vou me encontrar com ele lá aonde ele está possivelmente, sabe aquela coisa né, ele que precisa do investimento, mas eu que tenho que mexer as minhas pernas.

— Ah, tudo bem. - Falei sem muito interesse.

— E a Theo? Ela está bem?

Ele perguntou e eu sabia perfeitamente que ele não tinha conhecimento da situação em que nos encontrávamos, mas não gostei nada do jeito que ele perguntou aquilo, como se estivesse tudo bem.

— Ela...- olhei para as ruas de São Franciso não tão movimentadas como as de Seattle. — Na verdade não.

— Oh. - falou preocupado. — Bom eu espero que ela melhore, e se puder falar pra ela que eu gostaria de voltar a encontrar com ela, e não precisa se preocupar, eu não pretendo fazer nada com a sua namorada, eu sou seu amigo e nunca na minha vida f....

— A Theo foi sequestrada. - Falei olhando para a minha chávena cortando o raciocínio dele.

— O que? - perguntou sorrindo. — Do que você está falando?

— Ela foi sequestrada, a gente não tem absolutamente nenhum tipo de informação sobre ela, a gente nem sabe...nem sabe, se ela continua viva.

— Mas como assim? - perguntou preocupado. — E o que você está fazendo aqui se a sua namorada foi sequestrada?

— Ela foi sequestrada aqui. Em São Franciso.

Ele me olhou visivelmente confuso e recostou no assento.

— Quem faria tal barbaridade, ainda mais aqui, vocês nem conhecem ninguém? - murmurou.

— O Aaron...- sussurrei distante.

— Ham?

— Aaron...- toquei a chávena de leve. — Aaron Harris.

— Aaron Harris? - Ele perguntou espantado e eu olhei pra ele.

— Você o conhece?

— Sim, é o cara com quem eu vim me encontrar.

— Você conhece o Aaron? -perguntei mais uma vez sem acreditar.

— Ele sequestrou a Theo? Por que a polícia não está procurando por ele?

— Eles dizem que não encontram nada, ele deve estar bem escondido.

Ele negou em descrença.

— Eu vou fazer uma videoconferência com ele amanhã, pra gente marcar quando eu vou me encontrar com ele cara, eu tenho falado com ele, como a polícia não encontra ele?

Olhei pra ele sem acreditar.

— Por favor me diz que você não está brincando.

— Porquê eu brincaria com um assunto desses? É sua garota cara, não tem como brincar com isso.

Não me apercebi, mas em algum momento eu comecei a chorar, e o Kellan olhou pra mim com compaixão, eu levantei, fui até ele e dei um abraço a ele.

— Muito obrigado...- falei chorando. — Muito obrigado!

Ele retribuiu ao abraço.

— A gente vai trazer ela de volta, sã e salva, não precisa se preocupar com nada, ela vai voltar.

...

No dia seguinte todos lá em casa já tinham a informação de que o Kellan tinha ou poderia ter informações sobre o Aaron.

— Isso quer dizer a polícia não está nem movendo um dedo para achar ele? - a Weza perguntou.

— O que o dinheiro não faz.- A Viviann bufou.

— E o que a gente faz então, se não pode contar com a polícia afinal de contas? - o Damon perguntou.

— Esse seu amigo, pode fazer a videoconferência aqui? Tem alguma forma de rastrear de onde pode estar falando? - O Bruno perguntou e o Melv negou com a cabeça.

— A gente está falando de um perito na área das tecnologias, acredito que seria bem difícil fazer isso.

— Mas ele desconfiaria que nos conhecemos o Kellan? - perguntei.

— Não. - A Viviann respondeu. — O que nós precisamos fazer agora, é ser cautelosos.

— O que você está sugerindo? - perguntei.

— Nada, só que...- ela deu de ombros. — O que você quer fazer com um cara que fez refém uma garota inocente só porque tem medo de ser preso? Eu honestamente não tentaria dar nenhum passo em falso.

— Ela tem razão, e agora que descobrimos que a polícia nem está se mexendo fica tudo mais desfavorável para nós. - O Melv abraçou a Viaviann.

— Tem como a gente estar presente quando eles tiverem essa videoconferência? - O Bruno perguntou.

— Sim, o Kellan se predispôs em ajudar no que puder.

— Então a gente já sabe por onde começar. - Ele falou.

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