Capítulo 57

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Chace P.O.V

Há nove meses atrás a minha vida tomou uma reviravolta intensa, vi o meu mundo virar completamente de cabeça pra baixo, perdi a mulher que eu mais amo, os meus irmãos tirando o Melv já nem sequer conversam comigo de verdade, já nem tenho tempo de ficar perto dos negócios da família, a Theoany, ela partiu...porque... porque simplesmente, não consigo olhar pra ela profundamente nos olhos e contar pra ela toda a verdade, porque...não quero mais confusões, mas eu vou resolver, depois de muito tempo, eu vou achar uma solução pra tudo isso, e ter a garota que amo de volta pra mim.

— Você acha...que é mesmo uma boa ideia querer resolver isso lá? Principalmente com a Theo e a Weza lá, e pior, no casamento do Melv? – O Damon perguntou pela terceira vez quando escolhíamos os smokings para o casamento do meu irmão.

— Não tenho mais tempo, se não for lá, não imagino onde possa ser.

— Mas...- ele parou de ajeitar o smoking no corpo e franziu o cenho. — Vamos correr um grande risco.

— Eu sei.

— Alguma coisa pode correr mal Chace, e se correr nós estamos completamente ferrados.

— Nada vai correr mal. - me virei para espelho e ajeitei o meu smoking.

— Mas... – ele insistiu veemente.

— Nada pode correr mal.

Theo P.o.v

— Eu acho... que talvez eu realmente precise conversar com o Bruno. - A Weza largou completamente o que estava a fazer e olhou pra mim perplexa e com a boca aberta, como se alguém tivesse dito que Jesus estava voltando.

— Sobre? - ela arqueou uma sobrancelha com expectativa.

— Não sei bem, ainda preciso refletir sobre.

Ela bufou revirando os olhos e eu ri da cara de desgosto dela.

— Você ficou dois dias em casa completamente gripada, não deu pra refletir?

— Ah não fala assim, vai que volta? - falei pensativa.

— Ah, mas foi você que procurou não?

— Ele quis dançar na chuva! O que você acha que eu podia fazer, dizer não?

— Logicamente, você não ia fazer isso, mas mente que você não gostou de parecer que nem nos filmes. - Ela piscou pra mim e bateu com o lápis na minha testa.

Dei de ombros.

— Claro que eu gostei, sou humana sabe.

— E merece ser feliz também.

— E falando em felicidade...- ela recostou na cadeira. — Tá tudo bem com vocês?

— Vocês?

— O Damon e você.

Deu de ombros.

— Claro. - Ela voltou a atenção aos cadernos parecendo desinteressada.

— Tem certeza?

— Porque não estaria?

— Porque vocês estavam brigados na semana passada?

— Não estávamos brigados. A gente só...se desentendeu.

— E?

— E nada Theo, não tenta começar nenhum assunto sem necessidade tá bom.

Levantei os braços em rendição e desviei o olhar do dela.

— Talvez eu devesse simplesmente acreditar mais no Ian quando diz que você é o demónio reencarnado.

Ela olhou feio pra mim e riu.

— Tá dando espaço demais pra ele.

— Honestamente, eu acho que não conheço de verdade nenhum irmão do Bruno, parece...que nunca tive tempo. Não tenho argumento nenhum pra salvar o Ian disso não.

— Não entendo como dizem que eu pareço com ele, ou melhor, uma alma gémea, a gente não se parece em nada.

— Eu ach...

Fui interrompida pelo meu celular chamando.

— Alô?

— Você só pode estar de brincadeira comigo, onde vocês acham que estão? - A Melissa praticamente gritava do outro lado da linha.

— Você vai deixar ela surda Mel.- ouvi a Sasha bufar.

Eu revirei os olhos e a Weza logo entendeu.

— A gente combinou as quatro da tarde Melissa. - Ouvi a Monic murmurar.

— Eu estou muito bem obrigada Melissa, estava sim com muitas saudades de você. - falei sarcástica e a Weza riu.

— A gente está esperando vocês fazem horas!

— Minutos. - Ouvi a Sasha novamente.

— Você tem alguma pra dizer Sasha? - Eu ri.

— A Melissa tá tendo um Chilique bem aqui. - A Monic gritou e em seguida a Weza puxou o celular da minha mão.

— Melissa... A gente tá chegando. - E ela desligou e me devolveu o celular.

— Parece, que a Melissa acordou do lado errado da cama?

— De tanto de frustração que eu tenho hoje na minha vida, a Melissa é definitivamente um dos menores problemas. - Ela bufou.

— Vamos?

...

— Ah, com que então seu mau humor tem nome, morada e telefone? -a Sasha riu e a Melissa olhou feio pra ela.

— Como uma simples coisa pode te abalar assim? - perguntei.

— Foi por isso que você não falou quando eu perguntei sobre o Kevin? - a Weza franziu o cenho pra ela.

— Todas nós aqui, temos problemas, não façam do meu o bate-boca de hoje. - Ela bufou e jogou o cabeço ruivo pra trás.

— Melissa...-comecei. — Ele viajou.

— Sem me avisar.

— Foi de última hora, uma emergência, coisas assim acontecem sabe.

Ela estreitou os olhos pra mim.

— Quer mesmo ficar do lado dele?

— Você tá dando chilique desnecessariamente. - A Sasha recostou no sofá.

— Eu já falei pra vocês pararem com esse assunto!

Colocamos as mãos no ar em rendição quase que em conjunto.

Alguns minutos se passaram e ninguém disse nada, a Melissa continuava com a cara meio amarrada.

— Você vai mesmo nesse casamento Theo? - a Sasha perguntou e eu fingi que não ouvi.

— Mm?

— Com o Chace?

— É daqui a duas semanas não? - A Sasha perguntou.

— Uma. - A Weza corrigiu.

— O que?

— Ah, ela adora fingir demência nessas horas. - A Weza falou com a boca cheia

— Sabe, eu acho que seria mais sensato se você não fosse. - A Monic olhou pra mim com compaixão.

— Também acho, você vai ficar no chão não? No hotel, e se for como a Weza disse, vocês vão com dois dias de antecedência. É muito tempo pra lidar com um ex que não aceita o término, ainda mais quando você está tentando superar.

Olhei pra Weza boquiaberta.

— Muito obrigada por manter elas muito bem informadas Weza.

Ela piscou pra mim.

— De nada meu amor, o que seria de você sem mim.

A Melissa olhou pra nós com a sobrancelha erguida.

— Você vai mesmo?

— Não posso simplesmente não ir.

— Tretas. - Ela bufou.

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