Uma coisa que infelizmente eu nunca vou esquecer é que a personalidade da Lia é bem idêntica a da Weza.
— Você podia ter me poupado dos detalhes. - fiz uma careta mas ele só deu de ombros.
— Você disse que a Lia estava meio estranha?
— Sim, mas depois de mais alguns encontros, antes de realmente começarmos a namorar, ela me disse que estava com problemas em casa, e que os pais não aceitaram muito bem a ideia de ela ir viver sozinha.
Lembro sim, a Lia estava constantemente brigando com os nossos pais, e ela decidiu por fim que ia comprar uma casa, mas o meu pai e principalmente a minha mãe, não reagiram nada bem, e eu claro do lado da minha irmã, decidi que queria sair de casa com ela, eles nem por sombras aceitaram, mas eles não podiam me trancafiar em casa, comecei por pedir, mas depois exigi, e saí de casa uma semana depois com a Lia.
— Ela disse que só foi a boate naquela dia porque as meninas imploraram pra ela ir, e que...- ele parou um pouco oque estava a fazer. — Que eu a trouxe a realidade, tirei por pelo menos o tempo em que estávamos juntos aquela preocupação, aquele mal estar, bom, melhorei o dia dela.
Olhei pra ele que dava os últimos acabamentos nos muffins muito concentrado.
— Vocês vieram de muito longe. - murmurei.
— E pretendemos ir mais distante ainda.
Assenti e a pergunta que eu realmente já havia até esquecido voltou.
— Quando o Bruno e o irmão estavam aqui... - ele alternou de olhar pra mim e para oque estava a fazer. — Eles disseram que você conhece o irmão deles.
— O Kyle, sim. - respondeu calmamente.
— De onde vocês se conhecem?
— Trabalhamos no mesmo ginásio, somos amigos. - falava preguiçosamente quando colocou a bandeja de muffins no forno.
— E como...como eu nunca soube?
— Não tinha como você saber Theo.
— Mas, e...como é .. você conhecia o Bruno?
Ele apoiou os braços no balcão e ficou com a cabeça a descansar em um dos braços.
— Honestamente eu não conhecia o Bruno, nem mesmo o Dakota, nunca fui a casa deles, mas sim, já ouvi ele falar desses nomes, muitas vezes, e quando o bonitão veio te convidar pra sair, eles simplesmente conversaram e conversaram e nós nos apercebemos.
Olhei e não falei nada, era uma explicação muito lógica.
— O Kyle já esteve aqui?
— Já.
— Não entendo com o é que eu nunca vi ele.
— Da mesma forma que ele nunca te viu.
Não tinha como eu não ficar espantada com aquela informação.
— O mais chocante é que você só esta se apercebendo disso hoje. - ele falou.
— Como você mesmo disse, não tinha como eu saber. - estreitei os olhou pra ele que só riu e voltou ao que fazia.
— Bom, eu vou dormir agora, feliz noite bonitão. - falei pra ele que me respondeu com beijinhos no ar e eu fui em direção ao meu quarto.
....
No dia a seguir, na hora combinada por mim e pela Weza, nós já estávamos na porta da casa do Bruno que tinham alguns carros estacionados no lado de fora, eu e a Weza optamos por uma vestimenta muito básica e simples.
A Weza vestia uma mini saia xadrez justa com uma blusa preta de manga longa decotada afrente com botas pretas e deixou o cabelo solto, eu pelo contrario vestia uma calça jeans meio rasgada com uma blusa branca leve e a minha jaqueta preta e como a Weza eu também optei por calçar as minhas botas pretas e fiz um rabo de cavalo no meu cabelo crespo e volumoso.
A casa era realmente grande, era uma casa de dois andares, mas a parte de cima tinha alguma estrutura interessante. A porta estava entre aberta oque nos facilitou bastante não ter que bater e ficar lá esperando, entramos na casa e por um momento me senti muito pequena, a casa era enorme.
— Você sabe onde eles estão? - ela perguntou e eu só neguei com a cabeça.
— Bom, grande merda. - ela colocou as mãos na cintura.
— Vamos andar, tenho a certeza que vou me lembrar, eu já estive aqui, se bem que... - olhei em volta, eu definitavemte não tinha entrado naquele corredor.
Andamos sem paradeiro nem direção durante alguns minutos só passando por salas, corredores, vimos uma porta enorme que eu me apercebi rapidamente que dava a uma parte externa da casa, algo como no quintal ou até mesmo um dos quintais. Entramos no primeiro corredor a esquerda e vimos algumas pessoas conversando e outras quase que se pegando, ouvia-se uma música no fundo, mas ela parecia completamente abafada, nós podíamos tentar seguir a música, mas ela parecia estar distante e a casa estava barulhenta, então nem que a gente realmente quisesse, isso não ia funcionar.
Quando passamos mais algumas pessoas andando perto de uma sala pequena ouço a Weza atrás de mim a murmurar alguma coisa, mas eu realmente não ouvia nada, o barulho das pessoas ao redor só se tonava mais audível.
— Theo, a gente tá andando as voltas.
— Eu sei é que...- parei e olho pra ela.— Eu só estive aqui uma vez, e honestamente não me lembro de muita coisa, só que fiquei num quarto, lá no andar de cima e ... meu Deus eu sequer vi alguma escadas desde que chegamos.
— Porque a gente não volta simplesmente?
— Você lembra se que por onde a gente passou? E o pior é que ninguém sequer sabe onde eles estão também.
— Tem certeza que a casa é essa? - ela bufou e eu revirei os olhos. — Você tem certeza que o Bruno não é nenhum mafioso nem nada de gênero?
Olhei para a última porta onde nós passamos e andei na direção oposta, a Weza falou comigo novamente, parecia que estava reclamando, mas eu não ouvi, me virei pra ela ainda em movimento e antes mesmo de ela dizer alguma coisa eu bati contra alguém, olhei pra frente e reconheci rapidamente um dos deuses gregos que vivia nessa casa enorme e complicada.
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Deixe Ir
RomanceTheoany e Chase tem o relacionamento mais normal do mundo e tudo bem por aí. Mas uma conversa que o Chase ouve por engano no dia errado e na hora errada, pode mudar gradativamente o rumo daquele relacionamento. A Theo fez uma escolha, e achou que ta...