Capítulo 31

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Quando voltamos ao luau, eu já não estava com tanto animo assim.

As palavras do Chace me deixam confusa, tudo isso, toda essa confusão, eu ter terminado com só com aconteceu por causa da distância dele, da falta de diálogo, das viagens constantes, das chamadas secretas, das coisas que ele escondia de mim, tudo isso... nós terminamos por isso, eu terminei com ele por isso.

Mas o Chace. EU não o entendo, eu definitivamente não o entendo, ele age como se isso não importasse, como se não fosse relevante, ele diz que nunca notou que o nosso relacionamento estava tão mal, que nunca fez as coisas de proposito, eu claramente começo a duvidar das palavras dele.

Se aquilo tudo não tivesse acontecido nós estaríamos juntos, aqui, agora, mas aquilo aconteceu, e nós terminamos, mas ele... ele... essa situação me deixa tão irritada, ele não devia se comportar assim, ele sumia quase todo nós pra não sei onde com o desde aquela viagem com o Melv, o irmão mais velho dele, porque que ele não faz essas viagens agora? Eu estava debatendo frustrada comigo mesma.

- De repente nostalgia. - O Bruno chegou com os olhos bem brilhantes. —Você fazendo feições estranhas, pensando demais, num lugar onde pensar devia ser proibido a menos que o pensamento fosse sobre medidas de divertimento, ou mais divertimento do que o que você supostamente não tem.

Ele sentou - se do meu lado e sorriu de canto pra mim.

- De repente, voltamos ao bar, a dois meses atrás, e eu estou olhando para você frenética e intensamente por muito tempo, pra ver se dessa forma, eu consigo ler os seus pensamentos.

Ele parou por um momento, hesitante.

- Mas, nem com todo o dinheiro do mundo, eu conseguiria saber o que tem na sua cabeça.

- Talvez, mas pra isso, eu teria que saber descodificar o que está nela.

- Vamos tentar justificar com isso? - arqueou uma sobrancelha.

- Que atire a primeira pedra quem nunca se confundiu com os seus próprios pensamentos e sentimentos, eu não sou essa pessoa.

O Bruno estava quente, e o quão próximo ele estava de mim me deixava meio intrigada, eu ainda estava com o casaco do Chace, não sei ele notou, ou se simplesmente ignorou o facto.

Ele não falou nada.

- Se você quiser a gente pode ir, eu não vejo muita coisa de interessante aqui mais.

- Tudo bem.

Olhei em volta e vi que a Weza estava meio distante de mim, ele estava a dançar com o Dame, o Ryan e a Melissa também estavam a dançar, a Monic e o Gray, eu simplesmente não os vi, e a Sasha e o Kevin estávamos onde eu e o Kellan, o ex melhor amigo do Chace estávamos. Com a pouca disposição que eu tinha naquele momento, ignorei completamente a vontade de ir lá me despedir deles.

Levantamos e fomos em direção aos carros, subimos e a viagem até ao hotel foi silenciosa, eu não estava com muito animo pra conversar, a confusão dentro de mim.... dos meus pensamentos, dos meus sentimentos, detesto essa vulnerabilidade, e isso me deixava muito passada comigo. O Bruno deve ter percebido alguma coisa, ele não fez nenhum esforço de começar uma conversa e eu agradeci.

Quando chegamos e nos dirigíamos ao elevador o Bruno pediu pra eu aguardar por um momento, ele voltou a sair sem explicar onde ia, imaginei que fosse ao banheiro, e aguardei por ele, olhei intensamente o relógio acima do elevador.

- Eu conheço você? - Uma moça muito atraente morena falou e me olhou com curiosidade.

- Deve ser engano.

- Você estava com o Kellan na piscina, eu vi.

O olhar dela não parecia nada amistoso. Será que era um dos engates do Kellan? Até porque ele já confirmou que é bem canalha.

- Pois, mas eu nem conheço ele direito.

- É bom que seja mesmo isso.

Ela se virou e foi embora.

- Quem era?

O Bruno perguntou quando chegou na direção oposta à minha, e meio que me assustou.

- Não faço a mínima ideia, vamos subir?

- Sim claro.

Quando entramos eu troquei de roupa e deitei na cama, não sei se era por causa de eu ter ficado irritada do nada, mas o sono simplesmente veio como chuva, eu adormeci.

...

Quando acordei, bem mal humorada, sem nem saber porque, provavelmente era o meu período por vir, aquilo mexia muito com o meu humor.

Não tinha muita vontade de levantar, mas nós tínhamos planos lá em Honululu, levantei fiz as minhas higienes e sai do quarto com tudo preparado.

Para o dia de hoje, não tínhamos uma aventura por conta do luau de ontem, os rapazes ficaram alcoolizados e acordaram com ressaca, até mesmo o Bruno e foi a primeira vez que eu presenciava, foi até bom, aliviou o meu mau humor.

- Bom dia Bruno.

- Bom dia. - Ele falou que nem um sussurro, e colou a mão na cabeça como se aquilo fosse evitar alguma coisa.

Lembro que depois do nosso primeiro encontro na boate, eu e o Bruno estávamos completamente bêbados, mas quando ele entrou no quarto a esbanjar todo glamour de manhã, ele não estava com ressaca, lembro também de eu ter bebido alguma coisa que ele me deu, um remédio qualquer e a dor passou, imagino que ele esteja a se perguntar o porquê de não ter trago.

Eu andei em direção a ele no sofá e aproximei os nossos rostos, para que a minha voz baixa não seja um grande incomodo.

- Você quer que eu prepare alguma coisa?

Quando eu falava ele fechava os olhos, como se fosse desconfortável, mas ele abriu mesmo assim, e aqueles olhos castanhos mel olharam pra mim com profundidade, não se era por eu estar tão próximo, mas aquilo me deu um arrepio.

- Vai passar, você não precisa se incomodar, só... você pode perguntar a Weza se ela não tem alguma coisa pra...

Não o deixei terminar, já sabia o que ele queria.

Sai da suíte e fui em direção ao quarto da Weza, o quarto 402. Bati na porta e ela abriu.

- Essa porta dos infernos tem mesmo que fazer esse barulho todo? -ouvi o Dame quando a Weza abriu.

- Então é com todos. – Suspirei.

- Toma. - Ela me entregou um remédio que ela já tinha na mão, como se já soubesse. - Leva dois, não faço ideia de onde o Chace estava ontem, mas é possível que também tenha extrapolado.

- E os outros?

- Como você mesma disse, eles estão todos com ressaca, mas as meninas já vieram buscar os remédios, eu ando sempre preparada pra tudo. - Ela riu.

- Querida pelo amor de Deus, dá pra falar mais baixo? - eu ri do pedido sofrido do Dame.

- Mas nós estávamos com eles, como é que eles beberam tanto?

- Eles não ficaram no Spa como nós, lembra?

Ah claro.

- Vou levar isso, pro Bruno.

Comecei a andar, mas parei.

- Vai, fique descansada, nós podemos sair mais tarde hoje, vamos a Praia de Wakiki. - Ela falou e logo fechou a porta.

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