— Mas... o Melv.
— O Melvin é irmão do Chace, do seu ex namorado, que não aceita que você terminou com ele, e nessa sua cabecinha, você planeja ir ficar dois dias num hotel lá com ele e a família dele, como se se vocês estivessem juntos.
— Eu...
— Ah e pra melhorar, a família dele sequer sabe que vocês já não estão juntos. - ela falou como se aquilo fosse uma coisa muito errada, na verdade, elas estavam falando como se tudo fosse errado sem prós. Estavam nem cogitando as vantagens, se é que na verdade a aquela viagem tinha alguma vantagem.
— Exatamente por isso, não posso não ir, eles iam perguntar e o que eu ia dizer?
— Que vocês terminaram! - a Melissa parecia ficar irritada mais e mais a cada segundo.
— A gente pode parar de falar disso também? Faz um tempo incrível que eu felizmente já não penso no Chace, pela primeira vez, eu posso dizer que estou realmente a superar ele, mas isso não vai funcionar se vocês ficarem constantemente a me lembrar que ele existe, que ele não desiste, que eu devia ficar longe dele. - olhei pra elas que ficaram completamente sérias e silenciosas. — Eu preciso disso ok? Não posso fugir do Chace, não posso fugir de nada, nós já não estamos juntos, ele é livre de agir da maneira que achar mais correta pra si, desde que de maneira nenhuma me inclua, ou afete alguma coisa na minha vida, e vocês... vocês são minhas amigas, irmãs, não me aconselhem a fugir dele, pelo contrário, digam pra eu enfrentar essa merda e ser feliz. - Eu as fiz rirem.
— Desculpa Theo. - A Melissa começou.
— É que, o Chace também é nosso amigo, e ... é tão complicado...- a Sasha hesitou.
— Não queríamos de maneira nenhuma trazer coisas más de volta. - A Monic suspirou.
— Vocês não trazem.
— Estou muito orgulha de você sabe, você falou como uma mulher. - A Weza falou depois de muito tempo em silêncio.
— Amar faz isso com as pessoas. - falei sorridente e dei de ombros, elas não responderam, só se entreolharam boquiabertas.
É, amar faz isso com as pessoas.
— Mas eu quero saber... - a Weza falou depois de algum tempo quando as meninas estavam distraídas conversando sobre um assunto aleatório. — Você quer coisas sérias com o Bruno, ele sabe?
— Que eu quero algo com ele?
— Não, que você vai a esse casamento.
Olhei pra ela sem responder e ela recostou no sofá.
— Grande merda.
Dois dias depois...
— Sabe...
Comecei quando ele decidiu mudar de posição e fazer carinho no meu cabelo.
— Sim?
— Eu tenho que te contar uma coisa.
Ele olhou pra mim com interesse e eu tirei a minha cabeça do colo dele, me posicionei corretamente e olhei pra ele.
— O irmão mais velho do Chace vai casar no domingo...
Ele não disse nada.
— E eu fui convidada.
Ele pareceu mais descansado.
— Você quer que eu vá com você? - ele tentou voltar a tocar no meu cabelo, mas eu o parei.
Neguei com a cabeça.
— Quer que eu leve você lá?
— A família dele não sabe que a gente não está junto.
Ele pareceu refletir sobre o que eu disse.
— Ham?
— Eu vou com o Chace...e nós vamos, com dois dias de antecedência, vamos ficar alojados em um hotel...no mesmo quarto.
O Bruno pareceu realmente processar o que eu havia dito e olhou pra mim sem entender.
— Eu acho que não estou mesmo a entender.
— O casamento é em São Francisco.
— Theo... - ele sorriu de nervoso.
— Eu quis dizer antes, mas...
— Você vai ficar com ele? No mesmo quarto?
— Bruno...
Ele não respondeu por um tempo.
— Você quer ir? - ele perguntou depois de segundos.
— Eu tenho que ir.
— Precisar e querer são coisas completamente diferentes.
— Bruno...
— Você não é obrigada a ir.
— Mas eu preciso ir.
Ele olhou pra mim mais uma vez e recostou na cabeceira da cama.
— Claro Theo.
— Você não ficaria chateado?
— Porque eu ficaria chateado?
Dei de ombros.
— Sei lá, por eu ir, e ficar com Chace.
Ele abriu a boca pra falar alguma coisa, mas mordeu o lábio inferior e hesitou.
— Theo, você já é bem adulta sabe? Nem que eu quisesse eu seria capaz de impedir você de tomar suas decisões, de viver a sua vida, afinal...eu nem mesmo sei se faço parte da sua vida ou não.
Olhei pra ele boquiaberta.
— Você não faz? - ele deu de ombros.
— Você não é muito óbvia sabe? e muitas vezes você é bem confusa.
— Mas eu...
— Mas você? - ele me olhou com expetativa, mas eu me calei. Não era pra termos aquela conversa naquele momento, não hoje, não agora.
Ele esperou por mais um tempo e quando viu que eu não reagia nem respondia fechou os olhos e respirou fundo.
— O pior, é que eu não posso fazer mesmo nada sabe? Além de esperar.
— Eu... eu não...
— Não tem problema. - Ele deu um sorriso fraco e falso. — O que não me falta é paciência. - Eu deitei a minha cabeça no ombro dele e ele deitou a dele por cima da minha.
— Ah, mas o ponto positivo é que parece que eu já ganhei a batalha. - Ele riu e eu tirei rapidamente a cabeça do ombro dele.
— Oque?
— Sabia que as ações valem mais que as palavras?
Não respondi.
— Você é bem curiosa Theo sabe, seu mundo é curioso, você pergunta se eu acho você inocente, se você é tão inocente assim, mas sabe eu acho que você não nota que talvez, só talvez, você realmente seja.
— Por que acha isso?
— Porque eu posso sentir... Eu posso sentir você Theo, você pode não falar, hoje, aqui, agora, mas eu posso sentir.
— E o que você sente de concreto?
Ele olhou pra mim e colocou um cacho perdido meu por trás da orelha.
— Uma imensidão de sentimentos, hesitantes por medo da dor, uma dor, que eu nunca vou proporcionar a você.
Olhei pra ele sem desviar quando ele colou as nossas testas e respirou fundo.
— Eu te sinto Theo.
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Deixe Ir
RomanceTheoany e Chase tem o relacionamento mais normal do mundo e tudo bem por aí. Mas uma conversa que o Chase ouve por engano no dia errado e na hora errada, pode mudar gradativamente o rumo daquele relacionamento. A Theo fez uma escolha, e achou que ta...