Capítulo 29

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— Theo-any Sm-iths. - Ele falou o meu nome pausadamente.

— Como é que você sabe o meu nome?

— Não é difícil, você deixa todos os seus perfis das redes sociais abertos, você deveria ter mais cuidado.

Parece que essa era a frase do mês.

— Você derrubou o meu sumo. - Apontei dramaticamente para o meu copo que ainda estava no chão e ele rapidamente baixou para apanhar.

— Sumo? No luau? - ele riu. — Você tá muito linda, se bem que já é, se estiver interessada pode subir no meu quarto comigo.

— Não sei se considero isso um elogio ou outra coisa.

— É só subir, vai se aperceber rapidamente do que eu tô falando.

— Esse comentário é tão insano e desrespeitoso para uma mulher que me faz eu me perguntar se você não tem irmãs, ou mesmo uma mãe, mas vou admitir que você também não está de se jogar fora. - Entrei na onda dele.

— Minha mãe é uma santa. - falou orgulhoso — a minha irmã nem tanto. Mas olha, vai me desculpar mesmo gatinha, eu estava realmente distraído. - Ele ficou um pouco sério, mas o tom de gozação voltou depois.

— Vou ficar chocada se disser que não estava distraído por causa de uma mulher.

— Ah, mas eu não sou tão canalha assim. - fingiu choque e eu olhei cética pra ele quando ele colocou o copo na mesa. — Tá bom, eu sou canalha sim, mas não era por causa de uma mulher, não verdade estava procurando o meu amigo, em algum momento nos separamos.

— Ah tá, sem problemas, eu vou só preparar outra bebida e rezar para que ninguém derrube ela de novo.

Quando falei ele mordeu o lábio inferior, virou em direção a mesa, pegou um copo limpo, e preparou outra bebida pra mim.

— Espero que isso resolva o dilema no seu coração. - Ele me entregou o copo.

Gente o cara é bem convencido.

— E eu pensando que não é sua natureza ser gentil, obrigada. - Recebi o copo e bebi, estava muito boa.

Ele se aproximou um pouco de mim e eu dei um passo pra trás, não por medo, foi só automático, ele pareceu sério por uns instantes.

— Gentil eu não sou, se quiser é só ir no meu quarto comprovar, afinal, a proposta é a sério. - Ele riu e mostrou aqueles dentes brancos.

Aquilo me fez ficar com uma espécie de calafrios na espinha. Eu fiquei um pouco corada, era muita ousadia daquela cara.

De repente sou puxada e uma mão envolve a minha cintura, pelo susto o sumo quase caiu de novo.

— Interrompo? - o Chace que eu não tinha visto em nenhum lugar desde que cheguei surgiu do nada atrás de mim e me apertou forte.

O Kellan riu, e deu um passo pra trás. E fitou o Chace por um tempo, ele parecia bem confuso.

— Chace... Chace Williams?

— Ou o seu pior pesadelo, depende de como quiseres encarar. - Ele me soltou e me colocou de trás dele.

Eles iam brigar?

— Chace, sou eu... O Kellan! - ele falou muito feliz e bem sério, o tom de gozação simplesmente saiu da cara dele, olhei pro Chace que permaneceu sério, sem muito esforço em entender o que o Kellan falava.

— Kellan Marvin! - ele falou e fez sinais com os braços.

Eu estava bem burra naquela situação.

Olhei novamente pro Chace que desta vez desfez um pouco a cara de desinteresse que ele fez a pouco quando o Kellan se apresentou.

— Kelly? - ele perguntou.

— Kelly o caralho, Kellan, cara você sumiu. - O Kellan falou e deu um abraço que o Chace recebeu de mãos abertas.

— Marvin, a quanto tempo. - O Chace riu quando finalmente lembrou
do Kellan.

Eu suporto muito bem o sorriso encantador do Bruno e até mesmo do Kellan, mas o sorriso do Chace, faz alguma coisa com o meu psicológico.

— Ah vocês se conhecem. - O Chace me tirou de trás dele, eu fiquei de novo ao lado e ele voltou a apertar a minha cintura. E ficou sério novamente.

— Não fique tão perto da Theo de novo. - Ele falou rígido pro Kellan que lembrou do que ele falou a pouco e ficou meio embaraçado.

— Sim, a gente se conhece. - Ele respondeu a minha pergunta e o sorriso petulante voltou.

— Nós fizemos o ensino fundamental juntos, e éramos muito amigos, antes de nós os dois nos separamos pra seguir áreas completamente diferentes. - O Chace falou.

— Éramos os melhores amigos. - O Kellan continuou.

— Sim, e vocês? Como é que se conhecem? - o Chace olhou pra mim.

— Eu conheci a Theo ontem, na piscina, e simplesmente nós esbarramos aqui novamente, eu não sabia que vocês estavam juntos na verdade.

— E não estamos. - O Chace respondeu antes de mim, e não sei porquê, mas aquilo meio que doeu em mim.

— Simplesmente... não mexe com ela tá bom?

— Claro!! Você é um irmão pra mim Chace, eu nunca faria absolutamente nada com a sua namorada. - Ele piscou pra mim.

— Eu... nós não somos namorados. - falei e tentei me soltar do aperto do Chace.

Inútil.

Eles conversaram por mais alguns minutos até o celular do Kellan chamar e ele atender, quando desligou disse que tinha uma emergência e ele tinha que voltar pro hotel, o Chace meio que ficou preocupado, mas eu dei logo conta que se tratava de uma mulher. Ele trocou o número de telefone com o Chace e também os números dos quartos pra estarem em contato enquanto estiverem aqui, com um abraço e uma piscadela pra mim ele foi embora.

— Você quer...caminhar um pouco comigo? - o Chace perguntou quando finalmente me soltou.

— Claro.

Andamos em direção à praia, longe do luao, eu comecei a ficar com frio, e nem trouxe um casaco sequer. Mas o Chace foi bem atento e me deu o casaco dele, num dado momento de caminhar em silêncio nós paramos e sentamos na areia, só a apreciar o mar, a lua, as estrelas, e o silêncio que aquilo estava.

Eu queria muito perguntar sobre o Kellan, mas não sei se seria a melhor maneira de começar uma conversa, embora eu tenha sido namorada do Chace, eu simplesmente não consigo ter uma conversa normal com ele, e perguntar sobre o Kellan, não sei, parecia que eu estava me intrometendo em um assunto muito íntimo.

— Não é. - ele me tirou dos meus pensamentos.

— Não é um assunto que não possa ser abordado, pode perguntar. - Ele não estava olhando pra mim.

Como ele faz isso? Eu sou assim tão previsível?

— Como é que vocês se conheceram?

Ele riu, e olhou pra mim.

— É uma longa história.

Eu olhei pra onde nós deixamos os outros e olhei novamente pra ele.

— Nós temos a noite toda.

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