Capítulo 27 - Kostr

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Um mês depois...

Soluço tentou abrir os olhos, mas a claridade intensa fez suas pálpebras doerem o fazendo permanecer de olhos fechados. Ele não sabia onde estava, sabia apenas que estava deitado em uma cama. Após alguns minutos e já cansado de ficar deitado, ele abriu os olhos devagar, se acostumando aos poucos com a intensidade da luz.

Quando sua visão se ajustou, ele olhou ao redor, percebendo que estava em seu quarto, ele virou a cabeça para o lado e viu Banguela deitado. O dragão ao perceber o movimento de seu amigo, se levantou e correu até a cama.

- Você acordou? Está bem? – Banguela colocou as patas em cima do corpo de Soluço, ele estava eufórico.

- Calma, estou bem, mas preciso respirar – Soluço empurrou as patas do amigo para longe – o que aconteceu?

- Você não se lembra? – Banguela perguntou receoso.

- Eu lembro de um dragão gigante invadindo nossa ilha – Soluço se sentou na cama, mas sentiu algo diferente na parte inferior de sua perna esquerda.

Ele afastou a coberta de pele de iaque que estava o cobrindo e se assustou ao ver que estava sem parte de sua perna esquerda.

- O quê? Não, não, como isso aconteceu? – seus olhos se encheram de lágrimas.

- Na luta contra a rainha, você caiu no fogo e seu pé foi queimado.

- Tudo bem – ele abriu um sorriso fraco ­– o importante é que estou vivo.

Soluço colocou seu pé direito no chão, colocou suas mãos na cama e apoiou seu peso nelas para poder se levantar. Ele tentou caminhar pulando, mas se desequilibrou e só não caiu porque Banguela foi mais rápido e o segurou.

- Eu vou chamar o Andre, fique aqui – Banguela o empurrou novamente para a cama e saiu correndo do quarto.

Soluço ficou sentado encarando seu pé, ou melhor, a falta dele, era estranho saber que tinha perdido parte de si, mas era como ele tinha dito para Banguela, o importante era que ele estava vivo e ele precisava se agarrar a isso.

*

*

Astrid andava de um lado para o outro em seu quarto, estava nervosa, como nunca tinha se sentido antes. Ela passava as mãos uma na outra, estava começando a soar e sentia que a qualquer momento iria desmaiar de tanto nervosismo.

- Desse jeito irá fazer um buraco no chão – Valka entrou no quarto – ou pior, irá acordar a Zephyr.

Astrid parou sua caminhada e olhou para o pequeno berço ao lado de sua cama, Zephyr dormia tranquilamente.

- Está na hora de irmos – Valka se aproximou da sobrinha.

- Eu não quero, não quero me casar – Astrid ainda mantinha seu olhar na bebê.

- Minha querida, pensei que já tinha tomado sua decisão.

- E tomei, mas por causa de Berk e não porque eu quero – Astrid se virou para a tia – eu não quero ter que passar todos os dias com Magnus, dormir e acordar com ele, eu não quero que ele me toque.

Os olhos dela se encheram de lágrimas e Valka a abraçou.

- Astrid, é um contrato de sangue, os dois decidiram cumpri-lo, anunciaram não só para o conselho, mas para Berk inteira, você não pode desistir no dia do Kostr.

Dragões: O príncipe e a caçadoraOnde histórias criam vida. Descubra agora