Capítulo 57 - Discrição

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Já fazia alguns minutos que Astrid estava parada em frente ao berçário, não sabia se era uma boa ideia estar lá, mas não conseguiu evitar.

Respirou fundo e tomando coragem, entrou no local. Poucos passos depois de adentrar no berçário, foi interceptada por Korah.

– O que faz aqui? – a mulher a encarou.

– Vim cuidar dos filhotes.

– Não deveria estar aqui.

– O prazo para minha punição ainda não acabou – Astrid disse simplista.

– Não se preocupe com isso, está liberada – a mulher falou séria e virou as costas para Astrid, adentrando mais no local.

– Não é você quem me libera – Astrid a seguiu – é o Soluço, então até ele dizer que não preciso mais vir ao berçário, vou continuar vindo.

– Olha – Korah parou de repente, fazendo com que Astrid quase esbarrasse nela – não me entenda mal, é só que..

– Você não confia em mim – Astrid a interrompeu – por causa do que eu era.

– Exatamente, eu não vou te julgar, se o próprio príncipe e o Alfa te deixaram ficar, quem sou eu para questionar? Sem contar que foi você que salvou a princesinha, mas não posso deixar uma caçadora ficar perto dos filhotes, é perigoso demais.

– Eu não sou mais uma caçadora.

– Espero mesmo que não, mas não espere que eu simplesmente vá acreditar em você, eu amo os filhotes, jamais os colocaria em perigo.

– Eu não vou machucá-los, eu sei que eu fiz coisas horríveis com os dragões, mas eu me arrependo, eu quero me redimir, então por favor me deixa ficar, eu ainda não terminei com o Garff.

– Você quer ficar pelo Garff? – Korah a olhou cética.

– Sim, eu me comprometi em ajudar ele e não vou descansar enquanto não conseguir.

– Eu quero muito acreditar em você, mas não consigo ainda. Não quero ver você perto dos filhotes.

Enquanto Korah ainda falava, as duas começaram a ouvir um dragão cantando alto e alguns barulhos de batidas.

– Mas o que está acontecendo? – Korah perguntou confusa olhando ao redor.

– É o Garff – Astrid comentou, já indo na direção do local onde Garff ficava.

Ao chegar no local, viu o pequeno dragão jogando seu corpo contra a porta do cercado, enquanto cantava algo, parecia alterado.

Garff, o que houve? – Astrid se ajoelhou no chão e se aproximou do cercado.

– Deve ter acontecido algo, ele não age assim – Korah observava o dragão que continuava batendo seu corpo contra a porta.

– Ele quer sair – Astrid abriu o cercado – ta tudo bem Garff, não precisa se machucar – cantarolou.

Rapidamente, o pequeno dragão seguiu a voz até chegar em Astrid e encostou seu corpo no dela, pedindo carinho.

– Ele queria você – Korah comentou abismada.

Ta tudo bem, eu estou aqui – Astrid começou a acariciá-lo – os dragões sentem quando alguém quer lhes fazer mal, acha que o Garff estaria assim comigo se eu quisesse machucá-lo? – Astrid encarou a mulher a sua frente.

– Não.

– Então me deixe cuidar dele.

– Ta bom – Korah suspirou – mas não faça eu me arrepender e é para ficar onde eu possa vê-la.

Dragões: O príncipe e a caçadoraOnde histórias criam vida. Descubra agora