Capítulo 36 - Elo de confiança

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Soluço não sabia o que fazer, estava literalmente encurralado e pela expressão de Astrid, ela não o deixaria sair sem ele lhe dizer a verdade, o problema, era que ele não podia dizer a verdade, pelo menos ainda não.

- Não podemos conversar em outro momento, ou lá fora? Não gosto de ficar em lugares fechados – Soluço disse sarcástico – fico sem ar.

- Então tira o capacete, tenho certeza que vai se sentir melhor – Astrid sorriu irônica.

- Boa ideia, mas pensando bem, estou bem assim, ainda consigo respirar.

- Você vai me falar a verdade ou vai continuar brincando? – Astrid o olhou impaciente.

- Quem aqui está brincando? Eu não estou.

- Me fala logo.

- O que você quer saber?

- Eu já disse, qual sua ligação com Berk?

- Ligação com Berk? – Soluço soltou uma risada sem graça enquanto coçava a nuca, gesto que não passou despercebido por Astrid – Nenhuma, eu não tenho nenhuma ligação com Berk.

- Mentira, eu sei que tem, você está agindo estranho desde que descobriu que eu sou de lá.

- Bem, tenho uma novidade para contar, eu sou estranho, eu sempre ajo estranho.

- Me responde – Astrid aumentou o tom de voz.

- Tudo bem, eu vou falar a verdade – ele suspirou – eu conheço Berk, já estive lá, mas já faz alguns anos, quando estive na ilha o chefe era outro, um tal de Stoico.

- Ele não é mais o chefe há mais de 12 anos.

- Sim, como eu disse, faz muitos anos que fui lá, fiquei sabendo que outra pessoa assumiu a chefia da ilha, o Magnus Jorgenson.

- Sim, você o conhece?

- Quando visitei Berk, fui apresentado a ele, só isso.

- E você quer que eu acredite nisso? – Astrid sorriu.

- É a verdade.

- Então você está me dizendo que visitou Berk uma vez há mais de 12 anos e se lembra do chefe, que na época era um rapaz qualquer que você viu por acaso?

- Sou bom de memória – Soluço deu de ombros – por acaso não se lembra de acontecimentos de 12 anos atrás?

- Por que poupou a minha vida? Você mudou sua forma de me tratar depois de descobrir de onde sou – Astrid indagou ignorando a pergunta dele.

- Não tem a ver com Berk.

- E tem a ver com o que?

- Eu não esperava que o Hodeskalle fosse uma mulher.

- Então foi por causa disso? – Astrid o encarou incrédula.

- Eu não machuco mulheres, mesmo você sendo visivelmente mais forte do que eu, seria covardia, ainda mais com você amarrada.

- Não existe covardia quando se trata de torturar o inimigo, na verdade covardia seria o contrário.

- Pelo jeito temos pontos de vista diferentes, de qualquer forma acho que eu ainda não te falei isso, mas não te vejo como um inimigo, não mais.

- Você simplesmente acordou um dia e decidiu que eu não sou mais a inimiga? – Astrid o encarou cética – Tem ideia de como isso soa absurdo? Se você acha que vou acreditar nisso, está muito enganado.

- É a verdade, eu achei que o Hodeskalle era um monstro horrível, sem coração, mas percebi que não.

- Quem disse que não sou um monstro? – Astrid forçou uma expressão de ódio.

Dragões: O príncipe e a caçadoraOnde histórias criam vida. Descubra agora