Capítulo 55 - Um copo pequeno

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Astrid acordou com a claridade da luz do sol em seus olhos, se espreguiçou na cama antes de abri-los e perceber que estava sozinha. Se sentou na cama e olhou ao redor, com certeza Soluço não estava ali.

Se levantou e pegou no chão suas roupas, pensou em vesti-las, mas mudou de ideia ao ver a túnica de Soluço em um canto, abriu um leve sorriso e decidiu vestir a peça. Passou a mão no cabelo, tentando ajeitar os fios amassados e saiu do quarto.

Foi para a cozinha, de onde ouviu alguns barulhos, ao se aproximar do local, viu Soluço perto do caldeirão, ele estava apenas de calça e mexia algo no fogo enquanto cantarolava uma música que Astrid não reconheceu. Sorriu e ficou parada, apenas admirando a cena.

Soluço percebeu sua presença, somente após alguns minutos quando se virou em direção a porta.

– Astrid, está aí há muito tempo?

– Não, acabei de chegar – sorriu – o que estava fazendo?

– Eu pensei que daria tempo – ele passou a mão na nuca.

– Tempo de que? – Astrid entrou na cozinha.

– De terminar o café antes de você acordar, mas acabei me enrolando.

– Na verdade eu que acordei cedo demais, a cama não parecia tão confortável sem você lá.

– Não se preocupe, se depender de mim não irá mais sentir esse desconforto – ele sorriu.

– É impressão minha ou você está me convidando para dividir a cama com você? – ela arqueou a sobrancelha.

– Não só a cama, o quarto, a casa, a vida – Soluço se aproximou de Astrid e passou seu braços pela cintura dela a abraçando – sem contar, que a cama que você divide com a Zephyr é muito pequena para as duas. Estou pensando no bem estar da minha filha.

– As vezes eu acho que isso não é real.

– O quê? – ele a olhou confuso.

– Você ser o pai da Zephyr, de todos os bebês que eu poderia encontrar, eu encontrei logo o seu – ela suspirou – os deuses tem uma forma estranha de fazer as coisas.

– Tem sim, mas eu sou grato que de todas as pessoas que poderiam ter criado a minha filha, foi logo você, não conseguiria pensar em alguém melhor para fazer isso – Soluço acariciou o rosto dela – obrigado por ter salvado ela.

– Na verdade foi a Zephyr que me salvou – Astrid sorriu largo – eu não sei o que teria sido de mim sem a minha menininha.

– Falando nela, está pronta para contar ao povo?

– Sei que devemos fazer isso, mas precisa ser hoje? Acho que hoje não é um bom dia. Devíamos voltar para o quarto e passar o resto do dia lá, contamos para o povo outra hora – ela sorriu cínica enquanto desfazia o abraço.

– Astrid Hofferson fugindo? – Soluço arqueou a sobrancelha.

– Eu não fujo, estou apenas pensando no bem estar geral, já viu o tempo lá fora? O dia hoje não está propício.

– Não precisa ficar com medo.

– Eu não estou com medo, é só que.. – ela respirou fundo – e se eles não acreditarem ou não aceitarem ela. A Zephyr já passou por mais rejeição na vida do que deveria.

– Eu não vou deixar ninguém magoá-la, acredite em mim quando eu digo que vou proteger vocês duas.

– Eu acredito – ela sorriu.

– Sem contar que precisamos falar primeiro com o Alfa e precisamos resolver a questão do Klagger, depois contamos ao povo, então, não pense nisso agora.

Dragões: O príncipe e a caçadoraOnde histórias criam vida. Descubra agora