Capítulo 56 - A princesa perdida

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Todos os presentes no Salão de Banquetes ficaram surpresos ao verem Soluço entrando de mãos dadas com Astrid, mas ninguém ousou perguntar ou comentar nada, apenas ficaram quietos, esperando que o chefe falasse algo, mas ele não fez. Soluço ficou em silêncio ao lado de Astrid, que soltou a mão dele assim que percebeu os olhares das pessoas sobre si.

Soluço mantinha sua expressão neutra, sem olhar para ninguém em específico, quando sua visão tridimensional captou a presença dos conselheiros no salão, ele decidiu falar.

– Devem estar surpresos por terem sido chamados aqui hoje – falou alto, chamando a atenção de todos – não era meu plano inicial, mas já que estão aqui, decidi que está na hora de contar para vocês algo.

– Chefe, pense bem no que irá falar – Kriger o olhou sugestivamente e Soluço apenas o ignorou.

– Sei que é difícil para a maioria das pessoas se lembrar do que houve há sete anos, mas é necessário. Há sete anos fomos atacados por um caçador que controlava a rainha e esse ataque nos trouxe muitas perdas.

O povo começou a lamentar sobre o ocorrido entre si.

– Muitos de vocês perderam pessoas importantes, assim como eu e naquele dia todos pensamos ter perdido a princesa, a minha filha – os olhos dele se encheram de lágrimas – vocês tentaram manter a esperança de que ela estava viva, acreditaram nisso e me ajudaram a acreditar também, mas conforme o tempo foi passando, vocês perderam as esperanças, vocês passaram a acreditar que ela estava morta e eu tenho que admitir que em alguns momentos eu também acreditei nisso, eu também acreditei que nunca a encontraria, que eu a tinha perdido para sempre.

Algumas lágrimas rolaram no rosto de Soluço e Astrid voltou a segurar sua mão, como forma de consolo e apoio.

– Mas eu não perdi – ele abriu um leve sorriso para Astrid e voltou a olhar para o povo – a minha filha não morreu como muitos acreditaram, ela está viva.

Mais uma vez o povo começou a comentar entre si.

– Ela está aqui na ilha – Soluço aumentou um pouco o tom de voz, se sobressaindo aos burburinhos – a Zephyr, é a minha filha.

– Está dizendo que aquela menina é a princesa perdida? – Markos perguntou cético.

– Sim.

– E porque ela estava com essa mulher? – Hedda olhou com desprezo para Astrid.

– A minha filha não morreu no ataque, a Rainbow a levou até uma ilha aqui próxima, a Astrid estava nessa ilha e para salvar a minha filha, a Rainbow a entregou para ela.

– A Rainbow nunca entregaria a princesa para uma caçadora.

– Mas entregou e a Astrid cuidou muito bem da Zephyr.

– Como pode ter certeza de que ela não está lhe enganando? – Nora questionou irritada.

– A Zephyr fala dragonês desde que nasceu.

– Como? Ela não bebeu da água sagrada – um homem falou perplexo.

– Ela já nasceu sabendo a língua dos dragões.

– Isso é incrível – uma mulher comentou admirada.

– Ela tem o colar que eu fiz para minha filha.

– Ah, eu me lembro daquele colar – Nilma abriu um sorriso nostálgico – você passou dias trancado na ferraria, fazendo ele. Eu sabia que aquela menina me lembrava alguém, só não podia imaginar que era a princesinha.

Dragões: O príncipe e a caçadoraOnde histórias criam vida. Descubra agora