Capítulo 59 - Cavaleiros de dragões

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Os cavaleiros de dragões voltavam de mais uma missão. Eles estavam em formação, mantendo distância do casal que voava mais a frente em completo silêncio. Já fazia aproximadamente um mês que Astrid tinha se tornado parte dos cavaleiros de dragões e que as discussões haviam começado e eram sempre pelo mesmo motivo. A tensão entre os dois era perceptível e mesmo todos sabendo que em poucas horas eles já teriam feito as pazes, assim como das outras vezes, ninguém queria se meter no meio de uma discussão entre eles.

O casal diminuiu a velocidade, somente quando chegaram a Gjemme, mas se mantiveram em silêncio que foi quebrado por Andre Barn que se aproximou dos dois.

– Vamos levar os dragões até o Dyrlege.

Soluço apenas assentiu e em seguida aumentou a velocidade de Banguela, indo em direção a sua casa, Astrid fez o mesmo com Tempestade.

Quando os dragões pousaram em frente a casa, Soluço desceu de Banguela, mas Astrid continuou em Tempestade.

– Vou buscar a Zephyr – Astrid disse séria.

– Precisamos conversar primeiro – Soluço disse no mesmo tom.

Astrid suspirou e desceu de Tempestade, passou direto por Soluço e entrou na casa, ele a seguiu. Os dois dragões trocaram um olhar significativo, indicando que ambos concordavam que o melhor era ficarem do lado de fora.

Quando Soluço entrou na casa, Astrid já estava na cozinha tomando água. Soluço tirou seu capacete, respirou fundo e se aproximou dela.

– Está brava – constatou.

– Ah, dá para perceber? – perguntou sarcástica – Claro que estou brava.

– Eu entendo, você..

– Então você entende? – ela o interrompeu – Pois eu não, não entendo como deixá-los vivos é a melhor opção.

– Já conversamos sobre isso.

– Não, o que aconteceu foi você dizer o que eu não posso fazer, isso não é conversar – ela o olhou irritada.

– Sei que está acostumada a fazer as coisas de forma diferente, mas aqui não fazemos assim, os cavaleiros de dragões não torturam nem matam pessoas, a não ser, é claro, que seja inevitável.

– Era inevitável.

– Eu evitei, então isso prova que não era – Soluço arqueou a sobrancelha, fazendo Astrid bufar irritada – Sei que você é naturalmente agressiva e tende a ser violenta, mesmo sem motivos.

– Sem motivos? – ela aumentou o tom de voz – Como querer matar caçadores de dragões é sem motivo? Se você me deixasse interrogá-los do meu modo, já teríamos mais informações, sem contar que eles podem nos reconhecer.

– Por isso usamos capacetes.

– Ah claro, aquele maravilhoso capacete – revirou os olhos apontando para seu capacete em cima da mesa.

– Eu prometo que vou construir uma roupa e um capacete legal para você, algo que tenha a ver com a Tempestade.

– O problema não é a roupa, Soluço.

– Olha, estamos nos saindo bem, estamos resgatando praticamente todos os dragões capturados.

– Poderia ser melhor.

– Astrid, você agora é uma cavaleira de dragão, não é mais o Hodeskalle, não pode continuar agindo como ele – Soluço disse sério.

– Eu sei, mas eles são caçadores, Soluço, eles fazem coisas horríveis com os dragões, não entendo você não querer que eles sofram.

Dragões: O príncipe e a caçadoraOnde histórias criam vida. Descubra agora