Capítulo 53 - Cadernos de desenhos

493 28 17
                                    

Astrid encarava um ponto qualquer do cercado que impedia o pequeno canção da morte de sair. Ela estava sentada em posição borboleta, inclusive estava começando a ficar com cãibra devido estar na mesma posição há algum tempo, mas não se importava, a única coisa que importava para ela naquele momento, era o que havia acontecido na noite anterior.

Tinha dito para Soluço que voltaria para Berk e agora não sabia o que fazer. Ela sentia falta da ilha, falta dos tios e dos amigos, estava preocupada com a segurança deles, mas não queria voltar para o inferno que era viver com Magnus, não queria nem se aproximar do marido e principalmente, não queria ficar longe de sua filha, mas não sabia se conseguiria ficar em Gjemme. Por mais que não quisesse admitir, não queria ver Soluço com outra mulher e sabia que isso iria acabar acontecendo, afinal, o conselho estava o pressionando para que se casasse.

Deu um grito de frustração e fechou os olhos com força, na esperança de que quando os abrisse, uma solução estivesse em sua frente, mas não, a única coisa que estava em sua frente era Garff, que continuava fazendo um barulho enorme, fazendo Astrid se irritar mais a cada minuto.

Ta bom, chega – Astrid o olhou brava – eu pensei que falar dragonês fosse resolver, mas não, você continua não me escutando.

O dragãozinho a olhou por alguns segundos e então voltou a fazer sons que Astrid não entendia e nem fazia questão de entender.

Levou os dedos até as têmporas as massageando, com certeza ficaria com dor de cabeça devido ao barulho. Não sabia mais o que fazer para que o dragão a escutasse, desde que havia chegado no berçário estava tentando se comunicar com ele, mas não obteve sucesso.

"Já tentou cantar?"

A fala de Soluço ressoou em sua mente.

– Não, não mesmo – falou consigo mesmo – eu não vou cantar para um dragão. Mesmo que eu quisesse cantar eu nem saberia o que cantar, com certeza ele não conhece as músicas que eu conheço.

Olhou para Garff por um tempo antes de soltar um suspiro derrotado. Respirou fundo e olhou ao redor, se certificando de que não havia mais ninguém, antes de começar a cantar uma canção que seu pai cantava quando ela era pequena.

♪♬Durma pequenino

Durma lindo Sol

Durma pedacinho

Do meu coração ♪♬

O pequeno dragão parou de fazer barulho e a olhou de forma curiosa.

♪♬ Meu menino lindo

Ele quer dormir

E o sonho travesso

Ele não quer vir ♪♬

Garff se aproximou de Astrid e se encostou na perna dela. A loira abriu um leve sorriso e começou a acariciar o dragão, enquanto repetia a música. Quando terminou de cantar, percebeu que o canção da morte estava dormindo.

Com cuidado para não acordá-lo, ela se levantou e saiu do berçário, sorrindo.

– Está feliz? – Andre Barn a abordou assim que ela saiu do local.

– Que susto! – ela o encarou – O que faz aqui?

– Não é óbvio? Te esperando para almoçar.

– Vocês combinam? Tem uma escala ou algo assim?

Dragões: O príncipe e a caçadoraOnde histórias criam vida. Descubra agora