Capítulo 8 - É snoggletog

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Seis meses depois...

Soluço estava em uma pequena sala nos fundos da ferraria, estava trabalhando, naquele dia em específico ele havia chegado bem mais cedo e iria embora bem mais tarde, afinal, estava fazendo algo muito especial e precisava terminar naquele dia. Ele estava debruçado sobre a mesa terminando os últimos detalhes, quando a porta foi aberta de repente fazendo Soluço se assustar, ele rapidamente escondeu o que estava fazendo dentro de uma caixa e se virou em direção a porta.

- Bocão, é você – ele levou a mão ao coração e soltou o ar que até então não tinha percebido que estava prendendo.

- Claro que sou, quem mais seria?

- N-ninguém – Soluço abriu um sorriso amarelo – e então? Precisa de alguma coisa, ou só veio mesmo me atrapalhar?

- Nossa, quanta consideração com a minha pessoa – Bocão fez bico – eu vim ver se você estava vivo, já faz um tempo que está aqui dentro trabalhando nessas suas invenções inúteis.

- Não são inúteis e eu não estou trabalhando nelas estou trabalhando nisso – ele colocou o objeto em cima da mesa.

- Ah, você ainda está fazendo o presente da Hofferson, por isso se assustou quando cheguei, você pensou que era ela.

- Sim, e ela não pode saber, é uma surpresa.

- Não sei para que esse trabalho todo, não é como se você tivesse que conquistá-la, vocês terão que se casar de qualquer jeito – Bocão deu de ombros.

- Agora entendo poque você está solteiro – Soluço balançou a cabeça negativamente.

- Eu estou solteiro porque eu quero – Bocão disse sério.

Soluço o encarou arqueando uma sobrancelha, o homem loiro bufou frustrado.

- Por isso e por outras coisinhas também, mas isso não importa, não estamos falando de mim e sim de você e da Hofferson.

- Você que se colocou na história – Soluço voltou sua atenção ao objeto que estava fazendo.

- Não interessa, vim avisar que estou indo embora, quando sair tranca tudo direito, da última vez que você deixou aberto os trolls roubaram uma cuequinha minha – Bocão começou a coçar o nariz com o gancho – aqueles monstrengos.

- Primeiro, não preciso saber das suas cuequinhas e segundo, pensei que trolls roubassem meias.

- Aqueles ladrões roubam tudo, estou dizendo Soluço, não confie em nenhum troll.

- Claro, porque eu vou confiar em algo que não existe – Soluço disse sarcástico, só para ele mesmo ouvir.

- Tranca tudo quando sair, e não demora, não quero sua mãe reclamando que você está chegando tarde em casa.

- Está bem, agora se você puder ir embora eu realmente preciso terminar isso daqui.

- Fica aí fazendo seu presente para a Hofferson, para mim ninguém faz presente, garoto ingrato – Bocão saiu da sala ainda resmungando.

Soluço sorriu do amigo, Bocão era um pouco louco, mas ele o adorava.

*

*

- Pronto tia Val, acabei de trancar as galinhas no galinheiro, acredito que nenhuma vai fugir de novo – Astrid que havia acabado de entrar em casa, foi até uma bacia com água no canto da cozinha e lavou as mãos as enxugando em seguida em sua roupa.

- Ótimo querida, e desse jeito nenhum animal atacará elas também – Valka sorriu para a menina – agora venha, você chegou bem na hora, acabei de terminar o jantar.

Dragões: O príncipe e a caçadoraOnde histórias criam vida. Descubra agora