Capítulo 38 - É só lutarem

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Astrid mantinha a galinha em seu colo, encarando o nadder a sua frente, o dragão intercalou seu olhar entre Astrid e a galinha.

- Você está atrás disso? – Astrid ergueu um pouco a galinha, em resposta o dragão soltou um baixo rosnado – Tudo bem, eu vou te devolver e você pode ir embora com ela.

Com cuidado Astrid se abaixou e colocou a galinha no chão, que saiu correndo no mesmo instante, mas ao contrário do que Astrid esperava, o dragão não foi atrás da ave.

- Ela está fugindo, deveria ir atrás dela.

O nadder deu alguns passos se aproximando de Astrid, a encarando com curiosidade.

- Pelo que eu sei, dragões não atacam ninguém nessa ilha, certo? – Astrid abriu um sorriso sem graça para o dragão que continuava a encarando – é o seguinte, eu sou uma ótima caçadora e já enfrentei dragões muito mais perigosos que você, então é melhor seguir seu caminho que eu sigo o meu – ela bufou – o que estou fazendo? É claro que você não me entende.

Astrid pegou uma das facas e pressionou com força o cabo, ela sabia que aquela faca era praticamente inútil contra um nadder mortal, mas ela já tinha enfrentado outros com muito menos e tinha conseguido vencer, mesmo estando muito machucada, não seria diferente com aquele.

- Entendi, você não vai embora – Astrid comentou ao observar que o dragão continuava no mesmo lugar e que rosnava para ela – tudo bem, você quer do jeito difícil, tá, mas será que você poderia dar o primeiro golpe? É que meio que prometi ao príncipe que iria me comportar, então não posso simplesmente sair atacando um dragão aqui, mas se você me atacar primeiro, vou apenas estar me defendendo – ela deu de ombros.

- Mãe, o que a senhora está fazendo? – a voz repentina e próxima de Zephyr assustou Astrid que olhou para o lado vendo a filha há alguns metros.

- Zephyr não se aproxima – Astrid disse autoritária e voltou seu olhar para o dragão que olhava para a menina.

- Você fez amizade com um Nadder – Zephyr sorriu.

- Não fiz amizade com dragão nenhum, só estou tentando fazer com que ele não me mate.

- Por que ele mataria? Na ilha, os dragões não atacam humanos – Zephyr comentou como se fosse óbvio.

- Prefiro não arriscar, agora vai embora que vou resolver as coisas com esse dragão.

- Não vou te deixar sozinha com ele.

- Não se preocupe, a mamãe vai ficar bem.

- Eu sei, mas não vou deixar que a senhora o machuque.

- Você está preocupada com ele? – Astrid a olhou indignada, Zephyr apenas assentiu – Tudo bem, dá então para você falar para ele que não precisa nos machucar porque não vamos machucá-lo.

- Não posso falar, a senhora me fez prometer – Zephyr franziu as sobrancelhas.

- Eu sei, mas quando estiver só nós duas e eu deixar, você pode falar dragonês, agora pode se apressar? – Astrid apontou para o dragão que se aproximava mais dela.

- Está bem – Zephyr suspirou e se virou para o Nadder – oi dragãozinho, por favor não machuque a gente.

- Não quero machucar vocês, só estou curiosa.

- Com o que?

O dragão não respondeu, apenas se virou para Astrid se aproximando ainda mais.

- Quem é você?

- Ela não fala a língua dos dragões, mas eu respondo, ela é minha mãe.

Dragões: O príncipe e a caçadoraOnde histórias criam vida. Descubra agora