Capítulo 48 - A história da princesinha

499 34 58
                                    

Astrid andava pela floresta a passos largos, não estava com pressa, mas o nervosismo não a deixava andar mais devagar. Um pouco atrás estava Soluço montado em Banguela.

Eu odeio andar pela floresta, seria muito mais rápido se estivéssemos voando – Banguela resmungou.

Você que se recusou a ir voando.

Eu já disse que não vou levar ela – Banguela encarou Astrid com raiva.

E eu não vou voando enquanto ela vai andando, então vamos pelo chão.

Então porque não vai andando?

Eu estou ferido, não posso andar muito – Soluço disse simplista.

Filhote fraco – Banguela bufou.

Ta, agora para de reclamar e anda logo.

Você não manda em mim.

– Sabe, é extremamente irritante saber que estão falando de você na sua frente e você não entender nada – Astrid parou e os fuzilou com o olhar.

– Quem disse que estamos falando de você? – Soluço sorriu sem graça.

– Se não é de mim, de quem é?

– Ninguém, estamos falando sobre o clima.

– Claro – Astrid revirou os olhos e voltou a andar – por que estamos indo por esse caminho? É mais longe.

– Porque é o caminho menos movimentado – Soluço sinalizou para Banguela parar e desceu do dragão – estamos evitando que alguém te veja ou você esqueceu que tentou matar o príncipe?

– Que eu me lembre, você disse que tinha me libertado.

– Sim, mas não quer dizer que o povo vai ficar feliz com isso, eles no momento querem ver você morta, encontrar com você andando por aí, não vai ajudar – ele a alcançou.

– Você é o príncipe, é só mandar eles me deixarem em paz – Astrid disse óbvia e se virou, se assustando ao vê-lo tão próximo.

– Não é tão simples, não dá para controlar todas as pessoas mesmo sendo o chefe, as pessoas e dragões podem ser bem teimosos.

Banguela passou entre eles, esbarrando nos dois.

– O que eu disse – Soluço apontou para o dragão que agora ia na frente.

– Ele parece com raiva.

– Sim, de nós dois.

– Nós dois? – Astrid parou e o encarou.

– Você quebrou a cauda dele, tentou me matar e ainda o sedou, seria estranho se ele não estivesse bravo.

– Isso eu sei, estou surpresa com ele estar com raiva de você.

– Bem, eu estou impedindo ele de te matar, acho que é por isso – Soluço deu de ombros.

– Que eu saiba, dragões são proibidos de atacar os humanos aqui, ele não me mataria, mataria?

– Acho melhor não provocá-lo – Soluço sorriu e voltou a andar, mas parou de repente após alguns passos, fazendo Astrid quase esbarrar nele.

– Por que parou?

Soluço se virou, colocou uma mão no ombro dela e a outra na cintura e a empurrou para trás de uma árvore.

– O quê você...

Dragões: O príncipe e a caçadoraOnde histórias criam vida. Descubra agora