Capítulo 51 - Você não pode me chamar assim

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Astrid batia com força a faca na mesa enquanto cortava alguns legumes, sua atenção estava totalmente focada na sala, onde estavam Soluço, Andre Barn, Soren e Nora.

– O que a mesa fez para você? – Heather perguntou baixo, encarando a loira.

Astrid a olhou confusa, Heather olhou para a mesa e Astrid seguiu seu olhar, percebendo que não estava cortando mais o legume, apenas batendo a faca na mesa.

Astrid sorriu sem graça e pegou o próximo legume, começando a cortá-lo com força e se virou novamente para as quatro pessoas na sala.

– Eu sei que você disse que poderíamos dar o relatório da viagem amanhã, mas sabe como eu sou, não sossego enquanto não faço o que preciso fazer – Nora sorriu.

– Sugeri que deixássemos para amanhã porque pensei que estariam cansados, mas se para vocês está tudo bem, não vejo problema – Soluço deu de ombros.

– Não vemos problemas – Soren respondeu enquanto olhava de soslaio para Astrid na cozinha.

– E como foi a missão? – Andre Barn perguntou.

– A missão de reconhecimento foi um sucesso, encontramos algumas ilhas ao leste, tem alguns dragões que vivem muito bem lá e o melhor, não há indício sequer de caçadores por perto, mas os deixamos de sobreaviso, caso aconteça algo, Gjemme estará prontos para recebê-los.

– Ótimo – Soluço abriu um leve sorriso.

– Acho que ficará feliz em saber que aparentemente o Hodeskalle sumiu.

– Como assim? – Soluço fingiu surpresa.

– Ninguém tem notícias dele – Soren deu de ombros – parece que ele abandonou os caçadores, acham que ele fugiu com todo o ouro que recebia ou que foi morto por um dragão.

– Espero que não, é muito pouco o Hodeskalle morrer por um dragão em alguma ilha qualquer, ele precisa ter uma morte lenta e dolorosa na frente de todos que ele prejudicou, eu mesmo quero muito assistir a morte dele – Nora riu.

Astrid bateu a faca com mais força na mesa enquanto encarava a mulher com raiva.

– Que bom que não temos notícias dele, talvez ele decidiu mudar de emprego, sei lá – Soluço deu uma breve risada.

– É, isso pode ter acontecido – Andre Barn também sorriu.

– Duvido – Soren estalou a língua.

– Mas não vamos falar dele, mais alguma coisa?

– Sim, era para termos voltado antes, mas aconteceu algo durante a missão – Nora disse séria – encontramos uma armada de cem navios vikings, estavam fazendo uma bagunça.

– Alguma coisa a ver com os dragões? – Andre Barn perguntou.

– Não.

– Então não temos com o que nos preocupar – Soluço forçou um sorriso – pelo o que vejo não tem muito o que relatarem.

– Na verdade, achamos muito estranho, nós sabemos que vikings são bagunceiros por natureza – Nora comentou, fazendo Astrid revirar os olhos – mas esses estavam fora de controle, estavam indo de ilha em ilha e invadindo todos os navios que encontravam.

– Reviravam tudo, mas não levavam nada – Soren franziu o cenho – decidimos investigar mais, quando descobrimos que eram de Berk.

Astrid arregalou os olhos surpresa e olhou para Heather que tinha a mesma expressão que ela.

– Berk? Acho que já ouvi falar – Andre Barn adotou uma expressão pensativa.

– Com certeza já ouviu, são conhecidos pelo exército e violência, todos temem Berk, é a maior ilha do arquipélago barbárico.

Dragões: O príncipe e a caçadoraOnde histórias criam vida. Descubra agora