Capítulo 37 - Você precisa se comportar

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Astrid corria o mais rápido possível, às vezes tropeçava em algum galho ou pedra, mas logo se recuperava e retomava sua corrida, a cada passo que dava, suas pernas queimavam devido ao esforço, principalmente sua perna esquerda, onde Astrid tinha quase certeza de que seus ferimentos estavam sangrando, mas ignorou a dor e continuou sua corrida que estava a deixando cada vez mais frustrada, era para ela estar bem mais longe, se não fosse seus machucados que doíam cada vez mais, mas ela não podia parar, ela tinha que chegar até Zephyr e dar um jeito de saírem daquela ilha o quanto antes.

Após minutos correndo em alta velocidade, Astrid se deparou com um tronco em seu caminho, mesmo com dificuldade continuou sua corrida subindo no mesmo, e saltou, porém antes que seus pés tocassem o chão, ela sentiu algo segurando seus braços e a puxando para cima.

Astrid gritou quando percebeu que estava sendo puxada por um dragão e ele ganhava altitude cada vez mais.

O dragão a levou até o alto de uma árvore e a soltou em um dos galhos, logo em seguida ele pousou na árvore a fazendo se curvar e Astrid precisou se pendurar para não cair no chão.

Ela ergueu o olhar, percebendo que o tal dragão era o fúria da noite do príncipe, que estava montado nele.

- Bevis, me tira daqui – ela ordenou brava.

- Eu tiraria, mas quem me garante que você não vai sedar o meu dragão e me atacar com um galho? – Soluço disse sarcástico.

- Isso é vingança pelo que eu fiz? Por Thor, foi só um pouco de erva de dragão e eu nem te bati com tanta força, inclusive vocês parecem super bem.

- Não por sua causa – Soluço levou a mão até a nuca onde tinha recebido o golpe da loira.

- Falando nisso, como ele se recuperou tão rápido? – Astrid encarou Banguela que rosnava para ela.

- Se ao invés de fugir você tivesse me dado uma chance de te ensinar mais sobre os dragões, saberia que fúrias da noite são resistentes a erva de dragão, precisa de muito para derrubar um, pelo que eu vi você usou só o bastante para ele ficar desacordado alguns segundos.

- Maldição – ela resmungou – então é isso, vai me deixar aqui como vingança?

- Claro que não, na verdade vim te pedir uma chance.

- Chance, para quê? – ela o encarou.

- Para te explicar que tentar fugir não vai adiantar, você só vai se cansar, além de machucar os outros e a você mesmo.

- Eu não quero ouvir porcaria nenhuma que você tenha para falar.

- Então eu não vou falar, mas me deixa te mostrar, por favor Astrid – Soluço estendeu a mão para ela.

Astrid não queria ouvir nada, muito menos subir em um dragão, mas não tinha muitas opções naquele momento. A árvore em que estava, balançava cada vez mais e ela já não estava mais aguentando ficar pendurada. Uma parte sua dizia que se ela caísse, o príncipe a salvaria, mas a outra parte, a racional, dizia que era melhor ela não arriscar.

Ela segurou com força no galho se impulsionando para cima e escalou parte da árvore até chegar perto de Banguela e Soluço. Banguela rosnava cada vez mais, e como resposta Astrid apenas o olhou mortalmente, queria mostrar que não estava com medo dele.

Astrid bateu na mão de Soluço que continuava estendida e montou no dragão atrás dele.

- Eu quero descer.

- Banguela, desce devagar – Soluço deu duas batidinhas na cabeça do dragão.

Banguela abriu as asas e estreitou os olhos, se preparando para alçar vôo.

Dragões: O príncipe e a caçadoraOnde histórias criam vida. Descubra agora