Cruelty

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 - você perdeu o almoço - Tom repetiu, quando Harry não respondeu. 

 - eu perdi a noção do tempo - Harry admitiu. o Lorde das Trevas não parecia  contente com essa resposta, mas tudo o que Harry conseguia pensar era como aqueles olhos vermelhos pareciam ver através dele. 

 - vamos! - Harry sabia que não era um pedido, e quando Voldemort lhe estendeu a mão, oferecendo ajuda para levantar, Harry aceitou. 

 Os dois andaram em silencio, e Harry começou a se sentir desconfortável. o Lorde das Trevas realmente se deu ao trabalho de ir atrás dele quando ele perdeu uma refeição? isso não fazia sentido. Harry chegou à conclusão de que Tom achou que ele estava tentando fugir, e por isso foi o procurar, a perda do almoço foi só uma desculpa. 

 Mais uma vez, Voldemort o serviu e Harry comeu antes de notar o que estava fazendo. Ele desistiu de se perguntar o porquê de suas ações, já que não importava. O Lorde das Trevas queria a profecia, e não se daria ao trabalho de matar a única pessoa que a conhecia, ou pelo menos, era isso que Harry se obrigava a acreditar. 

 - eu não estava tentando fugir - Harry falou, depois de comer - eu sei que eu não conseguiria de qualquer jeito, e seria apenas uma perda de tempo e magia, então... você não precisa se preocupar em ir atrás de mim quando eu sumir por algumas horas. 

 - eu sei. 

 - você sabe? - Tom concordou com a cabeça - então por que você foi me procurar? 

 - eu te disse, Harry. você perdeu a hora do almoço. 

 - por que você se importa se eu como ou não? 

 - você conhece meus motivos, Harry. você só se recusa a acreditar neles - dito isso, Tom se levantou - eu vou estar em meu escritório, minha porta está sempre aberta caso precise de mim. 

 Harry demorou um pouco para levantar. Ele queira acreditar que era porque ele não sabia o que fazer em uma mansão tão grande quanto essa, e escolher para onde ir era dificil, mas a verdade era que as palavras de Tom ficaram ecoando em sua cabeça. Harry podia jurar que sentiu tristeza na voz do bruxo mais perigoso de sua geração. Ele balançou a cabeça, e se obrigou a pensar em outra coisa, Tom não se importava com ele, era tudo fingimento. 

 A biblioteca foi a escolha de Harry, mas ele não conseguiu tirar Tom de seus pensamentos. quando Harry percebeu, ele estava parado na porta do escritório de Voldemort. Harry deu a volta e foi em direção à biblioteca, fingindo que isso não havia acontecido. ele definitivamente não queria ficar perto de Voldemort! 

 Harry leu por horas, mas dessa vez, ele se lembrou de ir comer na hora certa. Afinal, ele não queria testar a paciencia do Lorde das Trevas. ao sair da biblioteca, Harry esbarrou em alguém, e automaticamente reconheceu Barty. Harry não conhecia ninguém com esse nome, então por que esse nome foi o primeiro que apareceu em sua mente? 

 Barty sorriu para Harry, e perguntou como ele estava. O comensal começou a falar sobre coisas aleatórias que Harry não prestou atenção. a principio, Harry achou que estava apenas desconfotável porque esse homem agia como se o conhecesse, mas depois de alguns segundos, Harry entendeu. ele não estava desconfortável, ele estava se sentindo culpado! ele estava culpado por não reconhecer uma pessoa que claramente gostava dele. 

  Harry pensou em explicar a verdade para Barty, e dizer que não sabia quem ele era, mas quando Harry ergueu a cabeça, e olhou nos olhos do comensal que parecia o adorar, sua mente se encheu de memórias sobre ele. Harry se lembrou de horas e horas que ele passou com Barty aprendendo feitiços novos e a controlar sua magia. Harry sentiu que amava a pessoa em sua frente como um amigo, e isso o destruiu por dentro. 

 Harry saiu correndo.  

  Tom estava prestes a se levantar para ir jantar, secretamente esperando que ele não tivesse que ir atrás de Harry dessa vez, quando a porta de seu escritório foi subitamente aberta, e um barulhou alto foi ouvido quando a mesma bateu na parede. Parado em sua frente, estava um Harry Potter claramente bravo, e Tom não tinha certeza se ele estava prestes a lhe atacar ou a chorar. 

 - como você ousa colocar esse tipo de memória em minha mente? - Harry gritou. 

 - todas as suas memórias são verdadeiras. 

 - já não bastava me fazer acreditar que você se importa comigo, agora você quer que eu acredite que eu e seu comensal somos amigos? você não tem o direito de brincar com a minha mente desse jeito! eu não aguento mais - Harry gritou. Tom notou que as janelas estavam tremendo, e no segundo seguinte, todas elas se quebraram. Se Tom não tivesse notado a tempo e colocado um feitiço de proteção ao redor dos dois, eles poderiam ter se machucado. Harry não notou - eu não sei como você descobriu o que meus tios faziam, e eu não faço ideia de como você me fez acreditar que eu me importo com Barty, mas nada disso vai funcionar - Harry continuou - eu nunca vou te dizer a profecia, então vá em frente e me mate. 

 Harry odiava sentir que aquelas memórias eram verdade, quando ele sabia que era tudo mentira. ninguém se importava com ele, e mesmo que ele tivesse alguns amigos em Hogwarts, ele sabia, bem no fundo ele sabia, que nenhum deles gostaria dele se eles soubessem como ele era de verdade. 

 - eu não vou te matar, Harry - Tom tentou se aproximar um pouco - e eu honestamente não me importo mais com a profecia. 

 - você não pode fazer isso - Harry sussurrou, sem forças para continuar gritando - você não pode me fazer acreditar que existem pessoas que se importam comigo, quando eu seu que não é verdade. você não tem o direito de me dar esperanças e depois tirar tudo de mim. é cruel, Tom.  

Bad IdeiaOnde histórias criam vida. Descubra agora