Letters

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 Quando Nagini apareceu na sala de poções, Tom não precisou que ela dissesse nada para saber que Harry estava acordado. Ele pegou duas poções que já estavam prontas, e viu Severus fazer o mesmo. Os dois passaram as ultimas horas fazendo o máximo de poções possível, mas a maior parte ainda demoraria para ficar pronta.

No quarto, Harry continuava no mesmo lugar, pensando em coisas aleatórias, sem realmente saber o que estava acontecendo na sala de poções. Ele sabia que alguma coisa estava errada, já que Severus não perdia o controle de sua magia facilmente, mas ele tinha certeza de que uma ou duas poções provavelmente seriam o bastante para o fazer voltar ao normal.

Ao ouvir a porta abrir, Harry não esperava a preocupação que viu no olhar dos dois homens em sua frente. Eles o encaravam como se ele fosse cair morto a qualquer momento. Severus foi o primeiro a se aproximar, lhe entregando uma poção com gosto horrível e cor de terra. Harry bebeu tudo com uma expressão de nojo estampada no rosto.

A segunda poção foi ainda pior, ele quase vomitou. Mas para a sua sorte, Severus disse que ele nunca mais precisaria beber aquela coisa. Tom lhe entregou uma poção que, para a sua surpresa, tinha um gosto aceitável, e ele logo descobriu que teria que continuar tomando aquela poção por muito tempo, então era uma coisa boa ele não odiar o gosto.

Tom explicou que ele teria que continuar bebendo as poções nutricionais que ele tomava quando criança, apenas com algumas modificações. Mas além disso, várias poções seriam adicionadas a lista, variando entre uma vez por dia à uma vez por mês. Para a sorte de Harry, as poções com os piores gostos eram dose única.

Quando Severus perguntou se ele queria saber o que cada poção fazia, Harry admitiu que não queria saber. Ele disse que não importava. Ele confiava nos dois, e não precisava saber cada detalhe, mas ele admitiu estar levemente curioso sobre as partes mais importantes. E Tom prometeu explicar tudo mais tarde, depois que eles tivessem certeza de que Harry estava melhor.

Harry argumentou, dizendo que ele se sentia bem, mas nenhum dos dois lhe deu ouvidos. Ele foi obrigado a passar o resto do dia, e todo o dia seguinte, trancado em seu quarto, bebendo poções aleatórias e comendo o que quer que os elfos lhe dessem. Harry sabia que estava sendo dramático, a comida estava ótima como sempre, e se ele realmente quisesse, ele podia sair, a porta não estava trancada, mas o olhar de suplica que Tom lhe deu quando pediu que Harry não saísse do quarto, era o mesmo que trancar a porta e jogar a chave fora.

Dois dias e um numero infinito de poções depois, Harry finalmente se viu livre de sua prisão. Tom o havia chamado para o café da manhã, e os dois foram conversar na biblioteca logo depois. Harry sentiu falta da biblioteca, ele tinha ótimas memórias daquele lugar, especialmente com o Lorde das Trevas.

- você tomou todas as poções importantes - Tom informou - e a partir de agora, você continuará tomando as poções de longo prazo, mas existe mais uma coisa que precisamos fazer, antes que seja tarde de mais.

- por que eu sinto que vai ser muito pior do que uma poção com gosto ruim?

- porque é. O quanto você confia em seus amigos de Hogwarts?

- eu confio neles com a minha vida, por quê?

- eu preciso que você chame seus três melhores amigos.

- tudo bem, mas por quê?

- em algum momento de sua vida, Dumbledore colocou uma maldição em você, e essa maldição precisa ser desfeita. Para isso, nós precisamos de pessoas que se importem com você. Pessoas que Dumbledore não associaria com esse ritual. Em outras palavras, seus amigos adolescentes que nunca ouviram falar de algo tão complexo quanto o que vamos fazer hoje a noite. O ritual requer seis pessoas, e faltam três, por isso preciso de seus amigos.

- hoje?

- sim. Eu finalmente consegui tudo o que precisava para o ritual, e precisamos o fazer logo.

- qual é a maldição? - Harry perguntou, mesmo que estivesse morrendo de medo da resposta.

- se você realmente quiser saber, eu posso te contar, mas prefiro esperar até que o ritual seja feito, assim você não precisa ficar mais ansioso do que o necessário. Se você não estiver calmo, o ritual demorará mais.

- eu posso esperar - Harry decidiu.

Harry passou o resto da manhã pensando no que ele diria nas cartas. Ele não queria assustar seus amigos, mas precisava que eles entendessem a seriedade da situação. Depois de devidamente escritas, ele colocou as cartas dentro de seus envelopes, e colocou uma chave de portal em cada um, e com a ajuda de Tom, ele colocou vários feitiços que fariam com que apenas as pessoas certas as pudessem ler. Agora, era só esperar até as onze da noite, que era quando a chave de portal seria ativada. 

Bad IdeiaOnde histórias criam vida. Descubra agora