Bad Ideia

Nightmare

Harry acordou assustado. Ele olhou ao redor, notando que a falta de luz fazia com que seu quarto parecesse muito mais assustador do que deveria, e a criança não conseguiu se segurar e começou a chorar.

ele não queria chorar, ele odiava chorar. Sempre que Harry deixava suas lágrimas caírem, as coisas pioravam para si. Seu tio odiava o ver chorar, e o machucava mais ainda quando notava que a criança iria derramar lágrimas. Harry não queria que o homem de olhos vermelhos ficasse bravo com ele.

Mesmo sabendo que as chances de Voldemort brigar com ele eram baixas, Harry não queira arriscar. Ele já havia chorando antes, e não queria abusar da sorte. Harry se encolheu mais ainda ao sentir que o homem de olhos vermelhos estava se aproximando, mais alguns segundos, e a porta seria aberta, e Harry teria que lidar com as consequências de suas lágrimas.

Tom entrou no quarto, claramente preocupado. Ele acordoou subitamente sentindo sua magia lhe avisar que Harry não estava mais dormindo. Sem realmente entender suas ações, o Lorde se levantou, mais rápido do que seria aceitável para um Lorde das Trevas, e foi até a criança.

Voldemort encontrou Harry encolhido na cama. Ele tentou se aproximar, e dessa vez, Harry não recuou. Tom se sentou na cama e o abraçou, inconcientemente, puxando Harry para seu colo. Ele começou a fazer carinho nos cabelos bagunçados da criança, e esperou até que Harry se acalmasse, antes de cogitar perguntar o que havia acontecido.

- eu sinto muito - Harry sussurrou, quando as lágrimas começaram a diminuir. Ele não merecia o homem de olhos vermelhos. Harry só dava trabalho, e ainda assim, Voldemort parecia se importar com ele. Uma pessoa tão importante quando o Lorde das Trevas não deveria perder seu tempo com alguém como Harry - eu não queria atrapalhar seu sono - ele continuou, sabendo que o homem havia acordado por sua causa.

- você não atrapalhou - Tom mentiu, sabendo que a criança não acreditaria em si - você gostaria de me contar o que aconteceu?

- eu ... Não é nada importante. O Senhor não precisa se preocupar com isso... Foi só um pesadelo.

- é claro que é importante, pequeno. Se não fosse, você não estaria tão assustado - Tom suspirou - se você não quiser me contar, eu não vou te forçar, Harry, mas se você decidir desabafar, eu estarei aqui.

- eu... Eu sonhei com o Senhor - Harry adimitiu, desviando o olhar, esperando ser repreendido.

- comigo? - Harry concordou com a cabeça - e o que aconteceu nesse sonho? - Tom perguntou, tentando soar calmo. Ele não queria deixar Harry ainda mais assustado do que ele já estava.

- eu fiz algo errado - Harry admitiu - eu não lembro o que foi, mas eu sei que fiz. Então o Senhor ficou bravo, e ... E o Senhor me deu para a mulher assustadora, para que ela me "educasse". Eu tentei me comportar e a obedecer, mesmo estando com medo... Eu queria que o Senhor gostasse de mim - Harry sussurrou a ultima parte, mas Tom conseguiu ouvir - mas... Eu não consegui, e o Senhor me devolveu para os Dursleys. Tio Vernon ficou bravo por não poder me machucar por tanto tempo, e ele ... Ele ... - Harry não conseguiu terminar, e voltou a chorar, escondendo o rosto nas vestes de Tom.

- está tudo bem - Tom tentou o acalmar. Mas por dentro, o Lorde das Trevas planejava o assassinato dos trouxas (N/A pela milionésima vez).

- eu sinto muito - Harry se desculpou, mais uma vez.

- já passou. Foi só um pesadelo. Eu nunca deixaria Bella te machucar, muito menos seus tios.

- promete? - Harry perguntou baixinho, estendendo o dedo mindinho.

- eu prometo - Tom selou a promessa, juntado seus dedos, e deixou um ósculo na testa de Harry - ainda está cedo, por que você não volta a dormir? - Tom sugeriu. Harry concordou, e tentou sair do colo do Lorde. Voldemort podia sentir que a criança não queria encerrar o contato - se você quiser, eu posso ficar aqui até você dormir - ele ofereceu.

Os olhos Avada brilharam de felicidade com a ideia. Harry não queria ficar sozinho. Sua cabeça concordou antes que ele pudesse pensar nas consequências. Talvez Voldemort estivesse apenas sendo educado, Talvez ele preferisse dormir em sua própria cama, mas agora já era tarde demais, o homem de olhos vermelhos o havia abraçado, e Harry pegou no sono com a sensação das mãos do Lorde das Trevas acariciando seus cabelos.

Tom não conseguiu dormir.

O Lorde das Trevas passou o resto da noite pensando em Harry. A criança parecia o afetar por algum motivo, e ele pretendia descobrir por quê. Voldemort não se importava com os outros, Voldemort não era paciente, ele não fazia promessas, mas Harry Potter fazia com que ele esquecesse essas coisas.

Harry o preocupava, e isso o assustava. Tom não gostava de sentimentos que ele não podia controlar. Ele não gostava de acordar no meio da noite, e sair correndo para descobrir o motivo de Harry estar acordado, ele não gostava de sentir seu coração apertado toda vez que via medo ou lágrimas nos olhos de seu ex inimigo.

Nada parecia fazer sentido, mas Tom sabia que no fundo, isso não importava, porque ele continuaria agindo do mesmo jeito. Ele continuaria colocando o bem estar de Harry em primeiro lugar, ainda que não entendesse o motivo.