Capítulo 25.5

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A reação da U.A em relação ao ataque no acampamento, foi instalar um novo sistema de internato. O problema era que agora os professores estavam indo de casa em casa pra conversar com os pais dos estudantes sobre aquilo. E meus pais nem sequer sabiam que eu estava no curso de heróis e, apesar de minha matrícula ter sido assinada pelo Koichi, ainda era o meu endereço real que estava na minha matrícula.
Então quando a Mina me ligou toda animada perguntando se meus pais concordaram em me deixar na U.A eu tive uma surpresa bem desagradável.
Se o Eraserhead aparecesse na porta da minha casa e descobrisse que eu era, na verdade uma Shirakumo, eu e o Koichi estávamos ferrados. Então a primeira coisa que eu fiz foi ligar pra ele.
Quando contei o que estava acontecendo, ele me respondeu com um palavrão nada bonito e suspirou.
- Annie eu... nem sei o que fazer agora. Você sabe quando ele chega aí?- ele me perguntou após um momento de silêncio.
- Não - respondo- Mas parece que eles estão indo em ordem de chamada. E eu sou uma das últimas.
Ele sussurrou um " graças a deus ".
- Mas você não poderia dizer pros seus pais que isso está aplicado ao curso de Serviços Gerais também?- ele me pergunta.
- Poderia, mas eu me inscrevi com o seu sobrenome. Isso e o fato de que o professor Aizawa conhece os meus pais vão me entregar - digo e fecho os olhos, tentando imaginar um meio de fazer aquilo dar certo.
Mas aquele era o problema. Eu não via como eu poderia continuar mentindo.
- O que você está pensando sem fazer então? - Koichi  pergunta depois de eu ficar em silêncio por um momento.
- Contar a verdade - digo, por fim - É minha única escolha.

Eram cerca de duas da tarde quando a campainha de casa tocou e eu quis me enfiar num buraco quando eu atendi e vi o professor Aizawa.
- Oi- digo e tento controlar minha voz pra não transparecer o meu nervosismo.
Ele começou a abrir a boca pra falar alguma coisa, quando minha mãe apareceu por trás de mim e ele ficou paralisado.
- Querida quem...?- ela começou a perguntar quando pareceu reconhece-lo - Shouta?
Então eu comecei a sair de fininho quando o professor Aizawa coloca uma mão em meu ombro.
- Sra. Shirakumo, é um prazer reve-la- ele diz e seu tom de voz me faz entender que ele compreendeu na hora o que estava acontecendo ali - Você se importa de conversarmos um minuto?
- Claro que não! O que houve ?- disse minha mãe olhando de mim pro professor que fechava a porta atrás de si.
Então eles se sentaram no sofá da sala de estar e eu me coloquei em uma poltrona de frente pra eles, inclinada pra frente em silêncio, enquanto meu professor explicava tintin por tintin que eu estava no curso de heróis, sobre a aposentadoria do All Migth, o novo sistema de internato e completou com um pedido de desculpas da U.A pelo ocorrido no acampamento de férias.
Assim que ele terminou minha mãe parecia estar se segurando pra não ter um chilique.
- Anami isso é verdade? Você está no curso de heróis com um sobrenome falso?!
Assenti devagar com a cabeça. Minha mãe colocou a mão na ponte do nariz e suspirou.
- Então você foi pra esse acampamento sozinha?
- Não- digo - O estágio e a viagem do trabalho eram reais. Eu não estava lá.
Ela se volta pro Aizawa que confirmou o que eu disse e acrescentou:
- O super herói com quem ela está estagiando foi especificamente recomendado por mim e a viagem a que ela foi não tinha nenhum outro intuito que não ser uma viagem de férias comum.
Ele me lançou um olhar de lado. Ele estava mesmo me ajudando a escapar de uma enrascada maior?
Minha mãe suspirou novamente e colocou uma mão em meu rosto.
- Porque você fez isso querida? Por que mentiu pra mim e pro seu pai?
- Porque se eu fizesse um teste pra entrar na U.A vocês nunca me deixariam entrar como heroína- respondo - Por causa de tudo que aconteceu com meu irmão, eu entendo vocês quererem me proteger, mas eu queria manter o legado dele conseguindo me tornar uma heroína!
Um silêncio estranho se instalou entre nós depois que eu terminei de falar. Eu não sabia ao certo qual fora a reação causada neles pelas minhas palavras.
- Eu talvez não seja a melhor pessoa para dar uma opinião quanto a isso, mas - começou a dizer o professor Aizawa- sua filha tem razão. Não posso dizer que mentir tenha sido a melhor maneira de fazer isso, mas creio que se seu filho ainda estivesse conosco, ele gostaria de ve-la seguindo seus passos.
A menção ao Oboro fez um nó enorme se formar em minha garganta. Eu ainda estava remoendo o fato de ele ser um Nomu, e também estava tentando não pensar muito no que aquilo significava em consequência.
E quando eu esperei uma bronca vinda de minha mãe ela começou a chorar, enquanto me puxava pra um abraço.
- Minha querida, é isso mesmo que você quer?- ela me diz, secando as lágrimas.
Eu sorrio pra ela.
- Sim. Eu quero honrar o sacrifício do meu irmão- olho dela pro Eraserhead- E deixar ele orgulhoso.
No fim eu só fiquei de castigo na semana seguinte até aquela em que eu teria que virar uma residente fixa e oficial do curso de heróis da U.A, agora como a eu verdadeira. Como uma Shirakumo.

Rainha FantasmaOnde histórias criam vida. Descubra agora