Rainha Fantasma

Capítulo 58.25

Eu francamente não estava psicologimente preparada pra àquilo.
Eu iria ter que lidar com o homem maligno que me criou e com o meu meio- meio irmão que queriam destruir o mundo.
E não havia como evitar aquele confronto.
Eu queria estourar a cara do All for One com uma metralhadora. Todo o meu trauma atual era proveniente do tempo que eu passei com aquele homem e eu o querida a cinquenta palmos abaixo do chão. Me perguntava se a Anami deixaria a Lady Nagant comigo durante a batalha.
E quanto ao Shigaraki... Eu me sentia tão, tão culpada. Eu tinha dado uma parcela do All for One pra ele durante o resgate do Bakugo e agora estávamos tentando resolver o que aquele feito causara. Porque era tudo culpa minha.
A tensão deixava meus membros rígidos e, enquanto eu vestia meu uniforme, era como se tivesse um balão cheio na minha garganta prestes a me sufocar. Mas eu agia como se estivesse tudo certo. Porque todos estavam agindo assim.
Encosto a cabeça na parede. Ergo o punho e soco com força. Minha mão atravessa o concreto e eu consigo sentir o sangue quente escorrer pelos nós dos dedos. Também sinto a mão de outra pessoa segurando a minha.
- Luna- a voz grave do outro lado da parede me chama, abrindo minha mão cuidadosamente- Eu vou entrar tá bom? E é bom você botar essa mão de volta também.
Retraio a mão, mas continuo com a testa encostada no papel de parede. Fecho os olhos. Ouço a porta se abrir.
Mãos firmes seguram meus ombros. Sinto sua boca se aproximar de meu ouvido.
- Você não tem que se pressionar por isso- Bakugo diz, a voz suave como eu nunca ouvi antes.
Abri os olhos. Viro a cabeça lentamente pra olha-lo nos olhos.
- Mas eu fiz isso- digo e dou uma risada sarcástica- E me sinto na obrigação de acabar com isso também.
Ele suspira.
- Mas que merda, você não vai mesmo me ouvir né?- me vira pra que eu fique de frente pra ele. Encosta a testa na minha- Da pra calar a boca e parar de falar essas merdas?
Eu tinha um milhão de coisas pra lhe dizer. Que eu simplesmente não conseguia. Que eu não podia. Que eu me sentia obrigada a isso.
Mas meu lado sarcástico foi mais forte que eu.
- Vem calar- respondo.
Um milhão de segundos se passaram antes que qualquer um de nós dissesse algo. Então ele fez algo. Inclinou o rosto e me beijou.
E eu me sentia como se estivesse pegando fogo no meio de uma tempestade.
Podia sentir o calor do seu corpo de encontro ao meu e o puxo mais pra perto, Me agarrando desesperadamente a única coisa que me impedia de perder completamente a cabeça.
Quando dou por mim, minhas mãos estão roçando a barra de sua camisa. Ele arfa de encontro ao meu rosto.
- Luna o que...- ele começa a dizer e eu o beijo de novo, mais intensamente.
- Você está quente Kats- digo, sentindo minhas mãos se esqueceram como se eu estivesse segurando um pequeno motor - Vai explodir a mim e ao meu quarto.
Então Katsuki sorri. Me beija na base do pescoço.
- Isso te obrigaria a não fazer besteira, não é?
Rio de nervoso. Balanço a cabeça.
- Não. Não obrigaria.
Ele me afasta gentilmente me segurando pela cintura. Me olha nos olhos.
- Luna mia. Eu não vou aguentar se alguma coisa acontecer com você. Não de novo- sua voz falha- Não posso te perder. Eu não me perdoaria.
- E eu não me perdoaria se alguma coisa acontecesse com você, Dinamigth- respondo apontando um dedo pra ele. Ele sorri de lado ao ouvir o nome de herói.
Um, dois segundos morrem entre nós.
- Somos um desastre- Katsuki me diz por fim.
- É- concordo e me inclino pra beija-lo mais uma vez- Mas dois negativos dão um positivo, não é?
Ele pisca duas vezes e depois ri, passando a mão no cabelo.
- É. Acho que sim.
E me puxa pra um abraço. Sem dizer nada. E nem precisava. Naquele momento, era disso que eu precisava. Dele. Ali. Só disso.