Capítulo 34

11 0 0
                                    

Eram oito horas quando o portão da casa arrebentou e os heróis da linha de frente que esperavam una conversa pacífica começaram a ser atacados por capangas e um cara gigantesco e musculoso.
Em segundos eu estava sendo puxada pelo Kirishima em direção aos portões abertos, distraída de mais com o movimento repentino do inimigo pra prestar atenção nas ordens do Fat, que estava na linha de frente pra invadir o esconderijo.
Seguimos pra dentro da casa, sendo guiados pelo Nigtheye, que abriu uma entrada secreta em uma das paredes do longo corredor de entrada. Segundo sua previsão, aquilo levaria ao labirinto que era a sede da Yakusa.
- Tomem cuidado ao entrar lá, os Oito preceitos devem estar espalhados e não sabemos se a Liga também os está ajudando- ele diz assim que descemos as escadas e começamos a correr por um corredor excessivamente branco e ladeado de portas trancadas.
A nossa frente haviam alguns capangas, mas só do Fat Gum atravessar o corredor, eles foram dispersos e continuamos avançando, cada vez mais fundo naquele labirinto.
Então o chão sob nossos pés começou a tremer e as paredes começaram a se remodelar, tornando o corredor mais estreito e balançando como se estivéssemos em uma cama elástica.
- Mas o que...?- comecei a perguntar, indo pro meu estado fantasma a fim de me estabilizar.
- Deve ser a individualidade de um dos descartáveis- disse Sir olhando ao redor - Mas amplificada por uma das drogas.
- Ereaser, você consegue apaga-la ?- perguntou Rock Lock enquanto tocava as paredes e bloqueando alguns trechos.
- Não se eu não conseguir olhar diretamente pra ele - esclareceu ele.
O corredor parou de tremer e se estabilizou, mas agora havia uma parede a nossa frente e uma bifurcação levando pra esquerda. Nós tivemos nossa rota alterada.
- Vamos ter que avançar antes de ele consiga reconfigurar o resto do caminho- disse o Fat Gum e os outros começaram a correr atrás dele, mas o Mirio simplesmente optou pro atravessar a parede.
- Isso não vai me parar, eu vou na frente!
O Sir tentou impedi -lo, mas ele já tinha atravessado a parede e continuado pro aquela rota.
- Temos que ir depressa pra ajuda-lo- disse o professor Aizawa preocupado.
- Eu devo segui -lo?- pergunto, seguindo eles meio hesitante. Não sabíamos o que ele iria enfrentar quando encontrasse o Chisaki, mas eu tinha um mau pressentimento quanto a deixar ele sozinho e eu era a única que podia atravessar as paredes pra chegar até ele mais rápido.
- Nós podemos precisar de você Anami- disse o professor Aizawa - Se tivermos problemas mais pra frente e não pudermos prosseguir, você é a única que vai conseguir pedir reforços.
Faço que sim com a cabeça e acelero o passo.
Depois de conseguirmos avançar um pouco por entre os corredores cada vez mais confusos as paredes começaram a se mover novamente, e a se remodelar.
- Mas que droga!- murmuro e então culpo a mim mesma por não ter tentado aquilo antes.
Fecho os olhos e começo a ver no plano espiritual. Havia uma energia estranhamente deslocada, parecendo se arrastar por dentro da parede. Aquele devia ser o Mimic de novo, o subordinado da Yakusa que conseguia entrar em objetos e comtrola-los.
Só que agora ele parecia três vezes mais forte. Então quando eu voltei a enxergar novamente, vi o chão começar a se abrir abaixo de nós. Em segundos, todos caímos em uma sala vazia em estilo japonês. Lá haviam três homens mascarados.
Eu já estava cansada daqueles capangas. Então o que quer que eles estivessem falando pra nós naquele momento, eu ignorei. Dessa forma, eu apenas suspirei e lancei o chicote em um deles o fazendo cair no chão de repente. Então eu o arremesso com força contra a parede e ele caiu desacordado.
Quando eu encarei os outros, eles me olhavam de boca aberta.
Então o Tamaki se adiantou e prendeu os três capangas com um imenso braço de polvo.
- Deixa os três comigo- ele diz - Vocês continuem. Vão atrás do Mirio.
- Amajiki...- comecei a dizer mas ele me interrompeu e sorriu determinado pra mim.
- Deixa eles comigo. Eu consigo conte-los e alcançar vocês depois.
Eu sabia o quão difícil era pra ele confiar em si mesmo. Então aquela subiu a onda de determinação foi uma boa surpresa pra mim. Então eu apenas assenti e segui pra fora daquela sala, enquanto o Fat instigação os outros a fazerem o mesmo.
- Aquele garoto vai morrer - disse Rock Lock quando avançamos um pouco mais.
- Não!- exclamou Fat, subitamente furioso - Eu confio no Suneater. Ele tem um potencial tremendo, tudo que lhe falta é confiar em si mesmo. E é muito raro vê-lo admitir isso. Então se ele disse que consegue, é porque ele vai conseguir.
- É!- exclamou Kirishima - E nós também não vamos decepciona-lo.
Assim que ele disse isso comecei a sentir uma sensação estranha por perto. Voltei a ver no mundo espiritual e vi uma energia se movendo rapidamente pelas paredes.
- Pessoal, acho que ele está voltando...- digo e segundos depois a parede se ergueu em uma coluna e bem quando ela estava prestes a atingir o professor Aizawa, o Kirishima e o Fat Gum entraram na frente e foram engolidos pela parede.
- Red!- exclamou pelo fone de comunicação da agência que tínhamos colocado mais cedo. Quando estávamos todos juntos isso não era necessário, mas eu precisava saber se ele estava bem.
Demorou uns minutos pra ele responder.
- Oi- a voz dele parecia meio fraca e a transmissão tinha muitas falhas, mas eu fiquei feliz em saber que ele estava bem - Vocês estão bem aí?
Olho ao redor. Não tinha percebido, mas parecia que tínhamos sido dispersos e eu estava ao lado do Rock Lock enquanto ele falava com o Midorya e o professor Aizawa pela parede. Expliquei isso ao meu amigo no canal de comunicação.
- E por aí tudo bem?- perguntei e então ouvi uma pancada e um clique, seguido de um som se microfonia. O fone dele tinha sido quebrado- Que droga!
Pelo canto do olho eu vi uma sombra e ouvi uma risadinha, seguido de um barulho de algo sendo cortado e um gamido de dor. Então eu me virei bem a tempo de ficar cara a cara com uma menina loira me encarando com um sorriso maníaco e colocando uma faca na minha garganta.
Com o canto do olho eu vi Rock Lock que estava encolhido no chão sobre uma poça do próprio sangue. Ela fora tão rápida que nenhum de nós conseguiu reagir.
Engoli em seco e olhei nos olhos dela enquanto ela ria e me analisava.
- Ah é tão bom fazer amigos novos- ela inclina a cabeça e seu sorriso se alarga - Somos amigas agora, não é?!
Então ela passa a faca na minha pele, provocando um corte raso antes mesmo de eu entrar em meu estado fantasma.
Pra minha surpresa ela lambeu o sangue da faca e me olhou confusa.
- Poxa, você parecia tão mais legal do que o velhote ali - ela balança a cabeça e faz um biquinho de decepição - Bom, espero poder te ver novamente.
Então ela deu um salto e desapareceu em algum lugar da escuridão acima de nós.
Rapidamente eu fui até  Rock Lock e tentei me localizar com os outros.
- Deku! Ereaser! Sir! Qualquer um que puder responder!- gritei no fone sentindo o desespero tomar conta de mim enquanto minhas mãos trabalhavam rapidamente pra usar uma tira do meu uniforme pra tentar conter o sangramento.
- Ei, garota - ele começou a dizer, a voz fraquejando - Eu vou ficar bem. Eu posso esperar até alguém chegar aqui. Você precisa ir atrás do loirinho.
Balançei a cabeça. Eu sabia o como uma pessoa nos seus últimos momentos podia dizer bobagens, então eu não ia deixar ele ali sangrando até a morte.
Então a parede atrás de nós foi arrebatada e o Midorya, o professor Aizawa e o Sir surgiram a nossa frente.
Soltei um suspiro de alívio.
- Vocês estão bem! Graças a Deus !- disse me levantando e me segurando pra não correr dar um abração neles.
- Tivesmos um contra tempo com a Toga da Liga dos Vilões- explicou Deku e então arregalou os olhos ao me ver coberta de sangue.
- Nós também- esclareço- Ele precisa de ajuda. Nós temos que fazer alguma coisa...
- Não- Rock Lock enfatizou se levantando com dificuldade-  Vão. A prioridade agora é determos o Chisaki e salvarmos a menina eu vou ficar bem.
O professor Aizawa colocou uma mão no meu ombro.
- Você, o Sir e o Deku vão na frente, nós alcançamos vocês- ele amparou o super herói ferido e eu me virei meio hesitante pra abertura na parede a nossa frente.
- Você consegue arrebentar essa também?- pergunto pro meu colega de turma o darmos de cara com outra parede.
Ele flexionou as pernas e cerrou os punhos, energia luminosa começando a pulsar por ele.
- Vamos ver - ele disse e deu um chute potente, quebrando a parede em uma chuva de concreto e reboco.

Rainha FantasmaOnde histórias criam vida. Descubra agora