PERDÃO! - CAP 37

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Sexta, 21:20

A semana na empresa correu tranquila, tirando o fato do desconforto entre eu e Liam. Mas como eu disse, da porta pra dentro, ainda havia o profissionalismo de nos darmos bem.

Havia combinado com Ucker e Dulce pra beber em um barzinho no centro. Mel estava na casa dos pais de Dulce.

Ainda estava doendo, muito em mim. Mas eu não ficaria me rebaixando.

Coloquei uma calça escura, um tênis, uma blusa preta de manga com um cachecol cinza. Já que fazia friozinho em Manhattan.

Estava terminando de me arrumar quando a campainha toca. Abri, jurando que era Dul ou Ucker.

Mas me deparei com aquele mar azul.

Alfonso: Posso saber o que faz aqui?

Anahí: Podemos conversar?

Alfonso: Se não percebeu eu estou de saída.. e além do mais, não temos nada pra conversar..

Anahí: Eu tenho. Você pode me ouvir?

E fiquei a encarando. Ela usava uma calça jeans clara, uma bota de galocha marrom escura e uma blusa de manga preta com uma jaqueta.

Estava linda, como sempre!

Abri a porta pra ela. Ela adentrou em minha sala.

Alfonso: Seja breve. To atrasado.

Ela colocou as mãos no bolso de trás e se virou pra mim.

Anahí: Eu..

Alfonso: Pode se sentar..

Ela virou o pescoço pra trás, olhou pra mim e se sentou.

Me sentei no mesmo sofá que ela, porém com uma distância considerável.

Anahí: Me desculpe!

Alfonso: Só isso que tem pra me dizer?

Olhei pra ela e ela balançou a cabeça em negação olhando para as mãos.

Anahí: Eu não posso terminar com ele. Ele ajuda minha família.. ele paga a faculdade da minha irmã e a faz acreditar que ganhou uma bolsa. Minha cidade natal não dá oportunidade pras famílias como a minha. O que a cidade oferece, é só pra quem pode. Por isso vim pra cá, e sei que meu pai não iria permitir que minha irmã viesse tentar a vida aqui fora. Óbvio que não. Por minha causa.

Alfonso: Desde quando?

Ela me olhou.

Anahí: Meu envolvimento? - ele assentiu. - Alguns anos.

Ele olhou pra frente fechando os olhos.

Anahí: Eu pensei em contar, várias vezes.

Alfonso: Ahhh! Claro.

Anahí: Eu juro que pensei.

Ela encostou as costas no sofá cruzando os braços sob o peito.

Anahí: Mas as coisas foram acontecendo..

Alfonso: E você deixou acontecer pra depois virar as costas pra mim né?

Ela ficou em silêncio.

Alfonso: Não foi justo o que você fez - ele disse se levantando.

Anahí: Você acha que eu to bem com isso?

Alfonso: Você acha que EU to bem com isso?

Anahí: Não parece estar mal

Ela disse me olhando de cima a baixo.

Eu ri. Em silêncio.

Alfonso: Você quer que eu fique dentro de casa olhando suas fotos no meu celular?

Ela me olhou. Um pouco surpresa.

Alfonso: Não está sendo fácil pra mim Anahí. Nem suas fotos eu sou capaz de apagar. Imagine tirar você do pensamento.

Ela mordeu os lábios e os olhos dela marejaram.

Anahí: Me perdoa! - ela disse abaixando a cabeça.

E novamente o silêncio reinou.

Anahí: Eu sei que eu errei. Eu tenho total noção disso. Mas não significa que nada que passamos.. não significou nada pra mim. Significou muito.

Alfonso Uhum! Mais alguma coisa?

Ela me olhou e se levantou negando a cabeça.

Anahí: Me desculpe.

E então deu as costas indo em direção a porta.

Alfonso: Anahí! - a chamei.

Ela se virou pra mim.

Alfonso: Eu te amava

Ela engoliu seco.. e a lágrima que estava presa desceu.

Ela veio até a mim e enlaçou seus braços no meu pescoço me abraçando.

E então seu contato, seu perfume me atingiu em cheio. Eu mesmo não querendo.. retribuí seu abraço, automaticamente.

Anahí: Me desculpa.

Ela disse com a cabeça enterrada em meu pescoço.

Não sei exatamente quantos minutos ficamos ali assim. Só sei que eu esqueci totalmente tudo que havia acontecido.. só tinha eu e ela ali. Eu e minha Any. Aquela que conheceu minha família. Aquela por qual eu me apaixonei.

E então a campainha tocou.

E Se Eu Te Perdoasse?Onde histórias criam vida. Descubra agora