Seguimos pra fora do quarto, quando íamos descendo as escadas enxerguei meu pai de costas no sofá olhando a televisão.
Travei, ali no meio da escada.
Minha mãe pegou na minha mão me ajudando a terminar o percurso.Assim que descemos tudo, ela o chamou.
Mari: Enrique!
Ele se virou.
Arregalou os olhos nos encarando de mãos dadas e se levantou.Mas não deu um passo.
Lola: Mãe, não sabe quem estava no mer.. - ela apareceu saindo da cozinha. E ficou parada nos encarando como meu pai.
Lola: Ai meu deus. - levou as mãos na boca. Como minha mãe quando me viu.
Mordi os lábios apreensiva olhando para os dois.
Minha irmã, com o cabelo negro como de mamãe e com camadas cacheadas como o meu batendo um pouco abaixo dos ombros. Os olhos mel como de meu pai já banhados de lágrimas.
Ela correu em minha direção e me abraçou. Apertado.
Chorei, novamente..
Agora abraçada a minha irmã.Olhei meu pai por cima do ombro dela, ele ainda me encarava sem dizer nada.
Anahí: Você está linda.
Sorri passando a mão em seu cabelo repetindo o ato que minha mãe fez comigo.
Lola: Você que está. Nossa Any.. quando.. como?
Ela me abraçou de novo.
Vi que minha mãe foi pro lado de meu pai e Poncho continuava atrás de mim.
Lola: Tenho tanta coisa pra te contar - falou rindo e com o rosto banhado de lágrimas.
Anahí: Quero muito ouvir. - sorri.- E quero saber essa história de não querer saber de namorado
Lola: Mãe! - ela a repreendeu rindo.
Ela nos olhava sorrindo.
E imaginei quantas vezes ela sonhou com aquele momento, tanto quanto eu.Enxuguei o rosto com as mãos e me aproximei de meu pai, que se mantinha imóvel.
Não sei como consegui chegar até ele sem ninguém me segurando, pois já não sentia minhas pernas.
Parei a dois passos dele o encarando.
Anahí: Pai..
Ele fechou os olhos por alguns segundos.. logo os abrindo de volta.
Anahí: Me perdoa.
Ele continuou imóvel, dei mais um passo ficando mais perto dele.
Mordi os lábios nervosa.
Ele passou as mãos no rosto e puxou meu braço me abraçando.Enterrei a cabeça em seu peito.
Diferente de minha mãe e minha irmã, meu pai chorava em silêncio. Molhando meu cabelo e passando as mãos na minhas costas me apertando cada vez mais. Fiz o mesmo.
Logo senti Lola atrás de mim me abraçando. E minha mãe ao nosso lado chorando. A puxei, para fazer parte daquele abraço em família.
Aquela gente que tanto me fez falta.
Minutos depois nos separamos. E lembrei que tinha que apresentar Poncho aos dois.
O chamei com a mão, ele se aproximou e me deu um beijo no topo da cabeça.
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E Se Eu Te Perdoasse?
FanfictionHá uma ponte que vai da infância a juventude, cada um cruza o melhor que pode.