EMOÇÕES - CAP 88

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Seguimos pra fora do quarto, quando íamos descendo as escadas enxerguei meu pai de costas no sofá olhando a televisão.

Travei, ali no meio da escada.
Minha mãe pegou na minha mão me ajudando a terminar o percurso.

Assim que descemos tudo, ela o chamou.

Mari: Enrique!

Ele se virou.
Arregalou os olhos nos encarando de mãos dadas e se levantou.

Mas não deu um passo.

Lola: Mãe, não sabe quem estava no mer.. - ela apareceu saindo da cozinha. E ficou parada nos encarando como meu pai.

Lola: Ai meu deus. - levou as mãos na boca. Como minha mãe quando me viu.

Mordi os lábios apreensiva olhando para os dois.

Minha irmã, com o cabelo negro como de mamãe e com camadas cacheadas como o meu batendo um pouco abaixo dos ombros. Os olhos mel como de meu pai já banhados de lágrimas.

Ela correu em minha direção e me abraçou. Apertado.

Chorei, novamente..
Agora abraçada a minha irmã.

Olhei meu pai por cima do ombro dela, ele ainda me encarava sem dizer nada.

Anahí: Você está linda.

Sorri passando a mão em seu cabelo repetindo o ato que minha mãe fez comigo.

Lola: Você que está. Nossa Any.. quando.. como?

Ela me abraçou de novo.

Vi que minha mãe foi pro lado de meu pai e Poncho continuava atrás de mim.

Lola: Tenho tanta coisa pra te contar - falou rindo e com o rosto banhado de lágrimas.

Anahí: Quero muito ouvir. - sorri.- E quero saber essa história de não querer saber de namorado

Lola: Mãe! - ela a repreendeu rindo.

Ela nos olhava sorrindo.
E imaginei quantas vezes ela sonhou com aquele momento, tanto quanto eu.

Enxuguei o rosto com as mãos e me aproximei de meu pai, que se mantinha imóvel.

Não sei como consegui chegar até ele sem ninguém me segurando, pois já não sentia minhas pernas.

Parei a dois passos dele o encarando.

Anahí: Pai..

Ele fechou os olhos por alguns segundos.. logo os abrindo de volta.

Anahí: Me perdoa.

Ele continuou imóvel, dei mais um passo ficando mais perto dele.

Mordi os lábios nervosa.
Ele passou as mãos no rosto e puxou meu braço me abraçando.

Enterrei a cabeça em seu peito.

Diferente de minha mãe e minha irmã, meu pai chorava em silêncio. Molhando meu cabelo e passando as mãos na minhas costas me apertando cada vez mais. Fiz o mesmo.

Logo senti Lola atrás de mim me abraçando. E minha mãe ao nosso lado chorando. A puxei, para fazer parte daquele abraço em família.

Aquela gente que tanto me fez falta.

Minutos depois nos separamos. E lembrei que tinha que apresentar Poncho aos dois.

O chamei com a mão, ele se aproximou e me deu um beijo no topo da cabeça.

E Se Eu Te Perdoasse?Onde histórias criam vida. Descubra agora