"O tempo é uma lâmina afiada: ele corta para a frente, mas as feridas profundas sempre sangram para trás."
Aaron olhava fixamente para o teto, havia acabado de acordar e de quebra sentia dores insuportáveis pelo corpo, fazendo com que fosse quase impossível se movimentar. Onde estava e como chegou ali?
Sua última lembrança era de estar no Túmulo de Espadas, sofrendo um castigo que duraria mil anos. Lá, fora gravemente ferido por um golpe da espada sagrada, Lituris. Após isso, perdeu a consciência e quando se deu conta, estava deitado naquela cama.
O pequeno quarto exalava um cheiro forte de remédios, que se misturava ao adocicado aroma da morte, algo que não sentia há tempos e que lhe trazia más lembranças. Lentamente, ele começou a testar os limites de seu corpo, movendo os dedos dos pés e das mãos, sentindo cada músculo responder dolorosamente. Nesse momento, ouviu o som de passos que vinham do outro lado da porta. Imediatamente, ficou alerta e retomou sua posição inicial, fingindo dormir.
— Tem certeza que o príncipe faleceu? — indagou uma voz masculina grave, enquanto entrava no quarto.
Falecer? Qual príncipe faleceu?
Seu desejo era o de saltar daquela cama e questionar sobre esse tal falecimento, mas as dores o impediam, e seu instinto dizia que algo estava errado.
— Sim, verifiquei o pulso dele duas vezes antes de informar a imperatriz — respondeu uma voz feminina.
Sentindo o sangue ferver, Aaron estava prestes a avançar no pescoço dela para exigir respostas, mas se conteve ao lembrar do estado lamentável em que se encontrava. Não poderia lutar porque certamente perderia.
Mas se bem que aquela voz não lhe era estranha. Ao ouvi-la, recordou-se de uma traidora que há muito tempo fora morta pelo fio de sua lâmina. O timbre era exatamente o mesmo, mas independente da situação, não poderia ser a mesma pessoa.
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Coroa do Sol (CrS)
FantasíaO Imperador tirano Aaron Albelia renasceu logo após ser empurrado no Abismo dos Deuses e sofrer um castigo que durou mil anos, tudo isso aconteceu porque foi manipulado por seus inimigos em um momento de fraqueza. Por ironia, logo ele quem cultivava...