Capítulo setenta e dois - Pai e filho híbridos

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Ethan pestanejou sonolento, o som de ranger das tábuas do piso seguido do leve baque foram suficientes para despertá-lo de seu sono leve, sua última experiência naquele navio foi mais do que suficiente para lembrar-se de nunca abaixar a guarda. Aaron descansava a cabeça sobre seu ombro, os dois haviam adormecido sentados no chão e encostados na cama.

Já era manhã, constou isso pela claridade que invadia o quarto. No seu campo de vista não havia nada, mas sabia que alguém havia certamente adentrado o quarto. Algo foi encostado contra a parede, logo em seguida veio o som de alguém afundando na cama. Seus instintos lhe diziam que não se tratava de um invasor, mas isso não significava ausência de perigo.

— Filho, perdoe esse pai.

Ele prendeu a respiração diante da surpresa, a voz era a mesma daquele senhor que na noite passada chorava amargamente, pelo que se lembrava, seu nome era Jeremy.

— Fui incapaz de fazer algo por você, se eu tivesse ouvido a sua tia isso nunca teria acontecido, a sua situação de agora é resultado da minha arrogância, eu queria poder mantê-lo perto de mim, mas nem te perguntei o que pensava sobre isso.

Parecia muito errado ficar ali ouvindo sua confissão, mas seria estranho se se levantasse e acordasse o irmão para saírem de lá, por isso resolveu continuar quieto.

— Acontece que fiquei preocupado quando soube que estava passando por dificuldades na casa da sua tia, eu só, eu só queria que vivesse uma vida normal, mas já vi que isso não será possível, eu queria tanto, tanto mesmo… — O Sr.Jeremy falou em um fio de voz como se fosse doloroso demais para continuar. — Que você não tivesse nascido como meu filho.

Ethan apertou a mão em punho. Precisava lembrar-se que aquilo não era da sua conta, mas aquele homem já estava passando dos limites, noite passada o garoto esteve a beira da morte e isso porque resistiu ante a invasão dos soldados inimigos, ele tentou proteger sua família, esse ato foi algo digno de louvor e não deveria de maneira nenhuma ser desprezado, ele era um herói!

— Assim não precisaria se afastar da sua tia e nem dos seus amigos, se eu não tivesse te trazido para cá sobre o pretexto de se tornar um servo você ainda estaria lá, eu sou o único culpado por isso, se não fosse por minha causa, você não precisaria carregar essa doença com você.

Doença? Do que ele está falando? Durante a luta o rapaz não aparentou ter a saúde debilitada, na verdade ele parecia bastante ágil e forte para um não cultivador.

— Doença? — Aaron perguntou, ele desencostou a cabeça de seu ombro e virou-se de maneira que deitasse seu braço sobre a cama — Velhote, o que quer dizer com doença?

O homem lhe encarou com os olhos arregalados, sua pele escura também se via pálida, era algo preocupante, mas isso não era tudo, os olhos que se lembrava serem azeviche, agora possuíam uma coloração alaranjada semelhante às folhas que revestiam algumas das árvores durante aquele outono.

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