Capítulo Oito - Apelos e Acusações

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Grace suspirou, um suspiro carregado de incertezas e medo. Ela se virou lentamente, como se cada movimento fosse um esforço monumental. Seus passos eram vagarosos, quase hesitantes, enquanto se dirigia à parede decorada com um grande quadro pintado.

No quadro, a imperatriz estava retratada com um olhar que, embora sereno, transmitia uma profundidade de emoções, certamente um eco dos sentimentos que ela estava experimentando naquele momento. Em seus braços, um bebê dorminhoco era envolto numa manta. Derick, à sua esquerda, possuía uma postura firme e confiante. Ele também carregava um bebê, cujos pequenos dedos se fechavam instintivamente no botão de sua jaqueta. Darius estava ao lado da mãe; sua aura era semelhante à do pai, irradiando força, mas seus olhos traíam uma preocupação silenciosa, uma sombra de medo que ele tentava esconder.

O silêncio que se instalou era sufocante. Kaylus sentiu seu coração acelerar, a ansiedade crescendo dentro dele como uma tempestade iminente. Ele sabia que os gêmeos não haviam saído do Palácio Hibisco desde o ataque que ocorrera alguns dias atrás. A imperatriz, temendo pela segurança dos filhos, os mantivera sob sua proteção rigorosa, não permitindo que ninguém se aproximasse deles.

— Você os acolheu por mais de uma semana, teve tempo suficiente para conversarem sobre o assunto — Grace disse suavemente, sua voz fria e calculada.

— Você está certa, mas eu estava ocupado demais investigando sobre o envenenamento. E também me arrependo pelo que fiz com Ethan. Estou ciente de que minhas ações foram irresponsáveis, não devia tê-lo pressionado daquela maneira, mas no momento eu estava desesperado. Sobre Aaron, imaginei que era melhor dar um tempo para que se acalmasse por causa das fortes emoções que passou no Palácio Gardênia. 

— Se pensa assim, então pare de tocar no assunto porque ainda não é hora de visitá-los. Eles ainda estão se recuperando dos maus momentos que passaram. Ethan acorda chorando todas as noites e não quer dormir sozinho. Aaron, que por natureza possui uma personalidade alegre e radiante, agora está tão sério e pensativo, ele está tão diferente… — ela se voltou para ele com um olhar cansado, mas ainda assim implacável — Meus meninos estão sofrendo e não há nada que eu possa fazer além de ficar ao lado deles e consolá-los.

— Se isto lhe conforta, hoje recebi um relato de que ontem Leila foi avistada entrando na residência do ministro Kaylon. Neste momento, estamos esperando a permissão do imperador para fazer a busca.

Grace soltou uma risada amarga, sem nenhum traço de humor. 

— Já estava sabendo, mas acho que é desnecessário. Esses infelizes envenenaram os meus filhos e logo após isso invadiram o meu palácio, e no fim eu ainda preciso de permissão para fazer justiça. Vamos ver qual será a decisão do imperador, se ele fará vista grossa para punir os criminosos ou optará por manter as aparências.

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