O Imperador tirano Aaron Albelia renasceu logo após ser empurrado no Abismo dos Deuses e sofrer um castigo que durou mil anos, tudo isso aconteceu porque foi manipulado por seus inimigos em um momento de fraqueza. Por ironia, logo ele quem cultivava...
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"Os justos não morrem sem motivo."
Continuação...
— Lotte foi infectada durante o ataque, desde então não tem mais conseguido se levantar, isso porque — o idoso afastou o lençol e subiu o vestido da garota até seus calcanhares revelando as pernas e pés de pássaro.
— Aaron? — Ethan chamou ao perceber que o gêmeo encarava as pernas da garota com os olhos arregalados.
— O-o quê? — Aaron perguntou atordoado.
— Você pode fazer algo por ela?
O idoso se sentou na cama e segurou a mão da garota, tentando confortá-la, infelizmente ele só parecia estar lhe causando dor, afinal seu corpo estava deformado pela doença híbrida.
Não queria dizer em voz alta, mas a morte era uma solução. Se ela continuasse assim poderia transmitir a doença para o pai e para outras pessoas, era perigoso demais, não é atoa que os híbridos nem ao menos recebiam um enterro digno.
— Ela é sua filha?— Aaron perguntou, e o idoso respondeu:
— Sim, ela é a única família que me restou. Você pode ajudar, não pode? Você possui o poder divino!
Apesar do clima pesado, Aaron sorriu, foi involuntário, estava nervoso. Essa só podia ser uma brincadeira do destino, podia ouvir com clareza ele lhe dizer:
“Como se atreve a sair dizendo que é capaz fazer isso e aquilo, sendo que nem uma híbrida você pode curar? Vamos, prove que merece ocupar o lugar de Kallisto!”
— Jovem mestre? — o homem perguntou ansioso.
Aaron tratou de suavizar o sorriso, ele se aproximou da cama e sentou-se, capturou a mão da garota. Estava com medo, não sabia o que fazer nessa situação, era uma híbrida pedindo sua ajuda, ela queria viver, mas não possuía a solução para o que ela desejava.
— Qual o seu nome? — Aaron perguntou suavemente.
Podia sentir o coração bater acelerado, isso era mal, só o fato de se aproximar dela já era perigoso. Nem mesmo quando tocou nas feridas de Darius se sentiu tão nervoso.
— Eu me chamo Charlotte, mas pode me chamar apenas de Lotte. Jovem mestre, você pode me fazer voltar ao normal? Eu não gosto de ficar assim, está tudo doendo — a garota disse com um fiapo de voz. Seus olhos castanhos brilhavam com ansiedade, ela teimava em se agarrar aquela fina linha que a prendia à vida.
— Será que o senhor pode nos deixar a sós por um momento? — Aaron perguntou ao idoso.
— O quê você vai fazer? — ele perguntou desconfiado.
Não era estranho pensar na possibilidade de um cultivador matar um híbrido, afinal eram vistos como um mal na sociedade.
— Apenas conversarei um pouco com ela, por favor, nos dê um pouco de privacidade.
